Jornalistas. Heróis sempre na linha da frente.
Porta – Estandartes da Liberdade.
Defensores exímios e consequentes da Democracia, seus valores e princípios.
Jornalismo, um dos pilares fundamentais da Democracia.
Desempenha um papel crucial não só na garantia da transparência, como na investigação, no relato e exposição de questões de interesse público, ajudando a garantir que os detentores do poder sejam responsabilizados pelas suas acções.
O Jornalismo actua como um contrapeso ao poder. Quer ele seja político, económico ou social.
Ao investigar e expor possíveis casos de corrupção, abuso de poder ou violações dos direitos humanos.
Os jornalistas ajudam a limitar o poder excessivo e a promover a justiça e a equidade na sociedade.
O jornalismo promove a diversidade de opiniões e o debate saudável na sociedade, incentivando a troca de ideias e a construção de consenso em torno de questões importantes.
Através da cobertura imparcial e equilibrada, os jornalistas contribuem para a pluralidade de vozes e perspectivas.
O jornalismo de verdade tem-se vindo a confrontar, no auge do digital, com a concorrência das redes sociais, veículo da ascensão de próceres candidatos a ditadores.
Mas para engrossar esse efeito nefasto, obstando a renovação da democracia, muito têm contribuído as bolhas mediáticas da comunicação social tradicional, impressa, áudio ou visual, financiadas por uma oligarquia financeira transnacional.
Alimentadas por comentadores, bem pagos, omnipresentes, arrogantes, respirando petulância e excessos desmedidos duma mal disfarçada falsa sabedoria.
Obedecem à “voz do dono”. Comentem tudo e todos.
Na ânsia de protagonismo de primeira página e de abertura de telejornais em horário nobre, caem por vezes em escandalosas contradições.
Alinhando, inconscientemente ou talvez não, com o discurso demagógico de “os políticos são todos iguais “, apenas estão a alimentar narrativas populistas daqueles que, descredibilizando a política, não descansarão enquanto não destruírem a Democracia e a Liberdade.
Resta-nos o jornalismo e o fotojornalismo da verdade dos factos, vítimas dos algozes da Democracia.
Têm sido algumas centenas os jornalistas assassinados.
Jamal Khashoggi, jornalista do Washington Post estrangulado e esquartejado em 2018 no consulado da Arábia Saudita em Istambul, por agentes sauditas, tem sido exemplo dum mártir pela liberdade de expressão.
A guerra da Ucrânia e o recente conflito na faixa de Gaza têm ceifado a vida a vários jornalistas.
Caídos na nobre missão de informar os horrores e a carnificina, provocada pelos criminosos ataques sobre cidadãos indefesos, não poupando a vida de crianças e idosos.
Contam-se até à data centenas de jornalistas e operadores de câmara, mortos no cumprimento do dever de informarem com verdade e imparcialidade.
A conjugação de diversos factores tem levado a uma severa crise do jornalismo em Portugal e nos Açores.
Entre os quais, salários baixos, precariedade, sobre carga laboral, degradação da qualidade do trabalho ou a dificuldade de conciliação entre a vida familiar e profissional, entre outros factores.
Como a migração do consumo de notícias para as plataformas digitais e a consequente diminuição significativa das receitas de publicidade impressa nos jornais e outros meios de comunicação tradicionais.
Toda esta situação tem impactado directamente na capacidade de gerar receitas para financiar o jornalismo.
Por outro lado, a transição para o ambiente digital tem trazido desafios como a proliferação de notícias falsas e a dificuldade em controlar o conteúdo “online” de forma eficaz.
Igualmente, sabe-se que muitos meios de comunicação têm enfrentado pressões para reduzir custos, o que tem resultado em demissões e despedimentos de jornalistas qualificados.
Para fazer frente à crise do jornalismo, torna-se urgente encontrar modelos de negócio inovadores, investindo não só em jornalismo de qualidade como na promoção da literacia mediática.
Para fortalecer a Democracia e garantir um jornalismo, independente, robusto e relevante torna-se imperiosa a colaboração entre jornalistas, empresas de comunicação e o poder público.
É sempre oportuno recordar a coragem do jornalista inglês Max Stahl.
Que em Novembro de 1991 filmou o massacre no cemitério de Santa Cruz, onde foram assassinados pelas tropas ocupantes algumas centenas de jovens timorenses.
Max conseguiu sair de Timor, colocando as imagens nas televisões de todo o mundo.
Recolocando o drama de Timor na agenda internacional, desencadeando a realização de um referendo no qual a população optou pela independência do país face à Indonésia.
Sincera e modesta homenagem, ao Jamal e ao Max, aqui referidos, como a todos os jornalistas, que correndo riscos de vida, têm possibilitado que se tenha conhecimento de todos estes dramas esquecidos.
António Benjamim