A equipa dos Açores da Fertinagro Biotech apresentou ontem adubos inovadores na cooperativa Agrícola da Costa, no Burguete, Lomba da Maia. Os adubos, que contém novos componentes na sua composição, podem ser responsáveis por uma maior rentabilização do solo permitindo aos agricultores “gerar mais lucro nas suas lavouras.”
Na apresentação dos novos produtos, Mário Pinto, director comercial do grupo, esteve presente via vídeo-conferência, uma vez que o seu voo não conseguiu aterrar em São Miguel devido ao forte vento que se fazia sentir e borregou, regressando a Lisboa, via Santa Maria. Mário Pinto chegou, inclusivamente, a tentar chegar a São Miguel por Santa Maria, mas não conseguiu.
A Fertinagro é uma empresa com sede em Espanha, está há mais de 20 anos em Portugal e é a terceira maior empresa da Europa em adubo granulado. Possui fábricas em Espanha, França e no Norte de África. Tem ainda uma vertente social muito patente, uma vez que a preocupação com a pegada de carbono “está sempre presente.”
Estão há cerca de quatro anos a trabalhar com agricultores açorianos que produzem leite biológico. Todos os seus adubos são produzidos por si e ainda fornecem a outras empresas. É ainda a primeira empresa cujos rótulos mostram a rentabilidade do produto e cujos adubos contém aminoácidos para uma melhor rentabilização.
A Fertinagro faz parte do Grupo Tervalis. Nos últimos 10 anos têm-se dedicado mais à investigação. Produzem ainda cerca de seis milhões de pernas de presunto anualmente.
A Fertinagro Biotech dedica-se, sobretudo, ao estudo do solo. Desenvolve tecnologia que permite “melhorar não só o solo mas também as plantas através de produtos que podem ser aplicados ou directamente na planta ou no solo para a planta absorver”.
Pretende “desenvolver uma agricultura regenerativa através do estudo genotópico do solo”. Este é um estudo sobre o que “são as bactérias benéficas que estão presentes no solo e do que se alimentam. Desde modo, poderá ser produzido alimento específico para estas bactérias para que se alimentem e produzam mais”.
Através de várias tecnologias como a prolife, a nevophos e a azon, que ainda não está presente nos Açores, “Conseguem rentabilizar quer os solos quer as plantas”.
A Prolife é considerada “uma tecnologia de ponta que consegue fazer com que as raízes fiquem mais activas”. Esta tecnologia “está presente em todos os adubos granulados” fabricados pela Fertinagro.
A Nevophos é uma tecnologia dedicada ao fósforo que “permite a máxima exigência da nutrição exigida pela planta”. Esta tecnologia “permite estimular, proteger e disponibilizar o máximo de fósforo possível para a planta”.
A Azon é uma tecnologia que, apesar de ter sido apresentada, ainda não está disponível nos Açores. Trata-se de uma tecnologia de captura de azoto atmosférico. Os produtos disponíveis complementam-se com esta tecnologia. O azoto atmosférico “é a fonte mais barata que existe deste componente, uma vez que, é muito caro de ser produzido e é muito prejudicial quando entra em contacto com águas subterrâneas”.
Os adubos tradicionais “deverão sair do mercado e a incorporação de aminoácidos nos adubos será uma realidade, em todas as empresas, dentro de alguns anos”.
Como solução para os problemas dos agricultores, a equipa Açores da Fertinagro apresentou quatro produtos da gama ‘renovation fuerza’, basic, actibion, plus e gold.
O basic e o actibion são os mais básicos desta gama e também os que custam menos. Também são adubos que ainda não contêm aminoácidos nas suas composições.
O plus é a primeira gama onde os adubos “já têm aminoácidos na sua constituição e por isso são um pouco mais caros.”
O gold, como o nome indica, é o topo de gama. É o adubo que contém “uma maior percentagem de aminoácidos na sua composição e cujo grão é mais perfeito.”
Foram apresentados o Agristart, que nos Açores é usado na cultura de milho e é um adubo solúvel que permite um enraizamento mais rápido; e o aminovit que é um activador de aminoácidos, que permite dar açúcar às bactérias para que estas trabalhem mais.
Como especificidades foram apresentados o efisol bunin que fixa o azoto e aumenta a rentabilidade; o folipop aminovitro que é um produto que, após 15 minutos de aplicação, já está sendo absorvido; o superbia que é composto em 55% por aminoácidos e que “favorece os processos dentro da planta que a protege de ataques exteriores e o aminocit vigoron que é um produto para as plantas.” F.F.