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Administração do Hospital de Ponta Delgada alerta Governo dos Açores para a necessidade de instalar bloco operatório modular junto ao HDES

A Presidente do Conselho de Admi-nistração do Hospital do Divino Espírito Santo, Manuela Gomes de Menezes, alertou ontem que o valor preliminar de 24 milhões de euros para operacionalizar as situações de maior urgência da unidade hospitalar vai evoluir com o tempo face às novas circunstâncias que se vão colocando.
“Desde o dia do incêndio que o hospital teve a preocupação de criar um centro de custos, em termos contabilísticos, para conseguirmos contabilizar não só os danos que foram, efectivamente, causados pelo incêndio, mas também para contabilizarmos todos os custos que decorram desta operação que foi necessário montar para que os nossos doentes continuem a ter os cuidados necessários de actividade assistencial”, começou por dizer.
A Presidente do Conselho de Administração dividiu os 24 milhões de euros em duas rubricas. “A primeira diz respeito à reposição efectiva das nossas instalações, instalações eléctricas e todos os equipamentos que não estejam, efectivamente, em condições de laborar em consequência do incêndio. E é importante referir que nós temos um hospital que está dividido por seis instituições de saúde. Temos colaboradores divididos por essas seis instituições e, como tal, os custos têm que ser, obviamente, muito mais elevados pelo facto de estarmos completamente dispersos.”
Essa dispersão, prosseguiu, “leva, efectivamente, ao aumento dos custos (…) e estes 24 milhões que foram apresentados no Sábado à nossa tutela, é um valor que vai ser constantemente revisto. Naquele Sábado eram 24, hoje não são 24 milhões, serão mais. Isto porque todos os dias surgem situações diferentes.”
E Manuela Gomes de Menezes deu um exemplo: “Por termos funcionários a trabalhar em várias localidades, tivemos de criar um sistema de transporte para estas pessoas. Para além disso, é necessário prestar e dar alimentação aos nossos doentes. Há inúmeros custos que não são custos directos que advém do incêndio, mas que são provenientes da continuidade da laboração,” disse.

A cozinha ardeu no incêndio

A Presidente do Conselho de Administração afirmou aos jornalistas que o incêndio no posto de transformação eléctrico do HDES estendeu-se à cozinha da unidade hospitalar que ardeu toda. “Isso significa que vai ser necessário repor a nossa cozinha na totalidade.”
“Nós temos um aumento considerável de consumo de material clínico, material cirúrgico, como podem perceber. Até à reposição da actividade da nossa lavandaria tivemos que recorrer a inúmeras identidades para lavarem a nossa roupa, pois roupa hospitalar não se lava em todos os sítios”, disse e prosseguiu: “Estamos a ter sobrecustos a nível de telecomunicações e de vigilância. E importa também referir que como tivemos de assegurar férias e folgas dos nossos colaboradores, houve a necessidade de criação de uma bolsa não só de médicos e de enfermeiros, como de técnicos superiores de diagnóstica e terapêutica para assegurar a laboração e a continuidade dos cuidados assistenciais a todos os nossos doentes.”
“A mensagem que é importante passar, efectivamente, a todas as pessoas é que nós estamos completamente dispersos e pelo facto de estarmos dispersos, estes custos vão ser sempre dinâmicos. No final de Maio, o valor será outro; em Junho, muito provavelmente terá outro valor…”, referiu Manuel Gomes de Menezes.

Urgente bloco operatório
modular junto ao HDES

Quando um dos jornalistas colocou a questão de se instalar um hospital modular junto ao HDES, a Presidente do Conselho de Administração respondeu logo que, neste momento, “o bloco operatório está completamente inoperacional dentro do HDES. Quanto à previsão da abertura, não temos esta varinha mágica que nos permita efectivamente dar datas, nem podemos adiantar datas para que depois não estejamos aqui a incorrer em inverdades, nem voltar para trás com essas estimativas.”
“Corroborando aquilo que a Dr. Paula Macedo (Directora Clínica do HDES) disse e muito bem, nós temos muito poucos blocos operatórios e necessitamos de mais blocos operatórios para operar,” afirmou Manuel Gomes de Menezes.
Ora, “dentro desta solução de uma estrutura modular, como nós estamos vindo a falar, esta solução está mesmo em cima da mesa e acredito que tenhamos uma resposta positiva muito breve trecho, o que nos vai permitir ter mais um bloco operatório a funcionar, que nos permitirá naturalmente realizar mais cirurgias, não só de urgência e de emergência, mas também programadas.”
A construção desta estrutura modular depende, “unicamente” de uma decisão da Secretaria Regional da Saúde.
“Dentro das soluções para o nosso hospital, elas têm que passar, realmente, por uma solução de capacidade cirúrgica para os nossos doentes. Daí já temos falado e apresentamos algumas soluções que estamos a aguardar a resolução em termos de tutela, se realmente vão ser viáveis ou não, mas a preocupação está veiculada e sabem que realmente temos essa dificuldade relativamente a esta parte de capacidade cirúrgica”, sublinhou Paula Macedo
“As nossas equipas
não estão paradas…”

Apesar desta espera pela solução dos móidulos, Manuela Gomes de Menezes deixou claro que “as nossas equipas não estão paradas…”
E a Directora Clínica, Paula Macedo explicou: “Se nós falamos que, realmente, o hospital está repartido por várias instituições e se temos dois postos de urgência, significa manter duas escalas de urgência, portanto os recursos que já eram limitados para manter uma urgência aqui em presença física no nosso HDES”, ficam mais limitados.
“Nós não temos ninguém parado, bem por contrário, até precisamos de fazer desfasamento de horário, há colegas a cumprir o seu horário por livre vontade em horários nocturnos visto que precisamos de ter a garantia de permanência 24 horas nessas várias unidades de saúde,” elucidou.
Aliás, completou, “estamos a lutar é por falta de elementos…”
“Tanto que estamos em dificuldade que necessitamos de prestação externa, de serviço de colaboradores para além daqueles que habitualmente já nos ajudavam. Porque temos especialidades aqui que garantem um serviço 24 sobre 24, mas que são unitários, ou seja, só têm um único especialista e, portanto, um especialista a ser repartido por ‘n’ instituições, não se compadece. E precisamos realmente de ajuda. O cenário é completamente diferente, estamos com falta de recursos humanos, precisamos de colaboradores e estamos à procura e a agilizar para que isto ocorra, principalmente porque sabemos que, a partir do hospital, toda a sua actividade vai haver um desgaste adicional desses mesmos profissionais, e não estou a só falar da classe médica…”
Ou seja, completou, “não é possível manter o hospital desta forma durante muito tempo. Tem que haver uma solução, foram apresentadas algumas soluções por parte da Direcção clínica e também corroboradas pelo Conselho da Administração e estamos realmente urgentemente à espera dessas soluções e digo outra vez soluções para a resolução.”
O jornalista insistiu se os módulos já chegaram a Ponta Delgada e Manuela Gomes de Menezes reafirmou: “Nós estamos à espera de uma resposta da tutela relativamente a essa solução modular. Dó depois da tutela dizer que efectivamente vamos ter estes módulos, é que efectivamente acreditamos que estes vão chegar…”

Consultas presenciais
em Pediatria

A Directora Clínica do HDES, Paula Macedo informou que, a partir da próxima semana, o serviço de pediatria do HDES, retomará as consultas presenciais.
Foi já criada uma linha telefónica para Unidade de Saúde de Ilha de São Miguel, chamada Pediatria USISM e o número depois será veiculado pelas redes sociais do HDES e pela própria USISM. Esta linha “serve precisamente para dar apoio aos pais destas crianças relativamente ao agendamento das consultas, da realização de exames e, portanto, neste sentido é mais um apoio, mas também aqui na consulta de pediatria os pais devem aguardar o contacto prévio da instituição. Neste caso, apesar de estarem na USISM, já sabem que a equipa é HDES e que, portanto, o contacto será do HDES,” elucidou.
Por sua vez, o bloco de partos “mantém a sua média normal. Nós tínhamos uma média de nascimentos diários de três e mantemos a mesma. E isso é completamente entendível porque não há qualquer possibilidade de enfrentar ou nem aumentar e, portanto, estamos na média habitual.”
Em termos de Oncologia Médica, o serviço retomou a normalidade de funcionamento. A média de sessões, antes do incêndio, era de 19 e, actualmente, está a ser de 12. “portanto”, afirmou Paula Macedo, “rapidamente vão atingir a sua normalidade”.
Por outro lado, o Serviço de Medicina Física e Reabilitação reactivou toda a sua actividade assistencial no seu local físico, no HDES, “e retomaram, portanto, consultas e tratamentos e, neste sentido, está a ser uma boa resposta para os nossos doentes que que necessitam de fisioterapia e deste tipo de tratamento.”
Apesar deste serviço ter ficado, temporariamente, sem local de trabalho, “os seus profissionais de saúde deram sempre a assistência aos doentes que necessitavam desta área de medicina física e reabilitação nas várias instituições de saúde onde o Hospital Divino Espírito Santo está repartido,” informou Paula Macedo.

Ligar para a linha Saúde
ou para o 112

Paula Macedo alertou que “importa sempre salientar que em relação à população em geral, sempre que haja necessidade urgente ou emergente de recorrer aos postos de urgência, os contactos telefónicos deverão ser feitos para a linha de Saúde Açores, ou para a linha do 112.”
“É muito importante esse tipo de procedimento para não sobrelotar as urgências. Ter a noção, por exemplo, que o Serviço de Urgência do Centro de Saúde da Ribeira Grande, que foi reforçado com a equipa do HDES, está a ter uma média nunca observada de mais de 200 utentes por dia. Portanto, significa que nós temos que estar preparados para a tal média de 300 a 350 utentes diários,” realçou.
E o Conselho do HDES não se cansa de agradecer aos profissionais de saúde o trabalho que têm desenvolvido. Agradecer a “todas as carreiras profissionais que trabalham na unidade na nossa instituição, no Hospital Divino Espírito de Santo, realmente reconhecer o seu trabalho incansável, porque só com esse trabalho é que realmente podemos estar aqui todos e a dar alguns resultados positivos à nossa população e com a esperança que realmente vamos melhorar em termos de futuro.”

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