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Geek Petshop reabre com novo espaço e nova imagem no Solmar Avenida Center

Vítor Cruz foi jurista de profissão e actualmente é proprietário de uma loja de animais por vocação. Nesta entrevista ao Correio dos Açores, explica o nome da nova loja, que expectativas tem para o negócio e a razão que diferencia esta loja das demais.

Correio dos Açores – Como tem sido o seu percurso até agora?
Vítor Cruz (Proprietário da Geek Petshop) – O meu percurso de vida não dava a entender que a minha actividade profissional, hoje, tivesse relacionada com esta área. A minha formação é em Direito. Sou jurista de formação e estive algum tempo também ligado à fiscalidade a título de consultoria. Após alguns anos nesta área, optei por mudar radicalmente de rumo e acabar a abrir uma petshop.

Porquê uma petshop?
Sempre tive uma ligação muito forte com os animais. É algo que já vem de família. Toda a gente na minha família tem um “vício” diferente com um animal diferente. O meu pai fazia criação de cães, portanto estávamos muito ligamos à canicultura. Há cerca de seis ou sete anos, descobri, também, o mundo da aquariofilia e a paixão por esta área foi crescendo. Além disso, sempre tivemos gatos, logo a ligação aos animais sempre foi forte.

Por que motivo decidiu abrir a sua loja no Solmar Avenida Center?
Em primeiro lugar, pela centralidade e porque juntei o útil ao agradável. No piso de cima, há outro negócio ao qual estou ligado que é o espaço de cowork, o One Solmar. Assim, consigo ficar relativamente perto dos dois.
Posteriormente, existe uma relação emotiva e familiar muito grande com este edifício, uma vez que o meu avô promoveu a construção do mesmo. É uma maneira de ficar perto do útil e foi uma decisão tomada com o coração.

É difícil ser-se empreendedor nos Açores?
Não diria que é difícil. Para quem vende produtos, há sempre a dificuldade acrescida do transporte dos mesmos. A grande questão aqui é que margens podemos perder e que tipo de custos extras poderão existir.
É uma questão de pesarmos os prós e contras, percebermos a que preço conseguimos vender o nosso produto e tomar a decisão de vermos se o negócio que queremos abrir é viável ou não.
No nosso caso, o assunto que assume um aspecto de maior sensibilidade é a questão dos vivos, nomeadamente os peixes e as plantas. Como seres vivos que são, acabam por ser mais sensíveis ao modo como têm que ser transportados. O transporte também é caro e continua a ser cada vez mais caro.
Mas não diria que é difícil. Há sempre espaço no mercado para quem quer fazer as coisas bem, apresentar um bom produto e depois o povo é que manda.

As expectativas que tinha quando abriu a petshop foram correspondidas?
Na minha opinião, acabamos por superar as expectativas. O próprio facto de termos tomado a decisão de expandir passado pouco tempo de termos aberto a loja corrobora isto. Claro que este passo implicou um investimento extra. Tivemos que investir na preparação do espaço, em materiais novos, etc. Mas também já conseguimos fazer as coisas de uma maneira mais eficiente. Temos uma ligação maior aos nossos fornecedores e às marcas. Se calhar também tínhamos um maior poder de negociação.
A loja expande porque, de facto, as expectativas que tínhamos foram superadas em todos os aspectos, nomeadamente na aquariofilia, que era um mundo que íamos um pouco sem saber. O mercado ‘cão e gato’ é sempre um mercado grande, mas o da aquariofilia superou as nossas expectativas. Além disso, foi uma decisão estratégica passar para uma loja que, mesmo continuando no Solmar Avenida Center, acaba por ter uma visibilidade diferente. Estamos perto da entrada mais movimentada e é mais acessível para as pessoas. Foi uma decisão que fazia todo o sentido.

Quais são as expectativas para esta nova loja?
As expectativas são de voltar a superar as expectativas que tinha quando decidi abrir. Queremos chegar a mais casas. No mercado ‘cão e gato’ temos muito por onde crescer, com uma vasta gama de oferta de produtos com preços diferentes. Temos gamas que vão desde a ‘super premium’ até a gamas com maior atenção à relação qualidade-preço.
Queremos continuar a crescer no mundo da aquariofilia, inclusive vamos expandir a oferta neste mundo na área de salgados. É uma área que, não sendo completamente diferente, tem muitos aspectos diferentes. Oferece coisas lindíssimas e a nossa ideia é continuar a fazer crescer o nome da Geek.

Mudou o nome da loja de ‘Geek fish petshop’ para ‘Geek petshop’. Porquê esta mudança?
Optamos por mudar para fazer uma certa lavagem à imagem. Não mudou só o nome, o logótipo e as cores com que trabalhamos, para conseguirmos fazer um trabalho a nível de redes sociais mais tematizado, também mudaram. Isto é, se estamos a falar de aves ou de peixes de água doce ou salgada, de cão ou de gato. Neste aspecto queríamos trabalhar isto de forma diferente e ser mais inclusivos.
Tenho de agradecer à Berries, que é com quem trabalhamos para efeito de redes sociais, desenho de imagem e tudo o que tem a ver com esta área.

Continua a ser uma petshop mais especializada para os peixes?
Diria que somos mais especializados para os peixes, na medida em que é mais fácil entrar na nossa loja e encontrar coisas dessa família de produtos que dificilmente encontram noutros sítios da ilha. Não é que não possam encontrar, mas vai ser difícil. Na família ‘cão e gato’, temos algumas marcas que não são trabalhadas por outras lojas e temos também marcas que estão presentes noutras lojas.
Acabamos por ter uma oferta muito abrangente ao nível da aquariofilia em termos de marcas, produtos técnicos e mesmo ao nível de vidros. Obviamente, há outras lojas que também trabalham este segmento da aquariofilia. Neste momento, duplicamos o número de aquários que tínhamos para venda de peixe, passamos de 27 para 54. Vamos ter, também, um expositor específico para plantas aquáticas.
Não diria que a loja se especializa apenas nos peixes, porque estamos 100% preparados para dar um serviço completo, sobretudo na família de ‘cão e gato’, mas se tivesse que escolher uma família que nos destaca, continuará a ser essa.

Porquê os peixes?
Os peixes começaram de uma forma quase acidental. A minha mulher, no antigo trabalho que tinha, encontrou uns peixes que estavam abandonados num balde com água. Eu disse-lhe para trazê-los e fui a correr comprar um aquário.
Sendo um aficionado de tudo o que tem a ver com a área animal, comecei a estudar e encomendei uns quantos livros sobre aquariofilia, estudo de toda a química e do que se passa dentro da água. Depois, comecei a ficar interessado em plantas aquáticas. Num espaço de tempo muito curto fui de ter apenas um aquário para ter doze e, se calhar, num espaço de tempo ainda mais curto fui de ter aquários em casa para ter uma loja.

Que género de peixes podemos encontrar na sua loja?
Temos uma grande variedade de peixes na loja. Podemos dividir os peixes em duas famílias: peixes de água fria e peixes de água tropical, que exigem outro tipo de aquecimento e de controlo de temperatura da água.
Temos espécies asiáticas, sul-americanas, ciclídeos, peixes grandes e pequenos. O que não falta é variedade, muita cor diferente e agora peixes de água salgada. Posso adiantar que a partir do dia 4 de Maio vamos ter uma oferta completa de peixes.

Em sua opinião, os açorianos aderem a ter um aquário em casa?
Superamos as expectativas em muito graças à família da aquariofilia. A família acabou por ser maior do que esperava e, inclusivamente, na loja antiga e no primeiro ano de actividade, também por ser aquele facto de diferenciava a loja. Tivemos vários meses em que a facturação da aquariofilia superava a família ‘cão e gato’ juntas. Diria que não é um feito fácil porque há mais casas com cães e gatos do que com peixes. A tendência depois é equilibrar porque temos espaço para crescer na família cão e gato.
Quer a nível de animais e plantas, quer a nível de aquários, de tipos de aquários diferentes, material técnico, atenção à alimentação e cuidado com os peixes tem sido muito bom.

Quais são as principais preocupações para quem se quer iniciar em aquariofilia?
No início, as preocupações são o equipamento técnico e o investimento inicial que tem de ser feito, e diria que, acima de tudo, a mais importante é a paciência. Temos que perceber que o peixe e todo o ambiente com que ele vai interagir é controlado a 100% por nós. A qualidade do oxigénio que ele vai respirar está intrinsecamente ligada com a qualidade da água e temos de perceber que estamos a criar um pequeno ecossistema, em quatro paredes de vidro. Além disso, temos que ter tempo para reequilibrar este ecossistema de forma a que o que vamos introduzir tenha a capacidade para se manter saudável e estar sempre bem.
Estamos sempre disponíveis para aconselhar os clientes nesse aspecto. Existem kits de iniciação que ficam um pouco mais em conta, na medida que compra tudo o que precisa de uma só vez. Claro que à medida que vamos evoluindo, queremos comprar os equipamentos em separado para ter uma maior liberdade de escolha.
Estamos também disponíveis para ajudar através das nossas redes sociais, onde vamos ter em breve umas rubricas onde ajudamos a montar aquários e vamos dando dicas.

Ter um aquário em casa é dispendioso?
Depende muito das pessoas. Fazer um aquário com peixes e plantas já de alguma exigência faz com que seja um pouco mais caro, especialmente se for um passatempo que for evoluindo. Se estivermos focados apenas em ter os nossos peixes e as nossas plantas saudáveis, não tem que ser algo caro.
Os preços escalam consoante a litragem, a quantidade de espécies de peixes que vamos ter no aquário, que poderão precisar que a água seja aquecida ou de mais espaço para nadar. Obviamente que se o aquário for maior, leva mais água, se levar ou não termostato ou se for preciso aquecer uma maior quantidade de água, o preço fica diferente. Mas, temos kits de iniciação que não ficam nada caros.

Quanto custam os kits de iniciação?
Temos kits de iniciação para aquários que já têm uma litragem suficiente para ter alguma variedade de peixinhos, que custam entre os 50 e os 80 euros. Dá sempre para simplificar e também da para complicar. É possível montar por um preço mais acessível. Estou a falar de comprar material novo e com alguma qualidade.

Frederico Figueiredo

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