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Jovem basquetebolista micaelense está numa das melhores universidades dos Estados Unidos e trabalha para ser profissional

Aos 19 anos, Inês Bettencourt juntou-se aos Gonzaga Bulldogs, uma das equipas mais conceituadas do desporto universitário dos Estados Unidos da América (EUA), depois de ter passado dois anos nos Connecticut Huskies, também dos EUA. A jovem micaelense começou a carreira sénior com apenas 16 anos no União Sportiva. Em entrevista ao ‘Correio dos Açores’, a atleta explica como foi o processo de adaptação na América, a experiência de jogar nos Açores e as perspectivas para o futuro.

Correio dos Açores – Nasceu em São Miguel e já jogava basquete na escola primária?
Inês Bettencourt (Basquetebolista açoriana) – Sim, comecei a jogar basquetebol aos sete anos.

Começou a sua carreira nas seniores no União Sportiva aos 16 anos. Como se sentiu na altura?
Começar a carreira nas seniores aos 16 anos no União Sportiva foi uma experiência desafiante e emocionante. Senti uma mistura de nervosismo e entusiasmo, ciente de que estava a dar um grande passo na minha carreira. Tive a oportunidade de jogar com atletas mais velhas e experientes, o que me ajudou muito. Houve momentos de pressão, mas também um grande sentimento de realização e orgulho por estar a representar o clube e a abrir caminho para o meu desenvolvimento como jogadora.

Como surgiu o gosto pelo basquetebol? Sentiu dificuldades em se desenvolver nos Açores?
Eu sempre fiz vários desportos quando era mais pequena. O meu irmão praticava basquetebol no Clube União Sportiva e decidi experimentar. Desde aí apaixonei-me pelo jogo. Apesar da ilha de São Miguel ser a mais populosa dos Açores, o número de jogadoras e de equipas é reduzido.
Na altura, apenas existiam duas equipas, logo o nível competitivo era baixo, o que não invalida que quem trabalhe muito alcance os seus sonhos.

Representou Portugal no Europeu de sub-18 em 2022 e no Europeu de sub-20 em 2023, está nos seus planos representar a selecção nacional sénior num futuro próximo?
Desde pequena que tenho o sonho de representar a selecção nacional sénior.
Fazer parte das selecções nacionais é sempre um grande objectivo. Continuo a trabalhar para o alcançar, representando a minha região.
É um enorme orgulho ter sido convocada para mais um momento de trabalho de selecção de sub-20.

A propósito, o Sportiva ficou esta época em segundo lugar na liga principal de Basquete em Portugal depois de perder no último de três jogos com o Benfica. Que mensagem quer enviar à equipa açoriana?
Primeiro que tudo quero parabenizar a equipa do União Sportiva pela boa temporada e pela conquista do segundo lugar na liga Betclic. Chegar tão longe e competir de forma tão intensa sempre foi um dos objectivos da equipa açoriana. Claro que no final queremos ser nós a levantar a taça do campeonato. Foram dois jogos muito equilibrados e no terceiro jogo o Benfica destacou-se.

Como foi o seu percurso no Connecticut Huskies?
Foi um percurso extremamente positivo. Apesar de não ter tido os minutos que desejava, foram dois anos de muitas aprendizagens, tanto com os treinadores – com currículos recheados – como com as minhas colegas de equipa. Criei grandes amizades com elas, considero-as como irmãs.

A Inês saiu dos Connecticut Huskies para assinar pelos Gonzaga Bulldogs, em Washington, uma das principais equipas universitárias do desporto feminino nos EUA. Como surgiu esta mudança?
Após dois anos fantásticos na UConn, decidi mudar de universidade porque desejo ter mais oportunidades de jogar. Com a ajuda dos meus treinadores, apoio da Rachel Galligan e Carlos Andrade, escolhi a universidade de Gonzaga. Das várias propostas, esta foi a universidade que mais me atraiu não só pelo excelente nível de basquetebol, mas também por ser uma universidade conceituada.

Será o terceiro ano a jogar basquete nos Estados Unidos. Como foi convidada e iniciou a carreira neste país?
Estava inscrita numa universidade na Flórida e fruto da minha prestação no europeu de sub-18 recebi um convite irrecusável da UConn.

“Após dois anos fantásticos na UConn (Universidade de Connecticut), decidi mudar de universidade porque desejo ter mais oportunidades de jogar. Das várias propostas, esta foi a universidade (Universidade de Gonzaga) que mais me atraiu não só pelo excelente nível de basquetebol, mas também por ser uma universidade conceituada.”

Sentiu dificuldades na adaptação? Foi acarinhada pelas suas colegas americanas?
Nos primeiros meses sentia que estava a viver um sonho e não tinha bem a noção do nível e prestígio da universidade. Onde senti mais dificuldades em adaptar-me foi na alimentação.
Sim, as minhas colegas, americanas e internacionais, foram sempre uma grande ajuda. Lembro-me, no início, de me sentir muito sozinha, mas sempre contei com o apoio de muitas colegas de equipa. Nunca vou esquecer, nesses momentos, quando a Paige e a Azzi me convidaram para jantar com elas.

Quais são as suas inspirações no basquetebol? Sonha atingir a WNBA?
Antes a minha maior ambição era chegar à WNBA. Agora, sabendo o quão difícil é chegar a esse nível, pretendo continuar a trabalhar, se não o alcançar, jogar nas melhores ligas europeias será a alternativa.

Planeia, regressar, no futuro, aos Açores?
Neste momento a minha preocupação são os próximos dois anos de atleta universitária. Mas os Açores serão sempre a minha casa.

Que mensagem quer deixar aos jovens que se estão a iniciar no basquete?
Que mantenham a paixão e a dedicação. O basquetebol é mais do que um jogo. É uma oportunidade para aprenderem sobre o trabalho de equipa, disciplina e superação de desafios. Aproveitem cada treino, respeitem os seus colegas e treinadores, e nunca deixem de acreditar no seu potencial.
O progresso pode ser lento, mas cada esforço conta. Divirtam-se e joguem com o coração!

Filipe Torres

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