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Veementes protestos

Primeiro protesto. Na passada Quinta feira, dia 25 de Abril, o mais antigo Jornal Português e o segundo mais antigo da Europa que dá pelo nome de Açoriano Oriental, publicou uma entrevista feita ao Doutor João Bosco Mota Amaral onde ele afirmou: foi o 25 de Abril e não o 6 de Junho que impulsionou a Autonomia. Evidentemente que, o jornalista, aproveitou esta “deixa” para a introduzir na primeira página.
Como o Doutor Mota Amaral muito bem sabe, eu fui um dos iniciadores daquela que se tornou a maior manifestação popular jamais realizada nesta terra. Por isso mesmo, como ele também sabe, eu não iria deixar passar em branco tal INVERDADE.
Por outro lado, a manifestação de 17 de Novembro, esta sim liderada pelo PPD/A, que era o partido do Doutor Mota Amaral, em número de manifestantes, ficou muito aquém da realizada a 6 de Junho de 1975.
Há ainda a acrescentar que, se não tivesse acontecido o 6 de Junho nesta cidade de Ponta Delgada, os Açores TODOS, estariam a ser governados por três governadores civis até à data de extinção de tal modalidade governamental, como aconteceu no território continental.
Não sei se o Doutor Mota Amaral se recorda que, foi logo a seguir ao 6 de Junho de 1975 que foi criada, pelo General Altino Pinto de Magalhães, a Junta Governativa que tomou conta dos nossos destinos, até serem constituídos os órgãos de governo próprio em 1976.
Por isso é que digo que, se não fosse o 6 de Junho, não teria havido oportunidade de construir, reconstruir ou melhorar, portos, aeroportos, escolas, hospitais, estradas etc, etc, nas nove ilhas desta Região.
Considero que, o 25 de Abril, foi a causa “remota” da realização do 6 de Junho. Isto porque, se não tivesse sido restituída a liberdade de expressão e de acção, não teria sido possível ela realizar-se. Como causa próxima foi o descontentamento da lavoura micaelense face à política de preços dos adubos e rações e ainda dos preços dos transportes marítimos então em vigor.
Mas, acerca desta matéria, convido o meu leitor a ler o editorial deste Jornal do passado Domingo assinado por Américo Natalino de Viveiros.
Está simplesmente magnífico, e escrito com verdade.
Segundo protesto. O Presidente da República de Portugal, no seu discurso do 25 de Abril na Assembleia da República, resolveu pedir desculpa aos governos das antigas províncias ultramarinas pelos crimes (?) cometidos pelas nossas forças armadas nos agora chamados PALOP’S.
Como ex-combatente da Zona de Intervenção Norte (ZIN) em Angola, de 25 de Outubro de 1963 a 27 de Dezembro de 1965, protesto, veementemente, contra tais declarações proferidas pelo Chefe Supremo das Forças Armadas Portuguesas.
Nesta matéria, também eu considero um insulto proferido por um senhor que até nem foi militar, talvez por ser filho de um Ministro e ex-governador no antigo regime.
Que desculpas pediram os vários governos dos PALOP’S às famílias dos quase dez mil militares que morreram naquelas paragens, cujos nomes constam do memorial do combatente em Lisboa?
Na parte que me toca, foram 13 camaradas meus que não regressaram, 7 dos quais foram esquartejados numa emboscada entre Bessa Monteiro e Baca, em Agosto de 1965.
Que crimes cometeram os que para a guerra foram para defender a soberania portuguesa naquelas paragens? Muitos deles, de modo especial os militares profissionais do quadro permanente, que foram duas, três, ou mais vezes defender a Pátria de então?
Não estará Portugal a pagar pelo que fez quando dá assistência médica, educacional ou outras às populações dos PALOP’S, incluindo as bebés brasileiras?
O deputado André Ventura foi bem claro na Assembleia da República quando apelidou o Presidente da República Portuguesa de traidor à Nação.
Não quero ir tão longe, mas que estou indignado, lá isso estou.
Francamente, não havia necessidade.
Por aqui me quedo!

Carlos Rezendes Cabral

P.S. Texto escrito pela
antiga grafia.
28ABRIL2024

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