O Presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro, interveio na primeira tertúlia que assinalou os 50 anos do 25 de Abril, aproveitando a ocasião para homenagear “todos os que por dentro da ditadura construíram a revolução democrática de Portugal”.
“Não é a democracia que faz os democratas, são os democratas que fazem a democracia”, assinalou o governante.
José Manuel Bolieiro falava no Museu da Assembleia Legislativa Regional, na Horta, numa tertúlia que juntou o antigo Presidente do Governo e líder do PSD/Açores Mota Amaral ao antigo líder do PS/Açores Martins Goulart.
“A oportunidade de ouvir testemunhos como estes não é muito frequente”, destacou o Presidente do Governo, que defendeu que a evocação da Revolução dos Cravos merece a “adesão” dos açorianos por via de “eventos que vão percorrer as ilhas todas”.
O 25 de Abril, vincou ainda, “mudou a face da vida política e cultural de Portugal”, sublinhando José Manuel Bolieiro também o papel da autonomia política democrática dos Açores.
“Importa termos, enquanto políticos do presente, que não vivem apenas no que se esgota nas 24 horas da celebração, uma dívida de gratidão às personalidades que lideraram a autonomia política. Temos reconhecimento e gratidão ao vosso trabalho e inteligência. É esta a inspiração que a evocação destas efemérides deve inscrever na nossa atitude quotidiana”, concretizou.
O Governo Regional dos Açores e a Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores assinalam o 50.º aniversário do 25 de Abril de 1974 através de um conjunto diversificado de iniciativas e actividades sobre o Dia da Liberdade direccionadas a todas as faixas etárias, em especial as mais jovens. As comemorações, que vão percorrer as várias ilhas ao longo de um ano, contam com tertúlias dedicadas aos valores de Abril e à Autonomia Regional consagrada na Constituição de 1976, através de testemunhos pessoais de quem viveu na ditadura, bem como visitas aos diversos edifícios da ALRAA incluindo o Museu do Parlamento dos Açores.
Presidente do Parlamento
convoca jovens para a Autonomia
Entretanto, o Presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, Luís Garcia, convocou as gerações mais jovens para defenderem os valores democráticos conquistados com o 25 de Abril de 1974, com base no conhecimento mais aprofundado da história do país e da Região antes da Revolução.
“É essencial que os mais jovens percebam que Portugal e os Açores nem sempre foram assim” sublinhou o Presidente da Assembleia Legislativa reforçando a necessidade das novas gerações conhecerem a história do país e de uma Região “que eles não conheceram, onde se vivia em ditadura, sem liberdade, com censura e com guerras”. O apelo foi lançado na sessão de abertura da Tertúlia “Conversas de Abril”, que deu o arranque ao programa das comemorações do cinquentenário da Revolução dos Cravos organizado pela ALRAA em parceria com outras instituições governamentais e autárquicas.
O Presidente do Parlamento açoriano sublinhou que “a democracia, a liberdade e também a Autonomia, a que Abril abriu as portas, não foram dádivas mas sim conquistas” devendo ser lembradas “em especial neste ano em que celebramos meio século de democracia em Portugal”. Na altura, o ex-líder do PS/Açores, Martins Goulart, defendeu uma alteração à Lei Eleitoral, pretendendo a extinção do Círculo de Compensação e defendendo uma solução que, em sua opinião, una mais os açorianos. Já o ex-Presidente do Governo dos Açores, e ex-líder do PSD/Açores, João Bosco Mota Amaral, deu a entender que a alteração da Lei Eleitoral é uma questão de somenos importância face ao momento em que se uniu os açorianos no início da Autonomia com a construção de portos, aeroportos, hospitais, estradas e se respondeu ao aos anseios das populações. A Tertúlia integra o programa de actividades organizado pela ALRAA no âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril que se estenderão até ao próximo ano.