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Eleições Europeias – Açores – Valem Pouco!

“Não valem mais do que 12 mil votos. Não é uma fortuna”.

Nas anteriores eleições para o Parlamento Europeu ocorridas em 2019, um conhecido comentador político açoreano escrevia:
O episódio “Rio Vs Mota Amaral” é apenas mais um. Mais virão. A não ser que…
Referia-se à posição atribuída ao Dr. Mota Amaral na lista de deputados pelo PSD naquele ano.
Considerando que o lugar não seria elegível, aquele histórico Açoreano Pai da Autonomia e fundador do Partido em questão, rejeitou integrar a referia lista.
A liderança do PSD/Açores da altura depois de acusar a direcção nacional do partido de dar “um papel de segunda” à estrutura local, ao oferecer o oitavo lugar na lista às europeias, admitia que poderia não haver campanha no arquipélago.
Mais tarde vieram mesmo a confirmar que o PSD/Açores não iria fazer campanha eleitoral para as europeias, sublinhando que a defesa dos superiores interesses dos Açores estariam acima de tudo e só depois é que surgiria o partido.
Tudo isto ocorria depois do líder do PSD Rui Rio numa entrevista à Antena 1 ter deitado mais achas para a fogueira ao afirmar que os Açores não valiam mais do que 12 mil votos, acrescentando de seguida: “Não é uma fortuna”.
Tinha razão o comentador, uma vez que em 2024, tal voltou a ocorrer.
Dito isto, é oportuno recordar que nestas eleições, a abstenção de 80 % nos Açores tem batido todos recordes, tanto na Madeira como em Portugal e quiçá em todo o espaço europeu.
Como já não bastassem os outros indicadores, que colocam os Açoreanos, em lugares que os deviam envergonhar a todos, quer por inacção, omissão e pior, pelo silêncio.
A abstenção deverá ser evitada, no espírito de cidadania duma sociedade que se pretende Livre e Democrática.
A não ser que, outros valores passem a estar em causa, como sejam os do próprio espírito democrático, que devem prevalecer, sempre, sobre os demais.
Dilema terrível! O que fazer?
Há momentos na vida, em que, decisões têm de ser tomadas.
Informar, ouvir ou ler, o que sobre o tema em apreço, outros vão comunicando.
A Constituição da República de Portugal apenas contempla um círculo eleitoral para as eleições europeias.
Assim como inibe a formação de partidos gerados e nados nos Açores, ao contrário de outros países.
Daí que na constituição das listas, a inclusão de Açoreanos ou não, foram sempre factores de duras negociações.
Sendo o desfecho final o resultado da maior ou menor influência dos líderes locais junto dos seus homólogos em Portugal.
O que em 2019 aconteceu com o Presidente Mota Amaral voltou a ocorrer em 2024 com o militante do PSD Dr. Paulo Nascimento Cabral, com largo currículo em Bruxelas onde tem exercido um excelente trabalho em prole dos Açores.
Tal como no passado, será que o actual Presidente PSD nacional, pensou que os Açores valiam poucos votos, daí a opção ter sido dar primazia a outros candidatos da Metrópole portuguesa?
Todos concordam com a constituição de partidos Açoreanos, que poderia ser um passo para evitar tais situações.
Sempre, mas sempre, a lutar por um Amanhã Livre.
Afinal como as formulas dos génios, é capaz de não ser assim tão complicado, o que dá é muito trabalho, perseverança, coerência e acima de tudo ser-se consequente.
As novas gerações, que aí já estão e as que se seguirem, merecem líderes à altura de arriscar, sonhar, arrojar e acreditar num futuro melhor.
Apesar dos seus presos, os catalães têm a possibilidade de votar em partidos por eles organizados.
Nos Açores até essa possibilidade está vedada.
Serão precisos presos?
Tal como no 6 de Junho, do já distante ano de 1975, existirão hoje açorianos, disponíveis a tal?
Ou mortos e feridos como em 28 de Fevereiro de 1933?
Ou até a prisão de dois anos aplicada ao Governador à data?
É que naquele tempo o “Estado Novo” não “brincava às democracias”.
Até já parece habitual afirmar-se que são os Açores que dão profundidade Atlântica a Portugal e à União Europeia.
É inquestionável que os Açores valem muito, desde a sua biodiversidade marinha, energias renováveis, a geotermia, o turismo, a agricultura ou a pesca.
Para já não falar na sua localização estratégica ou na sua posição importante para actividades comerciais e logísticas.
Os Açores representam a fronteira marítima da União Europeia, assim como dão um forte contributo para a promoção duma economia azul sustentável, sendo campo fértil para pesquisa científica em áreas como a exploração marinha, estudos vulcânicos ou observação do clima.
Os Açores, como alguém já escreveu, são uma autêntica potência atlântica, beneficiando não só Portugal, mas dando um forte contributo para o fortalecimento da União Europeia, onde merecem ter uma forte representação, que não se pode cingir ao número da sua população.
Círculo eleitoral próprio urge!
Para alcançar tal desiderato há que pensar em novas formas de organização política e administrativa.

Por: António Benjamim
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