A 11 de Fevereiro, neste espaço, escrevi ser um risco o modelo adoptado pela administração da SAD do Santa Clara para promover a equipa de futebol de sub 19 (juniores) à Primeira Divisão nacional.
O risco consistiu em construir uma equipa praticamente nova num espaço temporal muito curto. Foram 11 contratações entre o final do apuramento do campeão dos Açores (28 de Janeiro) e o início (10 de Fevereiro) da segunda fase da Segunda Divisão. Mesmo com um mini estágio no Continente, realizando 3 jogos seguidos para uma análise e conhecimento dos jogadores, o entrosamento efectivou-se com o decorrer da prova e não foi o adequado. Houve muito individualismo sem sucesso de alguns jogadores.
Num campeonato curto, com 10 jogos, é fundamental somar na primeira volta 9/10 pontos. O Santa Clara averbou 5 pontos em 5 jogos. Embora a distância para o terceiro classificado (última posição que garantia a subida) fosse de apenas 3 pontos, era indispensável ganhar 4 dos 5 desafios da segunda volta. A equipa só venceu um, empatou mais dois e perdeu mais duas vezes, resultando em 10 pontos no final, menos 7 do que o terceiro (CD Tondela) e menos 10 do que o vencedor da série Sul, o Casa Pia.
Ao longo dos jogos, ante adversários chegados àquela fase com 18 encontros, notou-se, principalmente nos primeiros, uma diferença no desenvolvimento colectivo.
O Lusitânia cometeu o mesmo erro na primeira época em que esteve nesta fase com o intuito de subir à Primeira Divisão. Para competir nas 10 partidas visando a ascensão de categoria, a Direcção assegurou 8 novos jogadores. A participação foi pior do que a do Santa Clara, porque apenas conquistou 2 empates.
De regresso às provas da AF Angra, ao participar no torneio regional de qualificação ao título açoriano em 2021/22, o Lusitânia já apresentou a maioria dos 12 jogadores contratados, 9 dos quais brasileiros. Com uma comunicação mais próxima da ideal, o Lusitânia terminou a fase nacional em 2.º lugar, permitindo a subida à Primeira Divisão, onde luta pela permanência nesta época.
Reconheço não ser atractivo para os jogadores do exterior da Região competirem num campeonato de ilha onde terão 4 jogos com maior grau de dificuldade. Mas se a SAD do Santa Clara mantiver a intenção de colocar a equipa no primeiro escalão de Sub 19, terá, forçosamente, de alterar a formação do grupo, agrupando-o mais cedo e de forma a terem tempo para definirem as estratégias a porem em campo.
LAPSO INVOLUNTÁRIO no Clube Futebol Pauleta vai retirar a brilhante vitória (1-0) da formação de Sub 15 obtida, na academia em Alcochete, no passado domingo, dia 28 de Abril, frente à equipa B do Sporting.
O jogo foi relativo à fase de apuramentos do campeão e das duas equipas que ascendem da Segunda à Primeira Divisão.
Os erros ocorrem, mesmo onde as estruturas estão melhor apetrechadas. O jogador Henrique Amen viu na partida anterior, com a UD Oliveirense, o quinto cartão amarelo, impedindo-o de entrar na ficha do jogo na partida seguinte por ficar suspenso com 1 jogo. O comunicado do Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol deu conhecimento na sexta-feira, dia 26 de Abril, da coibição de Amen estar no jogo.
Um descuido involuntário levou a que o jovem atleta fosse inscrito na ficha do jogo, apesar de não poder actuar devido a lesão. Sendo irregular a presença, o CF Pauleta deve perder o jogo, ser multado e o atleta ter a suspensão aumentada.
Há um mês dei conta de uma situação semelhante ocorrida no Desportivo de Rabo de Peixe, que levou ainda à subtracção de 2 pontos porque o erro teve lugar numa das últimas três jornadas. Nas contas finais não influenciou a já definida descida do Campeonato de Portugal.
OS SUB-18 DO LUSITÂNIA de basquetebol masculino viram confirmadas as faltas de comparência aos jogos do campeonato dos Açores, que se realizaram em Ponta Delgada entre 8 e 10 de Março.
A justificação para a ausência da equipa foi a falta de lugares nos voos da ilha Terceira para a ilha de São Miguel.
O Conselho de Disciplina da Associação de Basquetebol de São Miguel aplicou as três faltas de comparência e as derrotas por 20-0 em cada jogo, como demos conta neste espaço a 17 de Março.
A direcção do Lusitânia interpôs recurso para o Conselho Jurisdicional da Associação micaelense da deliberação do Conselho de Disciplina. Após as audiências e as diligências desenvolvidas, foi confirmado pela SATA da disponibilidade de lugares para a viagem ser efectuada na véspera do início da prova e nunca comunicou a indisponibilidade de lugares nos dias anteriores e posteriores ao torneio.
As datas do campeonato foram marcadas em Dezembro. O clube de Angra fundamentou o atraso na marcação das viagens porque só no fim-de-semana anterior o campeão foi encontrado.
O Conselho Jurisdicional, presidido pela jurista Ana Cunha, refere que a reserva dos voos poderia ter sido preventivamente garantida pelo SC Lusitânia e por isso não deu provimento ao recurso.
O Clube União Sportiva (na foto) conserva o título açoriano desta época ganho em campo sem a presença do Lusitânia e irá disputar a taça nacional.
Por abordar o basquetebol, realço o título regional da Associação Juvenil do Clube Operário Desportivo (AJCOD), obtido em Vila do Porto, na categoria de seniores femininos, ao derrotar as duas equipas marienses. Foi o segundo atributo consecutivo da equipa da Lagoa, que declinou estar nesta época na Segunda Divisão nacional.
O campeão de seniores masculinos foi o Fayal Sport Clube, que derrotou, em Angra do Heroísmo, o Terceira Automóvel Clube, o Vitorinos, da Praia da Vitória, e o Micaelense Basket Clube, último classificado com três derrotas.
Em Sub-14 masculinos o União Sportiva é campeão dos Açores com três folgadas vitórias, tendo, sobre o Vitorinos da Praia e o Fayal Sport, ultrapassado os 100 pontos. O Boa Viagem foi campeão feminino no mesmo escalão, ficando o União Sportiva em segundo.
MAIS DO QUE UM TORNEIO DESPORTIVO, o Clube União Mica-elense ao trazer anualmente a equipa cabo-verdiana da Associação Desportiva Maracanã, proporciona a angariação de material diverso para as crianças (Sub-11 anos) usufruírem de melhores condições de prática desportiva e até de vida.
Este ano foram mais de mil quilos de doações de materiais, de ajuda financeira e de brindes para as crianças oriundos de várias entidades e dos clubes locais.
O clube de Cabo Verde agradeceu publicamente ao União, a Fátima Moreira, que esteve na condução do processo, a Solange Ponte, a todos os açorianos e à SATA, por ter facultado graciosamente o transporte do excesso de carga (como a foto demonstra).
Refere a direcção do Maracanã que a participação no torneio tem proporcionado aos atletas “momentos de lazer, intercâmbio e interação com as crianças dos 4 cantos do mundo”.
Mais um exemplo de que o futebol também joga-se fora do campo. Estes gestos são muito mais do que uma vitória desportiva.
José Silva