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Quinta da Manguinha: um projecto agro-turístico com escola de equitação,criação de gado e plantações de ananás

A Quinta da Manguinha, situada em Ponta Delgada, é um projecto agro-turístico com diversas valências, como a criação de gado equino e bovino, da raça Aberdeen-Angus; uma escola de equitação; plantações de ananases e, em breve, uma unidade hoteleira. Nesta entrevista, Emanuel Freitas, proprietário da Quinta, partilha detalhes sobre o funcionamento do espaço, com especial destaque para o trabalho realizado pelo seu filho e parceiro de negócio, Pedro Freitas, responsável pela escola de equitação e pela criação de cavalos lusitanos. Esperam concluir as obras da unidade hoteleira rural até ao final do próximo ano.

Correio dos Açores – Como é que surgiu o projecto para a Quinta da Manguinha?
Emanuel Freitas (Proprietário da Quinta da Manguinha/ Vice-presidente da Associação de Criadores de Aberdeen-Angus Portugal) – A Quinta da Manguinha surge depois da aquisição de um prédio que tem todas as características necessárias para dar seguimento ao nosso projecto agro-turístico, um projecto que tem por base a escola de equitação e a criação de cavalos lusitanos, a par de uma unidade hoteleira de rural de quatro estrelas.
Desde criança que gosto de animais, sempre criei gado bovino e há cerca de 20 anos comecei a criar gado cavalar. Eu e a minha esposa sempre estivemos ligados ao ramo imobiliário, e o meu filho João é músico profissional, é o baterista da fadista Mariza. Neste sentido, foi o meu filho Pedro, professor de equitação, que abraçou este projecto comigo é ele que está responsável pela escola e por toda a mecânica da criação de cavalos. Construímos a cavalariça e criamos a empresa Sociedade Agro-turística da Quinta da Manguinha em 2011. Neste momento, estamos a reunir fundos para dar seguimento às obras de 10 apartamentos turísticos em espaço rural, um projecto que já foi aprovado pela Câmara em 2011.

Tem exploração de gado bovino?
Temos criação de gado bovino da raça Aberdeen-Angus, uma raça de excelência em termos de produção de carne. A exploração tem cerca de 10 hectares e temos uma média de 40 a 50 animais. Vendemos carcaças que variam entre os 350 aos 400 kg de carne. Dentro da nossa dimensão, a exploração tem corrido bem e a tendência tem sido aumentar, sendo os 60 animais o nosso tecto máximo.

E como funciona a escola de equitação e a criação de cavalos lusitanos?
Na parte da criação de cavalos, o Pedro aconselha-se comigo e com alguns criadores de renome a nível nacional. Neste sentido, tem havido um intercâmbio para o processo de melhoramento genético das nossas éguas. Temos um efectivo de sete éguas de barriga e sete cavalos para as aulas de equitação. Para além disso, temos pessoas que nos compraram os cavalos e os deixam na nossa quinta a penso, ou seja, pagam-nos uma mensalidade para tratarmos deles.
O Pedro tem cerca de 30 alunos e alguns já entram em provas e, inclusive, ganham prémios. Temos quatro alunos que em Julho vão para as provas de apuramento do campeão regional para integrar nas provas nacionais. É um gosto ver os miúdos a aprender e também é muito gratificante ver o meu filho Pedro, que tem muito talento para ensinar, ter à sua volta alunos que têm muito empenho pela equitação. E claro, o Pedro abraçou este projecto com muita paixão, e eu acredito que ele terá muito futuro, tanto como professor quanto na gestão do projecto turístico.

Que tipo de actividades organizam para o público?
Muitas escolas e associações procuram-nos para passar um dia com as crianças e jovens na quinta, e nós estamos sempre disponíveis para este tipo de actividades. Para quem nunca montou, acaba por ter uma experiência muito engraçada, mas além disso ficam a conhecer todo o processo: como se trata dos cavalos, a limpeza das camas, a alimentação dos animais, etc. Num mundo em que muitas vezes há tanta maldade, sensibilizar os miúdos para os cuidados a ter e incutir-lhes o respeito pelos animais também é muito importante para nós.

Qual tem sido a recepção das pessoas à Quinta?
A recepção das pessoas tem sido excelente. Nós também temos sete estufas de plantação de ananás, e acontece que muitos turistas entram pela Quinta adentro porque pensam que é um espaço público, e nós acabamos por lhes contar a história e explicar como é que funciona a cultura do ananás. Até agora as reacções têm sido muito positivas, e este é um exemplo de uma das vertentes que serão incorporadas no projecto turístico. Para além de todas as outras actividades que temos planeadas, a própria Quinta tem muitas valências que de certa maneira irão ocupar os hóspedes.

Qual o momento mais marcante da Quinta da Manguinha até agora?
O que me marcou mais até agora foi um grande elogio por parte de entidades oficiais, em especial da Secretaria do Turismo dos Açores, que nos disse que Quinta da Manguinha era uma inequívoca mais-valia para o turismo na Região, não apenas naquilo que diz respeito à parte cultural, como também da ocupação dos tempos livres.
Estamos muito entusiasmados para dar início às obras e concretizar este projecto que idealizamos há tanto tempo. A nossa previsão é que em 2025 já estaremos abertos ao público.

Daniela Canha

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