O Conselho do Governo dos Açores deverá anunciar hoje ou amanhã, em comunicado, a substituição de Rui Terra por Ilídia Quadrado na presidência do Conselho de Administração da empresa pública Portos dos Açores.
Registou-se um vazio, durante um período de tempo, ao nível da Administração da ‘Portos dos Açores’, com a saída de administradores. Em Março deste ano, o Governo dos Açores colocou Filipe Mendonça na Administração em substituição de Marie Sousa Lima que se havia demitido dois meses antes.
Segundo apurou o nosso jornal, esta demissão de Rui Terra ocorre “após um período de alguma turbulência na empresa e contestação de vários sectores ligados aos meios marítimos açorianos à sua gestão e à forma como se relaciona com os subordinados”.
O Correio dos Açores procurou, em determinada altura, apurar as razões para as demissões na Portos dos Açores mas o Presidente, Rui Terra, fugiu às questões e portou-se de forma “mal criada” com o jornalista.
Entretanto, a Porto dos Açores distribuiu ontem um comunicado onde refere que, no triénio 2021/2023, a empresa pública desenvolveu um conjunto de projectos de investimento cujo montante ascendeu a 160 milhões de euros (mais de 50 milhões por ano) em investimentos referentes a empreitadas de reabilitação de infra-estruturas cons8ideradas “vitais” para garantir o reabastecimento em todas as ilhas.
Estes investimentos, segundo o até agora Presidente da empresa, Rui Terra, “contribuem significativamente para a modernização e expansão das infra-estruturas portuárias, com o objectivo de melhorar a capacidade operacional, a segurança e a sustentabilidade, pilares que fortalecem a posição da empresa como o parceiro do desenvolvimento económico da Região”.
Segundo o comunicado distribuído à imprensa, a Portos dos Açores’ “reforçou o seu compromisso com a sustentabilidade, implementando práticas e iniciativas que promovem responsabilidade social e a preservação do meio ambiente”.
Dá como exemplo “a continuação da actualização e digitalização administrativo-portuária, já iniciada em 2021 (digitalização e automatização de sistemas), assentes no renovado sistema de gestão portuária JUL (Janela Única Logística), já em fase de estabilização na Região: e a implementação dos projectos I_D_D (inovação_descarbonização_digitalização), tendente à neutralidade carbónica, desmaterialização de processos e digitalização plena, em todas as nossas comunidades portuárias.”
Segundo o comunicado, “uma conquista marcante” da‘Portos dos Açores’ em 2023 foi a integração da empresa pública na Cruise Lines International Association (CLIA), uma associação líder mundial na indústria de cruzeiros, que “prima pelo suporte proactivo à criação de estratégias e incentivos à descarbonização da frota mundial de cruzeiros”. Esta integração “faz parte do plano de promoção da empresa e da Região Autónoma, resultando em visibilidade mediática mais adequada ao tipo de cruzeiros pretendidos (com pegadas carbónicas reduzidas e inseridos nos âmbitos da expedição, natureza e do luxo), como em novas oportunidades de colaboração e crescimento colaborativo, posicionando os Açores como um destino de eleição e que oferece experiências de alta qualidade ao turismo de cruzeiros”.
“Para um futuro próximo e numa abordagem mais adequada à nossa realidade portuária,” lê-se ainda no comunicado, a Portos dos Açores’ “tenciona trabalhar para assegurar uma melhor gestão dos sistemas de estiva nos portos de Ponta Delgada, Praia da Vitória e Horta e na modernização e expansão dos parques de suporte aos cais comerciais.”
A empresa destaca ainda, ao nível dos equipamentos, a recepção de um novo rebocador ‘Açor’, duas gruas portuárias com capacidade de 100 toneladas para os Portos de Ponta Delgada e Praia da Vitória e uma grua móvel portuária com capacidade de 80 toneladas para o porto da Horta, de forma “a oferecer instalações e equipamentos de última geração que atendam às necessidades dos nossos clientes e parceiros comerciais”.
Esta reorganização “visa contribuir para a optimização dos processos operacionais, incremento da capacidade de movimentação de cargas e melhoria da logística portuária, contribuindo para o desenvolvimento económico e sustentável das nossas comunidades locais.
Para o triénio 2024-2026, a empresa pretende “manter o nível de ambição delineado no mandato anterior, ciente do contexto macroeconómico e das variáveis que afectam as nossas comunidades portuárias, onde nos inserimos e para as quais trabalhamos incondicionalmente”.