A ouvidoria de Ponta Delgada volta a assinalar a Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo hoje em conjunto, reunindo todas as paróquias de São Roque às Sete Cidades, informa uma nota do ouvidor enviada ao Sítio Igreja Açores.
“Em comunhão com toda a Igreja portuguesa, nas vésperas do 5.º Congresso Eucarístico Nacional, que decorrerá em Braga, de amanhã a 2 de Junho, subordinado ao tema: “Partilhar o pão, alimentar a esperança. «Reconheceram-n’O ao partir do Pão» (Lc 24,35)”, a Ouvidoria de Ponta Delgada está convocada para uma celebração em conjunto nesta Quinta-feira da Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo”, pode ler-se.
A celebração decorrerá na Igreja Matriz de São Sebastião às 17h00, com a celebração da eucaristia, seguindo-se a procissão eucarística para a qual “se convidam confrarias, movimentos e obras de apostolado, Religiosas, acólitos, bem como todo o clero da Ouvidoria e demais leigos”.
Durante a celebração serão nomeados sete novos ministros extraordinários da comunhão para três comunidades paroquiais da ouvidoria, presidindo a esta celebração o ouvidor, padre Marco Sérgio Tavares, por delegação do Bispo Diocesano.
Os novos ministros frequentaram quatro sessões formativas orientadas pelo Serviço Diocesano de Liturgia com uma componente litúrgica (padre Aurélio Sousa), teológica (padre Marco Sérgio Tavares), psicológica (Tatiana Sousa) e boas e más práticas nas visitas aos doentes (padre Paulo Borges, capelão hospitalar).
Esta celebração é assinalada pela Igreja Católica 60 dias depois da Páscoa, de forma a reforçar a importância da eucaristia na vida cristã. Celebra-se na Quinta-feira para fazer memória da Quinta-feira Santa, dia da instituição da eucaristia, com esse gesto de Jesus do Lava-Pés.
A Solenidade Litúrgica do Corpo e Sangue de Cristo, conhecida popularmente como “Corpo de Deus”, começou a ser celebrada há mais de sete séculos e meio, em 1246, na cidade belga de Liège, tendo sido alargada à Igreja universal pelo Papa Urbano IV através da bula Transiturus, em 1264, dotando-a de missa e ofício próprios.
Nos primeiros séculos, a eucaristia era adorada publicamente, mas só durante o tempo da missa e da comunhão. A conservação da hóstia consagrada fora prevista, originalmente, para levar a comunhão aos doentes e ausentes. Só durante a Idade Média se regista, no Ocidente, um culto dirigido mais deliberadamente à presença eucarística, dando maior relevo à adoração.
No século XII é introduzido um novo rito na celebração da missa: a elevação da hóstia consagrada, no momento da consagração.
No século XIII, a adoração da hóstia desenvolve-se fora da missa e aumenta a afluência popular à procissão do Santíssimo Sacramento.
A procissão do Corpo e Sangue de Cristo é, neste contexto, a última da série, mas com o passar dos anos tornou-se a mais importante. Do desejo primitivo de “ver a hóstia” passou-se para uma festa da realeza de Cristo, na Chirstianitas medieval, em que a presença do Senhor bendiz a cidade e os homens. A “comemoração mais célebre e solene do sacramento memorial da missa” (Urbano IV) recebeu várias denominações ao longo dos séculos: festa do Santíssimo Corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo; festa da Eucaristia; festa do Corpo de Cristo. Hoje denomina-se solenidade do Corpo e Sangue de Cristo, tendo desaparecido a festa litúrgica do “Preciosíssimo Sangue”, a 1 de Julho.
A procissão com o Santíssimo Sacramento é recomendada pelo Código de Direito Canónico, no qual se refere que “onde, a juízo do Bispo Diocesano, for possível, para testemunhar publicamente a veneração para com a santíssima eucaristia faça-se uma procissão pelas vias públicas, sobretudo na solenidade do Corpo e Sangue de Cristo” (cân 944, §1). I.A.