A Associação para a Promoção e Protecção do Ambiente dos Açores considerou ontem “positivas as medidas que visam controlar o número de visitantes às áreas naturais mais atractivas”, mas acrescenta que “é necessário corrigir os aspectos negativos da forma como é feita a subida à Montanha do Pico, ou os formatos definidos para aceder aos miradouros da Lagoa do Fogo e ao Ilhéu de Vila Franca do Campo”. Isto porque “os resultados são contrários ao que se pretendia.”
Num comunicado distribuído a propósito do Dia Mundial do Ambiente, a Associação considera que a “definição e a defesa de áreas protegidas, em terra e no mar, e a sua defesa não devem ser vencidas pelas pressões que surgem com o pretexto de prejudicarem a sustentabilidade económica. Pelo contrário, cada uma das restrições garante a segurança das pessoas e bens, a manutenção do habitat das espécies e a sua conservação,” refere.
No entender da Associação, “a defesa do ambiente permite que os principais sectores económicos – pecuária, pescas, agricultura e turismo – terão o seu futuro garantido com um ambiente saudável e equilibrado.” A Associação reafirma “a necessidade da educação ambiental, na defesa da biodiversidade, para travar a destruição dos nossos recursos naturais e o caminho das alterações climáticas.”
Inovações na pecuária positivas
No entender da Associação para a Promoção e Protecção do Ambiente dos Açores, “não é com venenos ou herbicidas que se combatem as pragas que ameaçam a biodiversidade ou sectores económicos. E muito menos… a tiro!”
Este combate, acrescenta, “só pode ser feito com medidas inteligentes e fundamentadas na experiência e nos estudos científicos.” Dá, a propósito, como exemplo, “(vindo dos nossos antepassados), a introdução do milhafre e de outras aves de rapina e mamíferos carnívoros para combater os roedores e a propagação de outras aves.”
“Outro bom exemplo,” acrescenta, “será a produção agrícola diversificada com a utilização de plantas repelentes de pragas e, mais recentemente, o recurso a produtos fitossanitários usados na agricultura orgânica.”
Segundo a Associação, “são positivas as inovações introduzidas na pecuária, que reduzem o impacto no ambiente, nomeadamente na emissão de gases com efeito de estufa.”
Salienta que o corte de espécies invasoras, nos taludes e linhas de água, “visa prevenir consequências mais graves das inundações e enxurradas. No entanto, tal continuará a ser insuficiente se não houver reforço dos meios humanos e materiais e a adesão da população.”
Neste sentido, prossegue, “também é necessário reforçar os esforços da educação ambiental para todos, no sentido de ser alcançada uma maior e mais rápida mudança de hábitos. Estes não se conseguem alterar com maus exemplos, nem com o comodismo e laxismo de autoridades que cedem à ignorância atrevida.”
A batalha contra os plásticos
A Associação considera que a reciclagem “não resolve tudo, já que a energia que é gasta e os desperdícios do que não é reciclado têm custos ambientais elevados.”
Refere, a propósito, que na nossa Região, “mantém-se o uso evitável de plástico não reutilizável de embalagens e noutras utilizações, como em decorações para festas, ou mesmo em manifestações em defesa do ambiente! Não esquecendo a indefensável ‘batalha’ de plásticos no carnaval de Ponta Delgada.”
Nas políticas públicas “tem havido evolução no sentido positivo, nomeadamente nas acções para alcançar a neutralidade carbónica, na gestão dos resíduos, no ordenamento do território e incentivo à economia circular.”
Considera que a Região é também atingida por fenómenos meteorológicos “cada vez mais graves e frequentes,” e o “uso dos derivados de petróleo, nomeadamente para o fabrico de plásticos, continua a causar graves prejuízos.”