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A importância da areia no relvado

Quarta-feira procedeu-se à cerimónia que antecede a construção do centro de treinos que será posto ao serviço das equipas de futebol do clube e da SAD do Santa Clara.
Não dispondo a sociedade que detém a maioria do capital desde julho de 2022 capacidade financeira para a execução de uma obra que tem um custo previsto de cerca de 8 milhões de euros, é a empresa São Miguel Arcanjo Investimentos Açorianos Unipessoal Lda a suportar o encargo. O acionista maioritário é Ricardo Vicintin, pai do sócio da SAD Bruno Vicintin. Foi criada com o objectivo da construção do centro de treinos, uma promessa desde que o Santa Clara, em boa hora, passou para as mãos do novo investidor. A acção da empresa não se limitará ao centro de treinos. Outros investimentos estão na mente, mesmo fora da área do futebol.
A obra não se resume aos dois campos de relva natural e a um campo de relva sintética, todos com as medidas regulamentares. Ocupam a área que a foto apresenta. Se os prazos forem cumpridos, é a intenção de os campos para os treinos serem utilizados a partir de Janeiro/Fevereiro de 2025.
A terraplanagem da vasta área iniciar-se-á em breve. É da responsabilidade da Câmara Municipal da Ribeira Grande, que se aliou ao projecto através de um protocolo com o prazo de 10 anos, com contrapartidas gratuitas a serem promovidas por entidade parceira do município. Um contributo de 450 mil euros, embora o preço base apresentado a 12 de Abril, no anúncio para o concurso da terraplanagem, fosse de 550 mil euros.
Seguir-se-à a construção da segunda fase, que inclui o edifício principal para escritórios, anfiteatro, sala de conferências, salas de reuniões, balneários, spa, gabinetes médicos e pavilhão coberto. O prazo de execução é de 36 meses.
Tratando-se de um investimento avultado, com a maioria da verba da empresa privada, nada foi deixada ao acaso. Desde Novembro que um engenheiro está na ilha de São Miguel a tratar de todos os pormenores, assessorado por técnicos e empresas locais.
Uma das maiores preocupações tem-se centrado no relvado. Os maus exemplos dos relvados existentes na ilha, principalmente o do estádio, provocaram muitos estudos para que haja uma drenagem conveniente que permita a solidez ante os vários cenários atmosféricos.
A areia, que receberá a semente da relva, é a causa principal. Estando, há alguns anos, percebido que a areia vulcânica que tem sido usada não permite uma drenagem eficaz, foram realizados testes com vários tipos de areia. Até mesmo com a areia das praias da ilha de Santa Maria.
A conclusão é a colocação de areia de rio, que será transportada por navio próprio desde o Continente até Ponta Delgada.
Após a base, que também receberá bagacina, a areia antecederá a colocação das sementes que proporcionarão o aparecimento do relvado após 3 meses.
Esta é também a solução para o relvado do estádio, quando houver uma intervenção de fundo.
Com a necessidade de substituir o sistema de rega do relvado do campo de futebol do complexo das Laranjeiras, foi posta uma nova sementeira, mas colocada sobre a terra. Entendidos na matéria dizem não ser o processo ideal e que o relvado manterá os mesmos problemas. O tempo encarregar-se-à de confirmar ou de desmentir.

CEM ANOS DO CAMPO DE ANGRA estão a ser comemorados. A inauguração foi a 22 de Junho de 1924, por ocasião das festas de São João. Muitas intervenções sofreu o campo que faz parte da história do futebol da ilha Terceira e dos Açores. Foi o primeiro campo a receber o relvado sintético, há precisamente 24 anos. Já foi substituído.
A autarquia e a Associação de Futebol de Angra do Heroísmo promovem um programa comemorativo.
Relembro que dentro de dois anos o estádio de São Miguel celebra 50 anos. É altura de começarem a preparar um programa condigno.
Entretanto, a 4 de Novembro deste ano assinala-se o centenário da Associação de Futebol de Ponta Delgada. Estou expectante com o que será promovido.

ALEX SPENCER é um jogador de futebol, com dupla nacionalidade portuguesa/italiana. Foi campeão da Associação de Futebol de Angra do Heroísmo pelo SC Barreiro, depois de ter conquistado o título da ilha Terceira.
O destaque é por continuar a jogar com 45 anos de idade feitos a 15 de Maio. Um verdadeiro exemplo de tenacidade, independentemente de agora actuar nas competições de ilha, menos exigente do que nas competições onde jogou muitos anos. Ter sido titular no meio campo ou na defesa da equipa do Porto Judeu realça o agrado pelo gosto de jogar e por receber a confiança de quem o treina e de quem o dirige.
Alex Spencer começou na formação de “Os Marítimos “ de São Mateus, transferindo-se, como sénior, para o SC Praiense. Seguiram-se 18 anos no SC Lusitânia, interrompidos pelas transferências para o União Micaelense, Sporting da Covilhã e para o UF Arcozelo.
No final de 2021/22 tinha a intenção de terminar os 29 anos de carreira, com alguns títulos colectivos. Após um ano de paragem, o SC Barreiro, reerguido após 3 anos de ausência, chamou-o. Não declinou o convite e cumpriu. Mesmo num campeonato onde defrontou a mesma equipa (Vilanovense) por 12 vezes porque não houve mais nenhuma.
O plantel da equipa do Barreiro teve algumas saídas ao longo do ano. A média de idades é de 28,75 anos. Uma média elevada, comprovativa da dramática falta de jogadores seniores de futebol que se acentua nos últimos anos. O recurso das equipas para os jogadores dos Açores são os mais velhos. Na ilha Terceira e nas ilhas onde há equipas seniores. Quando falta e há capacidade financeira, recorrem a praticantes de fora da Região.

A RTP AÇORES deixou, desde 15 de maio, de ser vista na Região na posição 20 na rede de comunicações MEO, fixando-se apenas na localização 160.
Quando os canais televisivos por cabo foram introduzidos nos Açores travou-se uma afincada luta para a estação açoriana não ser colocada em posições mais adiantadas. Com o aparecimento de novos canais foi descendo mas sempre nos primeiros posicionamentos.
Estranho o silêncio quase geral desta alteração. Um mau sinal dos tempos. Não houve protestos. Aceitou-se de ânimo leve. Preocupante a tolerância quando comparada com outros tempos. A transição não favorece a RTP Açores. Fica mais distante do telespectador, logo com menos audiências.

José Silva
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