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Aprovisionem o Multibanco do Mercado da Graça

Poderia neste artigo voltar a insistir naquela que é a situação castradora para os comerciantes e penalizadora para os clientes no mercado da Graça, com obras, desde 2021, que atingem já os 2,7M€, a que se adita o prometido 1 M€ como indeminização aos comerciantes.
Porém, este artigo pretende abordar algo que é útil no Mercado da Graça e que não depende de planos de arquitetura ou planos de especialidade, de espaço para estacionamento ou de informações aos clientes, mas sim da simples e boa gestão do espaço. Refiro-me às contínuas ausências dos abastecimentos de dinheiro no Multibanco.
No mercado da Graça existem dois postos de Multibanco. Um no rés-do-chão e outro na cave. Há, pelo menos, dois sábados seguidos, entre outros alternados, que o multibanco no rés-do-chão não permite levantar dinheiro. O multibanco da cave está encerrado há meses. Esta situação retrai os clientes, os já poucos, residentes e turistas, a consumirem no mercado municipal.
Uns poderão pensar que a situação é de fácil resolução. Os comerciantes que possuam máquina multibanco! Duas razões desaconselham esta prática: a primeira, é que a essência dos mercados municipais, com comerciantes, com capacidades diferentes, é a do pagamento a dinheiro; a segunda, é por que, a maioria dos comerciantes, são pequenos comerciantes, de vendas apenas aos sábados, sem condições para possuir uma máquina de pagamento automático que está sujeita a taxas ao banco que a fornece e os custos de manutenção.
Escrever sobre o carregamento de uma máquina de multibanco pode ser considerado política de freguesia. Até pode ser. Para mim, é política que interessa às pessoas. Seja de freguesia, municipal ou regional.
E porque interessa às pessoas? quem frequenta o mercado da Graça, por necessidade e, com as condições que este possui, muito por amor ao espaço e consideração pelos comerciantes locais, percebe os constrangimentos que a falta de carregamento no Multibanco provoca aos clientes e aos comerciantes.
Permitam-me partilhar um caso, entre muitos que vejo em vários sábados: uma das bancadas de venda de peixe, no rés-do-chão, para não perder clientes e ganhar o seu dia, após vender e amanhar o peixe, o senhor já com provecta idade acompanha o cliente, descendo dois lances de escada, à cave para recorrer à solidariedade de um colega ( a ambos por reserva não refiro os nomes) que efetua o pagamento na sua máquina de pagamento. O agradecido volta a subir os dois lances de escadas com o dinheiro, para voltar a fazê-lo minutos depois. O cliente com o peixe amanhado e fresco, depois de uns passos a mais, e visivelmente, com ar incomodado.
A empresa bancária, que não refiro o nome, no igual respeito que me merecem os comerciantes, que explora as duas caixas multibanco falha na sua missão empresarial e social. Por vezes, no arauto das publicidades milionárias que proclamam a responsabilidade social e proximidade da banca ao comércio local, esta falha no simples abastecimento das máquinas.
A inação da gestão do mercado da Graça falha quando, também, não garante o abastecimento das caixas multibanco, ainda por cima nas dificuldades que os comerciantes vivem.
São 3033 caracteres escritos por respeito ao espaço e aos comerciantes que do mercado da Graça tiram o seu ganha pão. Escreveria outros tantos caracteres para propor soluções para o lamentável estado do mercado da Graça. Uma delas era a proposta de os comerciantes voltarem ao rés-do-chão do mercado até ao final do verão, algo que já poderia ter acontecido em janeiro de 2023. Agir, sempre, pelas pessoas e suas necessidades.

Sónia Nicolau

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