“Estamos a falar de mais de 50 rotações com 10 mil passageiros na ida e mais 10 mil no regresso,” pormenorizou Berta Cabral, Secretária do Turismo, Mobilidade e Infra-Estruturas
A Secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infra-Estruturas, Berta Cabral, afirmou ontem que, vão operar este Verão no aeroporto de Ponta Delgada 16 companhias aéreas, contando já com a SmartWings, que iniciou ontem a ligação aérea entre Praga e São Miguel, e com a ‘Mais’, que vai operar com um cargueiro.
Anunciou, igualmente, que, neste momento, há 26 destinos, “o que é notável, porque há várias companhias que vão para muitos destinos, o que mostra a diversidade das rotas”, realçou a governante.
Berta Cabral falava, a propósito, da inauguração da rota entre Praga, na Chéquia e Ponta Delgada, que considerou “muito importante” para o destino Açores.
“Cada vez que uma nova companhia opera um dos aeroportos dos Açores, é sempre um motivo de grande satisfação para nós porque, obviamente, aumenta a conectividade, aumenta as oportunidades para o incoming do turismo e para o crescimento e desenvolvimento deste sector.”
A SmartWings vai fazer duas rotações semanais, o que é, no entender da governante, “uma operação muito robusta, porque das várias ligações que temos à Europa, nem todas têm duas rotações semanais, muitas apenas têm uma”.
Além das duas rotações semanais, “têm um período bastante alongado, na medida em que se inicia hoje (ontem) e só termina em Novembro. São mais de seis meses de operação. Estamos a falar de mais de 50 rotações com 10 mil passageiros na ida e mais 10 mil no regresso.”
Trata-se de uma operação “muito importante” a acrescentar àquilo que “já é um elevado nível de conectividade dos Açores ao exterior, principalmente à Europa e à América do Norte.”
“É mais uma companhia europeia que voa para os Açores directamente, com um conjunto de benefícios de bem-estar para os passageiros e também sem os constrangimentos do aeroporto de Lisboa,” disse.
Berta Cabral considerou mesmo esta uma rota “muito significativa, num novo mercado, um mercado que está a crescer bastante”, porque os turistas habituais do mercado do leste europeu, “fruto de todas as contingências que conhecemos, da instabilidade política, estão a procurar mercados seguros deste lado da Europa e, portanto, estamos exactamente com grandes crescimentos nesse mercado.”
O avião da ‘SmartWings’ veio completamente cheio e regressa a Praga com mais de um quarto do avião. “A minha expectativa era até que fosse vazio, pois este é o primeiro voo, mas não. Já leva quase mais de 25% do avião cheio numa primeira viagem, o que é óptimo. O que significa também que já está a criar oportunidades para nós, açorianos ou portugueses, partirem dos Açores para Praga, ou seja, para aquela zona da Europa. Tudo isto são boas razões para estarmos satisfeitos com esta operação, que é uma operação que alonga bastante o nosso Verão e, portanto, que também é muito favorável para a própria sazonalidade”.
“Porque a nossa sazonalidade, é bom que se diga, atenua-se alongando o período Verão, porque é sempre difícil, num sistema como o nosso e com a nossa estrutura de funcionamento com as escolas (…) nunca a sazonalidade será muito atenuada,” afirmou Berta Cabral.
“Outras companhias absorveram
tráfego da Ryanair…”
Respondendo a outras das questões colocadas pelos jornalistas, Berta Cabral, informou que a Ryanair tem, este Verão, a mesma operação que o Verão passado. E afirmou que a redução de voos da empresa low-cost no Inverno levou a que outras companhias absorvessem o seu tráfego, o que considerou “extraordinário.”
Portanto, disse, “essa questão de Ryanair é um bom sinal para nós percebermos que quando alguma companhia sai, há sempre outros que ocupam, há sempre a oportunidade de alguém ocupar o espaço deixado por essas companhias”.
A governante realçou que todos os operadores a operar nos Açores “estão satisfeitos. Pelo menos, o que nos transmitem é que há melhores perspectivas do que o ano passado, já crescemos 11% em Fevereiro, já crescemos mais de 9% em Março em dormidas, e ainda não entramos no Verão. Nós estamos, evidentemente, com muito boas expectativas relativamente a este Verão de 2024,” concluiu.
Um dos jornalistas colocou a questão de, actualmente, os voos para Lisboa estarem congestionados. E a este propósito, Berta Cabral elucidou que “quem monta a operação” é a Azores Airlines e a TAP que são as duas companhias que estão a voar, e a Ryanair que é uma operação já prevista”.
Ora, prosseguiu, “se eles virem que têm necessidade de colocar voos extraordinários, eles colocam, o Governo não interfere nas companhias que operam em regime livre. Cabe apenas às companhias fazerem a análise de como está a operação e se decidirem e perceberem que há rentabilidade suficiente para haver voos extraordinários, são elas que decidem isso,” respondeu.
A propósito das criticas de que é preciso promover mais os Açores no exterior, a governante respondeu que “estamos extremamente satisfeitos com os valores globais. Eu própria disse há pouco que todo tráfico do Ryanair que deixou de ser feito por ela foi absorvida pela Azores Airlines e TAP, ainda com saldo positivo no Verão. O resto, cada um tem de fazer promoção do seu tipo de alojamento, os hotéis também fazem, as casas açorianas fazem e o alojamento local certamente também fará”.
Outra das questões foi sobre se já estava definido um valor para as taxas dos bilhetes do subsídio de mobilidade. Berta Cabral respondeu que já tinha reunido com os ministros das Infra-Estruturas e das Finanças “e está a ser preparada uma portaria, mas ainda não temos o valor definido.” Revelou, em sequência, que o processo estará concluído dentro de uma a duas semanas.
SATA Holding coloca reservas e Conselho de Governo vai decidir se privatiza ou não a Azores
Airlines à New Tour MS Aviation
A Secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, Berta Cabral, afirmou ontem que o Conselho do Governo dos Açores vai anunciar, em breve a decisão da privatização, ou não, da Azores Airlines ao consórcio‘New Tour MS Aviation depois do parecer do Conselho de Administração da SATA Holding, entregue ao Executivo açoriano, manifestar reservas soe apontar as limitações do concorrente.
Questionada sobre se, agora, com as últimas notícias de que a Bestfly – que faz parte do consórcio – vai deixar de operar em Cabo Verde, é mais um motivo para preocupação, Berta Cabral afirmou que este “é mais um motivo que eu julgo que o próprio Conselho de Administração teve em conta.”
O relatório final do júri do concurso, manteve a decisão de aceitar apenas um concorrente mas colocou reservas quanto à capacidade do consórcio New Tour MS Aviation “em assegurar a viabilidade da companhia aérea açoriana.”
O júri, presidido por Augusto Mateus, recomendava ainda a Azores Airlines aprofundar e recolher mais informações acerca do concorrente.
Frederico Figueiredo/JP