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“Guardiões da Esperança”, excelente série

Por ocasião das festas em honra do Senhor Santo Cristo, a RTP Açores brindou o povo destas ilhas com “A Festa”, o terceiro episódio da belíssima série “Guardiões da Esperança”, um documentário com realização e produção de Bruno Correia.
Com este ingente trabalho televisivo, ficamos com a sensação que tínhamos regressado aos anos 90, anos de ouro na produção do Centro Regional dos Açores da RTP, onde pontuou com séries que deram volta ao mundo e teve grande sucesso não apenas dentro das nossas fronteiras, mas de todo o país que se rendeu ao exímio trabalho que encantou os telespetadores e guindaram a televisão açoriana para a ribalta dos festivais internacionais da especialidade.
Em 2022, após dois anos de retenção pela pandemia, a saudade e a emoção marcaram o regresso das Festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres à ilha e os documentários realizados por Bruno Correia foram uma pedrada no charco que a todos emocionou, mas que este ano, mais uma vez, diferenciou sobremaneira a RTP Açores na sua programação festiva.
O anúncio do regresso da série “Guardiões da Esperança” foi saudado e despertou muita curiosidade nos telespetadores, pelo que a espera da quinta-feira para nos sentarmos em frente ao ecrã da televisão pareceu longa demais, tal era a espectativa criada, face àquilo que foram os episódios anteriores. No entanto, ficamos arrebatados com o que vimos e o trabalho de Bruno Correia superou as altas espectativas criadas, ao ponto de querermos voltar a reviver cada ângulo, cada pormenor, cada emoção e sentimento de pertença a este culto multissecular.
Esta série documental é uma verdadeira obra-prima televisiva, que captura a essência e a devoção dessa celebração única nos Açores. Com uma meticulosa atenção aos detalhes, a série mergulha profundamente nas tradições, na história e na religiosidade que cercam este evento tão significativo para a comunidade açoriana.
Um dos aspetos mais impressionantes é a forma como ela consegue transmitir o ambiente comovedor dos bastidores da festa, transportando os telespectadores para o interior do vetusto convento, onde a devoção ao Senhor Santo Cristo é palpável em cada corredor, em cada gesto, em cada expressão dos que colaboram nas festas. A cinematografia de Bruno Correia é deslumbrante, capturando os momentos de fervor religioso, na procissão conventual prenhe de uma manifestação de fé com uma beleza estonteante.
Além disso, a série documental também se destaca pela sua abordagem detalhada dos elementos centrais que cercam a festa do Senhor Santo Cristo. Desde as ofertas dos lavradores, à preparação meticulosa dos tapetes de flores, até à iluminação feérica, nunca vista em outra parte do país, acompanham a celebração, e cada aspeto é explorado com profundidade e respeito, proporcionando aos espectadores uma compreensão abrangente e enriquecedora desta manifestação religiosa promovida por Madre Teresa da Anunciada, que faleceu já com fama de santa.
Outro ponto de excelência é a forma como a série dá voz a algumas pessoas que contribuem para festa, permitindo que partilhem as suas histórias pessoais, as suas crenças e as suas experiências emocionais. Um elemento fulcral das festas é a música, onde os relatos pessoais do Coral de S. José adicionam uma dimensão humana e emocional à narrativa, captando os espectadores de forma mais profunda com a celebração e com as pessoas que a tornam tão especial.
Toda a série documental “Guardiões da Esperança” é um testemunho do magnífico trabalho televisivo, combinando uma cinematografia deslumbrante, seja na abordagem detalhada da montagem do andor e das luzes, seja na sensibilidade emocional que cada pormenor nos proporciona, o que cativa e comove os espectadores. É uma obra que honra a devoção e a tradição, e que merece ser apreciada por todos aqueles que valorizam a riqueza da religiosidade popular açoriana.
Parabéns à RTP Açores, mormente ao produtor/realizador Bruno Correia e a toda a equipa que com ele levou por diante esta série, que ficará a marcar mais uma produção de excelência da nossa televisão regional.

António Pedro Costa

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