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Açores “devem tirar partido do valor estratégico da Base das Lajes”, frisa Vice-presidente Artur Lima

O Vice-presidente do Governo Regional dos Açores, Artur Lima, defendeu na Segunda-feira, na vila das Lajes, que a Base das Lajes “não é uma peça de museu”, mas um “reabilitado activo para o país, para os EUA, para a Europa e para o NATO, que os Açores deverão tirar o devido partido para o seu desenvolvimento regional e local”.
“Não haja dúvidas de que queremos servir e também queremos, todavia, ser servidos com justas e merecidas contrapartidas pela nossa importância geoestratégica”, reiterou.
Artur Lima falava, na Sociedade Recreio Lajense, à margem de uma conferência intitulada “Portugal é os Açores – EUA e Açores na Guerra Fria (1945-1965)”, proferida pelo professor da Universidade Estadual do Ceará, Tácito Rolim, doutorado em História.
“Os Açores, e as Lajes em especial, não deixaram, e jamais deixarão, de ser um activo fulcral para a política de defesa e segurança do Ocidente”, vincou, lembrando que a “geopolítica não é estática e as conjunturas evoluem e alteram-se”.
Na sua intervenção inicial, o Vice-presidente do Governo recordou que a Base das Lajes trouxe ao arquipélago e à ilha Terceira “progresso, desenvolvimento, emprego e afirmação da Região no plano mundial”, mas legou igualmente “consequências que carecem de resolução efectiva”.
A esse propósito, Artur Lima destacou o problema da contaminação dos solos e aquíferos na Praia da Vitória que tem exigido “demonstração de força, firmeza e diálogo para que o assunto seja tratado com o cuidado que merece”.
Artur Lima sublinhou, contudo, que “anos e anos de relação especial com os EUA” e de “presença amigável na ilha Terceira” são “condições justificadoras para se criar um centro interpretativo que valorize este património histórico”.
“O Centro Interpretativo da Base das Lajes terá uma dimensão de valorização do património e da cultura, mas pretende também assumir-se como um espaço dedicado à investigação e à produção científica de novos conhecimentos sobre o papel geoestratégico da Região”, afirmou.
Esta iniciativa foi organizada no âmbito do plano de estudos e trabalhos para a criação do Centro Interpretativo da Base das Lajes, desenvolvido em colaboração com o Instituto Histórico da Ilha Terceira (IHT). A comissão científica do Centro Interpretativo será constituída por António José Telo, professor catedrático de História na Academia Militar, Luís Andrade, professor catedrático de Ciência Política e Relações Internacionais da Universidade dos Açores, e Tácito Rolim, orador na conferência.

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