A Associação do Alojamento Local dos Açores (ALA) congratula-se com a decisão da Associação de Municípios de São Miguel (AMISM) de adiar, por agora, a implementação de uma taxa turística de 2 € em cada concelho da ilha.
A Direcção da ALA entende que esta é, para já, a decisão (aprovada por unanimidade) mais ponderada, tendo em conta que se torna necessário preparar, com tempo, todo o processo, ouvindo todos os intervenientes no sector.
De qualquer forma, a ALA continua a defender que não há qualquer necessidade de existência de uma taxa turística.
Ainda na passada Quinta-feira, o Presidente da ALA teve oportunidade de manifestar-se contra a criação de taxas turísticas nos municípios açorianos, nomeadamente nos municípios de São Miguel.
Para o Presidente da Associação de Alojamento Local, a denominação “Taxa Turística”, por si só, é prejudicial para os concelhos micaelenses. Intervindo na Assembleia Municipal da Ribeira Grande, na noite de quinta-feira, João Pinheiro recordou que o conceito de taxa turística foi criado “para centros urbanos que já estavam massificados, como Veneza ou Barcelona”.
Para o dirigente da ALA, “só a ideia de taxa turística aplicada em São Miguel já assusta o turista, que fica com a ideia de que este destino já massificado e a evitar, o que, de facto, não é verdade”.
“Ainda não somos turismo massificado, nem há tendência para tal, porque o investimento privado tem sido feito de forma que haja turismo em todas as zonas, não massificando apenas uma. O crescimento a que assistimos agora, no Alojamento Local é, actualmente, muito mais lento, não sendo tão grande como foi no boom turístico de há alguns anos”, disse.
Além disso, “a taxa turística pode fazer com que se perca crescimento turístico e económico”, referiu João Pinheiro, acrescentando que “os proprietários dos AL já se vêem a braços com o excesso de burocracia. Colocar mais uma burocracia numa actividade como esta será ainda mais prejudicial”, já que caberá aos alojamentos tratar da cobrança da taxa.
O Presidente da ALA apelou a uma reflexão grande e profunda acerca deste tema, antes da implementação de uma taxa desta natureza, já que “este não é o momento para criar uma taxa turística”, sendo que a decisão da AMISM, conhecida na tarde de sexta-feira, vem ao encontro das pretensões da ALA. João Pinheiro entende, aliás, que “Não é preciso criar uma taxa turística. Tem de haver uma reflexão grande sobre este tema. Temos de ser mais criativos”.
O Presidente da ALA lembrou que, “só no caso da Ribeira Grande, o AL teve um impacto directo e indirecto de 15 milhões de euros na economia do concelho. Temos problemas enormes no turismo dos Açores, nos transportes aéreos, na sazonalidade, entre outros. Não temos um mercado de turismo suficientemente consolidado para estarmos a pensar na criação de uma taxa turística como esta”.
A ALA espera que, com esta decisão da AMISM, em adiar a implementação da taxa turística, este assunto posse agora ser objecto de um amplo debate, onde os principais intervenientes sejam chamados para, em conjunto, debater de forma séria e aprofundada, este tema.