Presidente do Conselho de Administração garante que as vistorias da área técnica estão em dia e há manutenção em todos os serviços hospitalares.
A Presidente do Conselho de Administrado do hospital do Divino Espírito Santo, Manuela Gomes de Menezes, afastou ontem rumores de que as manutenções da área técnica da unidade hospitalar não estavam em dia.
“Gostaria de deixar claro”, afirmou Manuela Gomes de Menezes, que “as últimas duas vistorias que foram realizadas ao quadro eléctrico geral, central do Hospital do Divino Espírito Santo, foram feitas em Novembro de 2023 e em Março de 2024. Isso significa que as vistorias estavam em dia. Nenhum equipamento existente no HDES não tem qualquer tipo de falta de manutenção. Todos têm a manutenção em dia e contratos de manutenção,” salientou.
Relativamente à extensão dos danos, a Presidente do Conselho do HDES explicou que a fuligem derivada do incêndio “comprometeu a qualidade da nossa água que se encontra em tanques à volta de todo o hospital, ou seja a fuligem entrou para os tanques. Houve necessidade de vaza-los por completo, limpa-los e voltar a enchê-los com água. Contamos que no final da próxima semana ter já parte desta rede de águas operacional.”
Afirmou que, relativamente ao sistema de controlo de ar, “o fumo também comprometeu todas as zonas técnicas de controlo de ar”.
Assim, água (fundamental para a hemodiálise) e ar ficaram sem possibilidade de serem utilizados no hospital de do Divino Espírito Santo.
Por sua vez, a Directora Clínica do Hospital de Ponta Delgada, Paula Macedo, salientou que “a prioridade”, nas instalações hospitalares, “será poder reactivar a unidade de oncologia e hemodiálise para poder garantir tratamentos prioritários, crónicos, de ambulatório destes mesmos doentes. Em termos de reactivação, não será ainda esta semana. Será provavelmente na próxima semana. Serão reactivadas essas duas unidades de que falei, oncologia e hemodiálise, mas vai ser feito de forma muito lenta,” avisou.
Paula Macedo realçou também que “já foi enviado um relatório, com um levantamento das necessidades, porque temos realmente necessidades para outros doentes, em termos de outros recursos que não vamos conseguir ter aqui na nossa ilha de momento, para a instalação de um hospital de campanha” das Forças Armadas portuguesas. “Realmente”, disse Paula Macedo, “isto é muito importante porque resolve-nos aqui, que é a capacidade de vagas. Ao serem evacuados os doentes, nós fomos sobrelotar essas instituições e portanto precisamos de nossas vagas e isso vai ser possível através de um hospital de campanha”.
Urgências na Ribeira Grande
A Directora Clínica do HDES afirmou, por outro lado, que “o centro de saúde do concelho da ribeira Grande não esta preparado para receber doentes ao nível dos cuidados que temos aqui no nosso serviço de urgência. Por isso, foi montado toda uma estrutura, com varias áreas de intervenção, quer médica, quer de medicina, quer de ortopedia, pediatria e pequena cirurgia em posto avançado numa área, o que implica, novamente, gasto de mobilizar recursos humanos que estão todos repartidos e garantem esta qualidade que nós dávamos aqui no serviço de urgência,” disse.
Assim, a retoma clínica no hospital de Ponta Delgada será feita de forma faseada e “muito lenta”. E Há duas áreas prioritárias: hemodiálise e oncologia, que devem reabrir na próxima semana. Nesta primeira declaração das responsáveis aos jornalistas, ficou também a garantia que as consultas vão ser retomadas, faseadamente, e serão, sobretudo nos próximos tempos, consultas telefónicas.
Urgências estendem-se ao Centro de Saúde da Lagoa para doentes com pulseiras azul e verde
Considerando a situação de calamidade pública regional declarada pelo Governo Regional dos Açores originada pelo encerramento do Hospital do Divino Espírito Santos de Ponta Delgada (HDES), a Unidade de Saúde de Ilha de São Miguel (USISM) informa que a partir das 16 horas de Quarta-feira, o Centro de Saúde da Lagoa dispõe de um Serviço de Atendimento Urgente (SAU) que funcionará todos os dias das 8h às 24h e que se destina ao atendimento de situações pouco urgentes (vulgo: azuis e verdes).
Este novo serviço é composto por dois gabinetes médicos e dois espaços para realização de intervenções de enfermagem e complementa a oferta de unidades de urgência já existente. Antes de se dirigirem a este serviço os utentes deverão ligar para a Linha de Saúde 808 24 60 24. O SAU do Centro de Saúde da Lagoa localiza-se no piso -1 e o acesso será feito pela entrada lateral no exterior do edifício (Rua Francisco Carreiro da Costa, 9560-105 Lagoa). A Unidade de Saúde dispõe de Unidades Básicas de Urgência abertas 24 horas por dia nos Centros de Saúde de Nordeste, Povoação, Ribeira Grande e Vila Franca do Campo e solicitamos que antes de se dirigirem a qualquer um destes serviços, contactem a Linha de Emergência 112 – Em caso de urgência e/ou acidente; e a Linha de Saúde Açores 808 24 60 24 – Para situações de doença aguda, descompensação de doença crónica ou outras situações.
Cerca de 140 doentes já foram transferidos da ilha de São Miguel devido ao incêndio no HDES
Cerca de 140 doentes já foram transferidos da ilha de São Miguel depois do incêndio que deixou inoperável o Hospital do Divino Espírito Santo. Estes doentes são hemodializados, grávidas, recém-nascidos e doentes a necessitar de cuidados intensivos. Foram transportados para Lisboa, Terceira, Faial e Madeira, ilha para onde foram 58.
O Hospital da Horta recebeu 25 doentes de hemodiálise que fizeram a diálise no passado Domingo, e recebeu ontem mais 9 que foram hemodializados.
Joana Decq Mota, Directora clínica do Hospital da Horta, afirmou à Antena 1 Açores que vai “precisar do reforço de equipas de enfermagem e de assistentes operacionais, de Ponta Delgada, na próxima semana. Para esta semana está assegurado com a equipa local.”
Para o Hospital de Angra do Heroísmo, na Terceira, foram 40 doentes: 9 para internamentos, 3 para cuidados intensivos e 28 para hemodiálise e a unidade hospitalar poderá receber mais doentes.
Rute Couto, Directora clínica do hospital da Terceira, disse que vai “montar uma nova enfermaria e estamos a ver um novo espaço que terá alguns equipamentos que serão necessários. E dependendo das valências que estão inoperantes no HDES e do tempo que elas vão estar inoperantes, poderá ter de ser feito um investimento em equipamento para dar resposta à população que neste momento está dependente de nós,” disse.
Há também doentes espalhados na ilha de São Miguel, pelo hospital da CUF, Unidade de Saúde de ilha de São Miguel, Clínica do Bom Jesus, Casa de Saúde de Nossa Senhora da Conceição, Casa de Saúde dos Homens e Santa Casa da Misericórdia de Ponta Delgada, para além dos Centros de Saúde.