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Entre o Sofrimento e a Esperançao

1- Depois do interregno de dois anos originado pela pandemia, o Senhor Santo Cristo volta a sair à rua, na senda do que já aconteceu o ano passado. Ontem foi dia de pagar promessas, e desse dia ficam imagens comoventes, como, por exemplo, a de uma família em que o pai estava a percorrer o campo do Senhor, com os joelhos a sangrar para pagar a sua promessa, e a mãe, por sua vez, segurava ao colo a criança nascida há pouco tempo. A imagem continha dois tons, um de dor pelo sacrifício que coube ao pai fazer… e a outra com raios de alegria que brotavam do olhar da mãe para a criança.São retratos que marcam quem os presencia, e provam a fé viva que ao longo de séculos arrasta tanta gente… para ver o Senhor passar.
2- Cada um vai observar o rosto da Veneranda Imagem e nele ver a piedade, a tristeza, e também o sorriso que o Santo Cristo dos Milagres ostenta. De todo o lado vem gente. Gente que não se conhece, mas que está unida por um sentimento espiritual que dá força, motiva e ajuda a curar e a suportar a dor e o sofrimento que está espalhado por todos os recantos do mundo.
3- A dor de hoje centrar-se na acção do ser humano, envolto no ódio, na guerra e na destruição que não escolhe pátria, hora ou local.
4- O sofrimento atinge todos os que querem trabalhar e não encontram emprego, em especial os jovens. Atinge, de igual forma, e com tamanha brutalidade, as famílias que sofrem devido ao alastramento do uso e abuso das drogas.
5- O sofrimento toca também aqueles que na sociedade, e vezes sem conta no seio da própria família, tudo fazem para que os idosos sintam que estão a mais e perderam a utilidade. São os novos marginalizados com o rótulo de validade ultrapassada.
6- O sofrimento exige esperança para podermos vencer os desafios que temos pela frente, e em tempos difíceis, as pessoas viram-se para a força espiritual que lhes possa valer, recorrendo, por exemplo, ao conforto que lhes transmite o olhar sereno da Imagem do Ecce Homo, e a ligação que com ela estabelecem, buscando cura para as feridas que acarretam.
7- A sociedade está virada para o mediatismo, esquecendo que de um momento para o outro podemos ser colocados perante perigos que não esperávamos, como por exemplo, o incêndio que aconteceu este Sábado no Hospital do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada.
8- Além da ligação que qualquer utente tem para com o seu hospital, há outras razões que no nosso caso, tomam a forma de uma lança no coração, ao saber-se que parte do hospital estava a arder.
9- É que participamos activamente naquele projecto, desde o lançamento da primeira pedra, até à construção de toda a sua estrutura.
10- Com o incêndio que aconteceu no hospital, prova-se aquilo que esquecemos quase diariamente, que é de um momento para o outro, que nos tornamos em resíduos insignificantes.
11- Por isso, é importante termos noção de que é fundamental alimentar a solidariedade entre pessoas e entre instituições, e que está em desuso. É preciso criar uma rede de ajuda pronta a ser accionada em quaisquer momentos difíceis como por exemplo, o que aconteceu agora no HDES.
12- A Santa Casa da Misericórdia de Ponta Delgada accionou, desde o início, tal como outras instituições, os seus serviços para acolher utentes que estavam no hospital e prestar o apoio possível noutras tarefas.
13- É a solidariedade a funcionar nos momentos difíceis! Resta pedir que o Senhor Santo Cristo dos Milagres ponha o seu manto para ajudar a reparar o que foi devorado pelo incêndio no HDES este Sábado dia 4 de Maio.

Américo Natalino Viveiros

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