Um recluso fugiu Domingo do Estabelecimento Prisional de Ponta Delgada, em São Miguel, mas foi acabou por ser capturado menos de uma hora depois da fuga, num anexo junto a uma habitação perto da prisão.
Frederico Morais, dirigente do Sindicado Nacional do Corpo da Guarda Prisional, explicou que o recluso fugiu, através de um muro, que saltou, numa zona em que a torre “estava desativada”, devido à falta de pessoal existente nacadeia de Ponta Delgada.
O dirigente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional afirmou ainda que a situação da cadeia de Ponta Delgada está gravíssima: “Tem apenas capacidade para 117 reclusos e tem, neste momento, 128 reclusos, ou seja, mais 11 reclusos do que o suposto. Há 60 guardas prisionais, mas faltam entre 20 e 25 guardas para haver um serviço em boas condições”, explicou.
Frederico Morais explicou ainda que houve três tentativas de fugas no ano passado: duas delas através de buracos feitos na parede e outro que saltou o muro, mas que faturou o pé quando chegou ao chão. Uma das tentativas de saída foi feita por 33 reclusos, que “fizeram o buraco para o local errado e foram apanhados”, enquanto a outra tentativa foi feita através de duas pessoas que saíram no lado da Portaria, ou seja, “foram logo vistas pelas pessoas que estavam na rua”.
O dirigente explicou ainda que “uma grande parte dos reclusos estão presos por causa de drogas sintéticas” e afirmou que o problema de falta de pessoal acontece em todo o país, mas o caso da cadeia de Ponta Delgada é “grave”.
Frederico Morais admitiu ainda que vai haver uma nova greve feita pelos guardas prisionais se o novo Governo Nacional não aceitar as reivindicações, explicando que será uma greve “de maior dimensão e maior paralisação” do que a última greve realizada, este ano.
Ainda ao ‘Correio dos Açores’, o dirigente lamentou as condições salarias dos guardas prisionais: “Um guarda prisional ganha apenas mais 100 euros do que o ordenado mínimo”, explica.
Filipe Torres