A Retail Mind Group vai construir um complexo comercial, designado de Azores Retail Park, numa área de 42,8 mil metros quadrados na zona da Grotinha, em São José, Ponta Delgada. O empreendimento está em consulta pública no site do Governo Regional dos Açores.
O grupo empresarial, que se expande pelo Brasil, Colômbia, Espanha e Portugal, já instalou complexos comerciais em Silves, Monção, Espinho, Ponte de Lima, Cantanhede e Póvoa do Varzim. Pelo projecto de implantação já conhecido, o complexo comercial terá um edificado parecido ao de Monção em forma de “U”.
O empreendimento encontra-se em fase de projecto de execução e tem como proponente a SAPORE – SIC Imobiliária Fechada S.A., com sede em Trofa que adjudicou o projecto de impacto ambiental à LabGeo – Engenharia e Geotecnologia Ldª.
Novo complexo comercial
beneficia de boa localização
A entidade responsável pelo processo de Avaliação de Imacte Ambiental é a Direcção Regional do Ambiente e Alterações Climáticas, afecta à Secretaria do Ambiente e Alterações Climáticas.
Segundo os promotores, o complexo comercial “beneficia de uma localização privilegiada fruto da proximidade a um dos mais movimentados e relevantes eixos rodoviários da cidade de Ponta Delgada – nó do hospital, de acesso à segunda circular –, bem como em função do vasto leque de infra-estruturas e equipamentos situados nas suas imediações, designadamente o hospital e centro de saúde, outros estabelecimentos comerciais e de serviços, bem como estabelecimentos de ensino e zonas residenciais”.
Com a implantação e desenvolvimento deste projecto, o proponente “pretende melhorar e reforçar a oferta no que respeita a estabelecimentos comerciais disponibilizados à população do concelho e Ponta Delgada e de São Miguel, (…) não acarretando a sobrecarga de tráfego em zonas mais centrais da cidade.”
O projecto contempla a construção de uma unidade comercial, incluindo as obras de urbanização e arranjos exteriores.
Edifício implantado
em forma de “U”
O Azores Retail Park é constituído por um edifício principal (edifício 1) com uma área de implantação de 13,1 mil metros quadrados, no qual e inserem oito espaços comerciais. Este edifício possui dois pisos, um abaixo e outro acima da cota de soleira, e apresenta uma implantação em forma de “U” alongado com a fachada principal virada para o nó do hospital (oeste).
O piso 0 do edifício compreende as lojas principais e um núcleo de apoio constituído pelos acessos à cave. Na zona leste deste edifício localiza-se a zona de cargas/descargas, a qual se acede através do arruamento a criar junto ao limite leste do terreno. A partir dessa zona de cargas/descargas é possível proceder à logística de todas as lojas deste edifício.
O Piso -1 disponibiliza um parque de estacionamento coberto, composto por 270 lugares, sendo o acesso automóvel efectuado directamente a partir da rua confinante a Sul; instalações sanitárias centrais; as áreas administrativas e as áreas técnicas e de segurança. A área total de construção do edifício 1 é de 19,8 mil metros quadrados: 12,8 mil metros quadrados no piso 0 e sete mil metros quadrados no piso -1).
Do ponto de vista estrutural, para edificação do edifício 1 serão utilizados dois métodos construtivos. O piso -1 será integralmente construído em betão armado, incluindo a laje do piso 0, sendo que as paredes exteriores serão mantidas sem revestimento, em betão aparente.
A estrutura do piso 0 será constituída por pórticos de vigas metálicas e pilares em perfis de aço, revestida pelo exterior com chapa sandwich fixa em perfis “ómega” de aço galvanizado.
Drive In
O edifício secundário (2) terá uma área de implantação de 360 metros quadrados que compreende uma loja, parque de estacionamento à superfície, com 597 lugares e outro subterrâneo (piso -1) que vai disponibilizar 270 lugares de estacionamento.
Este edifício terá um único piso e destina-se uma loja com valência de drive-in. Este edifício enquadra-se junto ao limite sudoeste do terreno do projecto e, como sucede habitualmente em espaços comerciais com sistema de drive in, apresenta uma implantação compacta delimitada por um arruamento em forma de “U”.
O edificado terá um cais para carga e descarga de mercadorias e estão previstas áreas ajardinadas circundantes.
Relativamente aos arranjos exteriores, o empreendimento possui um parque de estacionamento à superfície que se desenvolve ao longo das fachadas Oeste e Norte do edifício 1, ao nível do qual serão aplicadas grelhas de enrelvamento em betão. No que respeita às áreas ajardinadas localizadas no interior do empreendimento, o projecto preconiza que seja garantida a adequação das soluções e espécies vegetais a implantar com as condições paisagísticas do local, sendo perspectivada a aplicação, ao nível das áreas ajardinadas, de relva de prado e da espécie arbórea Metrosidero tomentosa.
Rua Dr. José Estrela Rego
prolongada
Para além da construção de dois edifícios vocacionados para a actividade comercial, respectivos lugares de estacionamento e arranjos exteriores, a intervenção projectada contempla igualmente a execução de uma nova infra-estrutura urbana constituída pelo prolongamento da Rua Dr. José Estrela Rego, pela criação de um novo arruamento que delimita o perímetro exterior do empreendimento, incluindo baias de estacionamento destinadas a ceder ao domínio público, bem como a criação de uma ligação viária de acesso ao empreendimento e a sua devida interligação com a rede viária existente, nomeadamente na zona do nó de acesso à circular de Ponta Delgada.
Segundo os promotores, a intervenção proposta “tem o intuito de garantir uma integração urbana e paisagística a mais harmoniosa possível, procurando, de igual forma, minimizar o impacte na rede viária envolvente.”
Para executar todo o empreendimento, o volume de escavações será de 44,9 mil metros cúbicos; o volume de aterros de 16,3 milhões de metros cúbicos e a duração estimada da obra é de dois anos.
Projectando a fase pós-construtiva, no que respeita a exploração e funcionamento do empreendimento comercial Azores Retail Park, o promotor encontra-se, presentemente, em fase de celebração de contratos para exploração dos diferentes espaços comerciais. Não obstante eventuais horários de funcionamento diferenciados que algumas das lojas possam adoptar, o empreendimento estará aberto todos os dias, incluindo fins de semana e feriados, entre as 9 horas e as 22 horas.
Atendendo às características do empreendimento, número de lojas e respectivos serviços associados, o proponente prevê a criação de 200 postos de trabalhos directos decorrentes do funcionamento do Retail Park. No mesmo sentido, o proponente estima a afectação indirecta de 350 postos de trabalhos, incluindo nomeadamente os trabalhadores relativos à fase de obra.
Fase de construção
Na fase de construção do projecto serão desenvolvidos trabalhos de montagem de estaleiro, terraplenagem e movimentação de terras (escavações e aterros), desmatação e decapagem, demolição de edifícios pré-existentes e muros, circulação e operação de veículos e maquinaria pesada afectos à obra, execução dos edifícios, execução de arruamentos, pavimentos e passeios, e construção de muro de suporte.
Em função da topografia da área de implantação e devido às características do empreendimento a desenvolver, será necessário proceder à terraplenagem e movimentação de terras (escavações e aterro) do terreno, de forma que este fique praticamente nivelada com a estrada envolvente.
João Paz