Edit Template

Jovem de 16 anos que ganhou a medalha de prata nas Olimpíadas Europeias de Ciências apela aos jovens açorianos para serem curiosos

O jovem açoriano de 16 anos da Escola Secundária Domingos Rebelo que conquistou a medalha de prata nas Olimpíadas Europeias de Ciências Experimentais, Afonso Enes Benevides, gostaria que o seu caminho profissional fosse algo ligado à Física, Química ou Informática. Em entrevista ao Correio dos Açores, Afonso Benevides explica como foi a sua preparação antes da chegada ao Luxemburgo e como surgiu o seu gosto pelas ciências e qual é a sua preferência entre Física, Química e Biologia, as três áreas das Olimpíadas Europeias de Ciências Experimentais.

Correio dos Açores – Conquistou a medalha de prata nas Olimpíadas Europeias das Ciências Experimentais, medalha de bronze nas Olimpíadas Nacionais de Física e prémio de mérito nas Olimpíadas Nacionais de Biologia. Pode considerar-se que a obtenção destas medalhas resulta de um trabalho de equipa onde uns se distinguem mais do que outros?
Afonso Enes Benevides (Medalha de prata nas Olimpíadas Europeias de Ciências Experimentais -EOES) – Acredito que cada um tem alguns “talentos” individuais e gostos por certas áreas, pelo que, quando se trata de uma prova em equipa, como nas EOES, é essencial não ignorar estas competências, mas sim tirar o máximo proveito, contribuindo para o maior sucesso do grupo. No entanto, na equipa, apesar de cada um ser designado uma área para a resolução da prova, é importante lembrar que tivemos uma preparação semelhante, pelo que a comunicação durante a prova é importante para a resolução eficaz dos problemas.

Conquistou a medalha de prata nas Olimpíadas Europeias das Ciências Experimentais, no Luxemburgo. Qual foi a sensação?
Na entrega de prémios, eu e a minha equipa não estávamos ainda seguros do resultado, pelo que ficámos felizes quando a entrega das medalhas de bronze acabou, visto isto significar que ganharíamos pelo menos a prata. Ainda assim, não esperávamos o 9.º lugar, 2.º da prata, e a cada prémio que era entregue mais ansiosos e entusiasmados ficávamos. Senti-me recompensado pelo esforço prestado, tanto nas provas em si, como nas preparações, o que ainda me motiva mais a participar neste género de competições.

Como se preparou para as Olimpíadas Europeias das Ciências Experimentais?
Ao longo de cinco fins-de-semana, reuníamos em Lisboa para as preparações das diferentes áreas, na Universidade Nova, para Física e Química, e no INIAV, para Biologia. Nestas preparações estavam presentes tanto professores universitários, como profissionais nas diferentes áreas, em que apesar de termos alguma formação teórica, o foco era essencialmente na parte prática, visto as provas prestadas no Luxemburgo terem uma grande componente prática. Por vezes, era também preparado na minha escola, pelo professor Eduardo Pinto e Paula Lezaola, que também me acompanharam nas viagens, e a quem tenho muito a agradecer. Tratando-se já do 2.º ano em que participo nas EOES, sinto que tinha, desde o início, muito mais conhecimentos, tanto teóricos como práticos, o que penso que também se aplica aos meus colegas, daí os resultados obtidos.

Venceu as Olimpíadas Nacionais de Biologia e conquistou a medalha de bronze nas Olimpíadas Nacionais de Física. Como se preparou para os regionais e nacionais?
Como referido anteriormente, nas Olimpíadas de Biologia obtive o prémio de mérito. Para estas provas, o conteúdo que poderá ser avaliado reside principalmente no que é dado no ensino regular, pelo que revia principalmente a matéria dada até então, resolvia as provas de anos anteriores, de modo a avaliar que tópicos tinha mais dificuldades, para então poder trabalhá-los.

Quando surgiu o seu gosto pelas ciências experimentais (Física, Química e Biologia)?
Desde que me lembro, sempre gostei muito da ciência. Quando eu era mais novo brincava muito com kits de experiências, mas sinto que comecei a dedicar-me mais a esta área quando entrei no terceiro ciclo, já que as diferentes disciplinas começaram a ser ainda mais exploradas. Ademais, fiquei entusiasmado quando conheci as Olimpíadas; a primeira em que participei foi nas Olimpíadas de Física no 9º ano.

Dentro das três áreas, qual é a sua favorita? Porquê?
Apesar de gostar das três, tenho uma preferência especial pela Física, visto que aprecio a componente teórica e a generalidade com que esta se pode aplicar, desde o Universo até a partículas subatómicas. Para além disto, está muito associada à Matemática, que é outra área que gosto, e, ainda, apresenta-se desafiante, o que torna a aprendizagem e a resolução de novos problemas entusiasmante. Contudo, gostaria ainda de referir que a colaboração entre as diversas áreas é crucial para o desenvolvimento do conhecimento científico.

O que ambiciona ser no futuro?
Ainda não tenho total certeza qual caminho profissional a seguir, no entanto, actualmente, gostaria que fosse algo ligado à Física, Química ou Informática. Durante as preparações conheci a Universidade Nova de Lisboa, e gostaria de lá estudar.

Pretende deixar alguma mensagem que seja relevante no âmbito desta entrevista?
Uma mensagem à qual foi dado muito valor e referida nestas olimpíadas foi Stay Curious, ou “continuem curiosos”, que o investigador do INIAV, José Matos usou aquando da realização da EUSO em Portugal. Para mim, esta frase tem muita importância, visto a curiosidade motivar uma contínua aprendizagem.

Filipe Torres

Edit Template
Notícias Recentes
Excedente comercial dispara na zona euro com acordo com os EUA a impulsionar exportações
Projecto nacional estuda relação e impactos dos espaços verdes e azuis na população
Mistério de 25 anos na doença de Crohn desvendado por IA
Universidade dos Açores marcou presença no 2º Encontro de Qualidade do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos
Obras no Campo de Santo António retomadas após suspensão por mau tempo
Notícia Anterior
Proxima Notícia
Copyright 2023 Correio dos Açores