Hoje é o último dia das eleições para o Parlamento Europeu.
Trezentos e setenta e três milhões de eleitores elegerão 720 deputados. Seguir-se-á a composição do Conselho Europeu e da Comissão Europeia, para referir os principais órgãos europeus. Poderá ser o início duma nova Europa.
No caso especifico dos Açores e num curtíssimo espaço de tempo os eleitores são chamados a votar pela terceira vez. Primeiro realizaram-se as eleições para o parlamento regional, depois para o parlamento nacional e agora para o parlamento europeu.
Votar não cansa. É um procedimento social e político, tão necessário quanto nobre, fundamental para a defesa do regime democrático.
O exercício do voto é um direito do cidadão, mas também é um dever de cidadania, embora o seu não cumprimento não seja passível de qualquer sanção o que é apropriado porque reforça a consciência individual e a liberdade.
Todas as eleições são importantes desde logo porque conjugadas com a liberdade constituem um pilar fundamental da democracia que sem elas não existe.
Os eleitores açorianos nos dois atos eleitorais precedentes votaram em número significativo, revelador da sua já elevada compreensão da democracia e do significado e alcance das eleições.
Certamente que pela terceira vez responderão de igual modo, até porque sabem bem quanto importante é a União Europeia e o seu Parlamento para os Açores, isto é, para a consolidação da autonomia política e administrativa, para o seu desenvolvimento e relacionamento internacional.
A União Europeia contribuiu peremptoriamente para o nível de desenvolvimento económico e social como para a inserção dos Açores na Europa das nações.
As presentes eleições já são consideradas e denominadas as “eleições da juventude”. Muitos mais jovens poderão hoje votar porque baixou a idade a partir da qual um cidadão pode exercer o direito de escolher quem governa a União Europeia. É um facto politicamente relevante
A Europa necessita que a juventude antes dos dezoito anos comece a interessar-se por ela e a compreender o valor da unidade e coesão europeia para a resolução dos problemas que assolam o Mundo.
A Europa necessita do contributo da sua juventude para preparar o seu futuro.
As eleições europeias realizam-se em circunstâncias internacionais muito complexas que prenunciam uma divisão ou afastamento muito acentuado entre o Oriente e o Ocidente.
O Mundo das nações está em metamorfose, prosseguindo um rumo turbulento que visa a redução da relevância da Europa no concerto internacional e olvidando que é da Europa a paternidade da valorização e do respeito pela espécie humana que a declaração dos direitos do homem – ser humano – tão exemplarmente estabelece.
A Europa hoje é uma “união” de Estados-nação que não cedem nem partilham a sua soberania.
A União Europa enfrenta a necessidade do tratamento comum, efetivo e produtivo das seguintes questões: migrações; agricultura; controlo climático; comércio livre e concorrência; tecnologia.
A Europa do progresso social, político e tecnológico conseguido e acumulado tem agora de melhorar o seu modelo estrutural de união de Estados-nação que complica o seu relacionamento no plano internacional, designadamente a sua diplomacia e condiciona influência.
A Europa tem de definir uma solução organizacional entre a “federação de Estados” e uma cooperação económica e social entre Estados-nação sem fronteiras que hoje ainda é.
As eleições europeias terminam ao fim do seu terceiro dia e necessita também do voto dos eleitores açorianos.
Álvaro Dâmaso