A Universidade dos Açores foi ontem palco de uma recolha de sangue promovida pelo Núcleo de Estudantes de Medicina dos Açores (NEMA).
Segundo João Rosa, Presidente do NEMA, estas campanhas de dádivas de sangue são “muito importantes” especialmente quando ocorrem em locais como a Universidade pois, “normalmente, quando as campanhas de dádivas de sangue acontecem nos hospitais, os estudantes nem sempre têm transporte para se deslocar até lá. Acaba por ser mais fácil realizar a dádiva perto de o local onde a pessoa estuda, consegue ser mais prático e conseguimos ter mais voluntários para doar sangue. Por exemplo, nesta manhã, segundo o formulário que temos, estarão cerca de 20 pessoas a fazerem a dádiva, o que não é muito comum de acontecer no hospital”, afirmou. A adesão por parte dos estudantes também tem sido satisfatória. “A adesão tem sido a expectável. A dádiva de sangue nunca é algo a que as pessoas aderem muito, infelizmente. Não existe este costume e é algo que é extremamente necessário. O sangue é um dos bens que não conseguimos fornecer aos doentes sem este acto de solidariedade”.
“Por exemplo se tivermos um doente que necessita de insulina, conseguimos produzir este medicamento no laboratório. Isto com o sangue não acontece, não se produz. É impossível fazermos em laboratório,” afirma João Rosa.
A adesão excessiva por parte das pessoas, e deste caso de estudantes também não seria algo de positivo para o Presidente do Núcleo de Estudantes de Medicina dos Açores e explica o porquê. “Em termos de adesão não há nada a apontar até porque se a adesão fosse excessiva não seria bom. Os componentes derivados do sangue têm uma validade limitada e então temos que ter em atenção com isto. Seria um desperdício se acontecesse em excesso e teríamos que reencaminhar para outros locais para ser usado,” afirmou.
Questionado sobre que outras iniciativas que serão levadas a cabo pelo NEMA na Universidade dos Açores, João Rosa salientou a importância de se falar sobre temas que sejam do interesse dos alunos, dos docentes e da comunidade em geral. “Segunda-feira passada fizemos uma palestra sobre a importância das dádivas de sangue, uma vez que hoje seria o dia da dádiva propriamente dita. Vamos fazer palestras mais viradas para a comunidade. Também já fizemos palestras sobre a saúde mental. Tentamos trazer temas que sejam do interesse tanto dos alunos como dos docentes. Estas palestras também são abertas a toda a comunidade que quiser participar.
João Rosa deixou ainda o apelo para que toda a comunidade “doe sangue. Como disse anteriormente, a única maneira de conseguirmos ter derivados de sangue para fornecer aos doentes em caso de emergência é mesmo através deste grande acto de solidariedade. Não custa nada e pode salvar muitas vidas.”
Frederico Figueiredo