Assíduos questionavam onde
estiveram tantos adeptos?
O número oficial de espectadores no jogo entre o Santa Clara e o União de Leiria, foi de 7.443, o máximo desta época. Foram vendidos 8 mil bilhetes, mas a contabilidade das quatro portas de entrada deu menos 557 pessoas. Foram visíveis muitas cadeiras vagas, impedindo algumas dezenas de interessados de assistirem ao encontro. Alguns que não chegaram ao interior do Estádio concentraram-se na estrada regional, num muro que permite a visão de grande parte da área do jogo. Mais tarde um grupo teve acesso às senhas de acesso e entrou.
Na zona destinada aos adeptos da equipa adversária esteve uma comunidade próxima das 50 pessoas ligadas ao União de Leiria, ficando mais de dois mil lugares disponíveis. A lotação actual do estádio é de 12 mil lugares utilizáveis, das 13 277 cadeiras existentes.
Tratando-se de um jogo de risco, a Polícia não permitiu a permanência de pessoas na bancada norte, que na mudança das cadeiras antigas para as novas ficou em cimento.
Alguns dos adeptos e associados que marcam presença assídua aos jogos, questionavam onde estavam os adeptos do Santa Clara que apareceram domingo e o porquê de em jogos anteriores não terem manifestado o apoio à equipa, guardando-o só para a partida decisiva para a conquista do título.
A resposta assenta no interesse despertado para determinados jogos, quando estão em causa decisões. Os desafios com mais assistentes foram com o Marítimo da Madeira (3 197), com o FC Porto B (3 049) e com o Nacional (3 018).
Quarta melhor assistência da Liga
O número de pessoas presente no jogo da consagração foi semelhante ao que o Santa Clara disputou em 6 de Maio de 2018, com o Real SC, que garantiu a subida como segundo classificado da época de 2017/18. O encontro foi da penúltima jornada, ganho pelo Santa Clara por 3-0.
Devido ao licenciamento do estádio de São Miguel registado na Liga e às condições de segurança oferecidas, o limite permitido de espectadores naquela época foi de 4 mil pessoas. No entanto, foi permitida a entrada de um maior número de assistentes, que acabou por rondar as 7.000. Número muito semelhante ao do último Domingo.
Há seis anos, pelo número oficial de espectadores, a Liga atribuiu 38.591 presenças nos 19 jogos, já que naquela temporada o campeonato foi disputado por 20 clubes. Com os três mil a mais, o número final cifrou-se em 42.591, sendo o segundo clube com mais assistentes, a seguir à Académica de Coimbra, que juntou 91.255 indivíduos.
O número oficial de espectadores aos jogos do Santa Clara nesta ano desportivo no Estádio de São Miguel foi de 36.227, com a média de 2.131/jogo e ocupando 31,38% da capacidade.
Entre as 18 equipas participantes, o Santa Clara acabou por ser o quarto clube com melhor assistência, muito longe do Marítimo, que albergou no seu estádio 124.445 (o sétimo das duas Ligas), e do União de Leiria, com 98.115. O Paços de Ferreira foi terceiro com mais 215 pessoas do que o clube de Ponta Delgada. O Nacional da Madeira recebeu 35.458 espectadores.
Fila longa
Com as duas portas abertas para a bancada poente, onde se situa a tribuna, a entrada fluiu, mesmo com as vistorias a cada pessoa.
O mesmo não se passou para quem teve de ir para a bancada nascente, a chamada bancada Açores. Com uma única entrada, a fila prolongou-se até quase à Rua Duarte Borges. Cerca de meio quilómetro de extensão.
Passavam 20 minutos do apito inicial quando as últimas pessoas derem entrada no campo. Uma observação com o intuito de ser corrigida nos jogos que irão atrair mais pessoas.
Receita para os Bombeiros
Como foi amplamente divulgado, a receita reverteu para a Associação Humanitária dos Bombeiros de Ponta Delgada, que tomou o lugar do hospital, a primeira entidade pensada pela Administração e Direcção do Santa Clara.
Até ao momento da escrita deste apontamento, não foi divulgado o montante recolhido, onde se incluem donativos extra, como o de uma senhora das Bermudas, que doou 200 dólares.
Antes do jogo, o público presente associou-se à homenagem que clube e SAD prestaram aos bombeiros, perfilados, no relvado, em frente à tribuna.
Sexto melhor relvado
O relvado do Estádio de São Miguel teve outra uma boa nota, atendendo ao bom comportamento apresentado.
A equipa avaliadora atribuiu 4.25 no jogo com o União de Leiria. O acumulado foi de 65,62 pontos nos 17 jogos do campeonato., numa média de 3,65. Foi o sexto melhor relvado da Segunda Liga.
O melhor relvado foi o do estádio do Paços de Ferreira, com a média de 78,50 em 22 jogos, pelo facto de o Lank Vilaverdense tê-lo utilizado por cinco vezes.
Em segundo ficou o campo da academia do Benfica, no Seixal, onde jogou a equipa B. Recebeu 78,38 pontos. Terceiro o União de Leiria com 77,38; quarto o AVS com 72,12 e quinto melhor relvado o do estádio Luís Filipe Meneses, “casa” do FC Porto B, com 69,52 pontos.
Cláudio sem André
Mais uma vez André Almeida não foi nomeado para estar como árbitro assistente de Cláudio Pereira, o árbitro da AF Aveiro que dirigiu, Domingo, a partida que definiu o título para o Santa Clara.
O único árbitro açoriano nas ligas profissionais auxiliou Cláudio Pereira em 20 dos 24 jogos para que foi indigitado nesta época. Nunca com a presença do Santa Clara, por ser da mesma Associação de Futebol, a de Ponta Delgada. Nesta e em anos anteriores. O que não sucede com outros árbitros pertencentes às Associações com a intervenção dos clubes também nelas filiados.
Para além do jogo com a União de Leiria, Cláudio Pereira apitou os encontros do Santa Clara com o Marítimo, na Madeira, relativo ao campeonato, e com o FC Porto, a parte que faltava dos quartos de final da Taça de Portugal.
André Almeida esteve inserido na equipa de Cláudio Pereira em dois jogos da Segunda Liga e em 18 da Primeira. Nas outras quatro partidas teve como árbitro principal Hélder Carvalho, por duas vezes, e por um jogo João Gonçalves e David Silva.
Sata “cumprimentou”
A segunda parte estava a meio quando um avião Dahs 8-Q400 da Sata Air Açores, em aproximação à pista do aeroporto de Ponta Delgada, voou mais baixo, muito próximo do estádio de São Miguel, cumprimentando o novo campeão, que, na altura, já vencia por 1-0.
Os olhares concentraram-se momentaneamente no avião e alguns recordaram-se do dia 16 de Maio de 1999, quando o Santa Clara defrontava o Penafiel e o helicóptero de Luís Pimentel voava em círculos por cima do campo, acabando por aterrar no relvado quando o jogo terminou com a vitória por 5-3. Tinha sido dado um passo decisivo para a primeira subida à Primeira Liga, consumada 15 dias depois.