Homenagem a Mota Amaral
“Não é a democracia que faz o democrata, são os democratas que fazem a democracia”, afirmou dirigindo-se ao Presidente Fundador do partido, João Bosco Mota Amaral, numa homenagem pelo património legado.
“Antes de o ser [fundador do então PPDA], já era um democrata que construiu no País e no velho regime dois elementos dos quais não podemos prescindir e são património próprio e património do PSD/A”, enalteceu.
“A sua veia democrática, independentemente do regime, transformou o regime de ditadura e trabalhou para um regime democrático”, prosseguiu.
“Tem um carisma pelo amor ao seu povo, o povo açoriano, ao entendimento dos Açores, as suas nove ilhas, da diáspora, da identidade de Região e, por isso, a causa autonómica, a causa de criar órgãos de governo próprio em democracia e em autonomia política para elevar o desenvolvimento dos Açores”, vincou.
Aos mais jovens, José Manuel Bolieiro deixou um apelo à participação política: “a Autonomia e a democracia não são dados adquiridos imutáveis, nem sequer cristalizados numa solução que não tem volta atrás”.
“Há riscos. Todos os dias, das gerações de fundadores até às gerações de último minuto, têm de estar atentas à defesa da democracia, à defesa da Autonomia e ao orgulho destes valores e destas causas”, destacou.
“No quadro central da democracia”
“Não estamos nem à direita, nem à esquerda. Estamos num quadro central de democracia. Democratas solidários por todo o sentimento integral qualquer que seja a sua condição socioeconómica, numa visão holística da sociedade”, sublinhou.
“Este partido abraça democratas, abraça quem ama a liberdade, quem ama a dignidade e a igualdade pelo respeito da dignidade humana e quem ama a solidariedade e a fraternidade para que todos tenham cabimento no nosso desenvolvimento”, concluiu José Manuel Bolieiro.
No seu discurso, o Presidente do PSD/Açores deixou ainda uma homenagem e um aplauso a todos os antigos líderes social-democratas que o antecederam desde João Bosco Mota Amaral, a Álvaro Dâmaso, Costa Neves, Manuel Arruda, Victor Cruz, Berta Cabral, Duarte Freitas e Alexandre Gaudêncio.
Por fim, apelou à “participação massiva” dos açorianos nas próximas eleições europeias de 9 de Junho, salientando que a “política europeia é também a política interna dos Açores”, destacando a importância de eleger Paulo do Nascimento Cabral, o candidato açoriano da lista nacional da AD – Aliança Democrática.
Comemorações hoje no Teatro
A primeira sessão pública para comemorar os 50 anos da fundação do PSD/Açores realiza-se hoje no salão nobre do Teatro Micaelense, às 20H30, com entrada livre à população em geral.
Os antigos líderes do partido na Região deverão marcar presença neste evento comemorativo, presidido por José Manuel Bolieiro, que inclui o lançamento da obra “Livro de Ouro do PSD/Açores”. Este livro reúne os testemunhos dos sucessivos líderes social-democratas: João Bosco Mota Amaral (1974-1995), Álvaro Dâmaso (1995-1997), Carlos Costa Neves (1997-1999 e 2005-2009), Manuel Arruda (1999-2000), Victor Cruz (2000-2005), Berta Cabral (2009-2013), Duarte Freitas (2013-2018), Alexandre Gaudêncio (2018-2020) e José Manuel Bolieiro (desde 2020). Durante os 50 anos que agora se completam, o PSD/Açores elegeu nove líderes, reuniu 25 congressos, disputou 13 eleições legislativas regionais, 18 eleições legislativas nacionais, oito eleições legislativas europeias e 13 eleições autárquicas (vencendo 154 câmaras municipais e 1.182 juntas de freguesia).
A reunião fundacional do PSD/Açores, então PPDA – Partido Popular Democrático Açoriano, ocorreu a 14 de Maio de 1974, no salão paroquial da Fajã de Baixo, em Ponta Delgada, já sob a liderança de João Bosco Mota Amaral, que assumiria a presidência dos primeiros cinco governos regionais, de 1976 a 1995.