Tiago Ferreira, natural da freguesia da Ribeira Seca – Ribeira Grande,
abriu a Barbearia Ferreira, na Travessa Bernardo Manuel Silveira Estrela,
no dia 13 de Abril de 2021.
O espaço resulta da adaptação de um antigo café existente naquela zona, tendo sido devidamente reabilitado para função de barbearia.
O nosso entrevistado relembrou que com apenas nove anos de idade já aparava o cabelo ao pai, após este ter comprado uma máquina de cortar cabelo.
Com o passar do tempo foi aperfeiçoando habilidades, de tal forma que o seu progenitor, reconhecidamente oferece-lhe uma máquina, quando tinha 12 anos.
Desde então começa a cortar os cabelos a familiares e amigos, até que um dia é-lhe proposto uma oportunidade para praticar mais a sério. ”Não sabia cortar cabelos com tesoura, mas só para não perder a oportunidade disse que sabia. Demorei duas horas a cortar com tesoura, mas lá me safei”, contou.
Entretanto, o pai dispensa-lhe um espaço na garagem onde passa a cortar o cabelo aos amigos, sem cobrar qualquer valor e assim se manteve durante algum tempo, até porque também tinha de ir para a escola.
Mais tarde, o namorado de uma prima convida-o a ir trabalhar para um salão e assim aconteceu. Colectou-se nas Finanças e lá esteve durante um ano, porque entretanto o espaço fechou.
De regresso a casa e não tendo o lucro que desejaria, acaba por trabalhar com um tio noutras profissões, entre elas, como ajudante de pedreiro ou carpinteiro.
Curso “Hair Experience”
Certo dia foi cortar o cabelo à Barbearia de João Rocha, que lhe propõe que participe no curso “Hair Experience” e Tiago Ferreira não desperdiçou a oportunidade de poder participar numa experiência única de barbearia administrada por cinco formadores internacionais nos Açores, adquirindo assim mais conhecimentos de novas técnicas e novas tendências de cabelo e barba, recebendo o respectivo certificado no dia 14 de Outubro de 2019.
Os seus formadores foram Ismael Demora, João Rocha, Celso Barbeiro, Ricardo Barry e Richard Alonso.
Esta foi a primeira de outras formações, que o barbeiro Tiago Ferreira tem vindo a participar e que lhe enriquecem conhecimentos.
Em casa desenvolveu a sua profissão de, até acabar por abrir a Barbearia Ferreira, há três anos atrás, no dia 13 de Abril de 2021.
Quinze clientes por dia
Tiago Ferreira atende uma média de 15 clientes por dia, preferencialmente por marcação. Mesmo assim, “quem não tiver marcação, não deixa de ser atendido”.
Nesta altura do ano, devido às festas de São Pedro, com as tradicionais marchas e as seculares Cavalhadas de São Pedro, “o trabalho duplicou”.
Durante a semana, a Barbearia Ferreira funciona de Terça-feira a Sábado. Domingo e segunda-feira são dias de descanso.
Sobre tendências diz, que “os cortes de cabelos curtos ou com degrade são os mais procurados, assim como curtos nos lados com riscos, por vezes com maior volume em cima”.
Clientes de todas as idades
e nacionalidades
Os clientes são de todas as idades, “o mais novo tinha seis meses e o sénior tinha 98 anos”. No presente, o mais idoso deve ser o seu avô, de 77 anos de idade.
Algumas senhoras, que gostam do cabelo mais curto também são suas clientes.
Nos tempos livres, Tiago Ferreira aproveita os Domingos para estar com a mulher e com o filho. Segunda-feira também, mas tem sempre de ir à Barbearia preparar a semana de trabalho e ver o que falta ou não.
Chegou a andar de moto e jogou futebol, no Sporting Ideal e no Desportivo Rabo de Peixe, mas teve de abdicar do desporto para ser barbeiro a tempo inteiro.
Já agora, fique-se a saber, que na Barbearia Ferreira um corte simples custa seis euros, mas já se for um corte mais personalizado são 10 Euros.
Sem grandes aspirações quanto ao futuro, porque o negócio assim vai dando, pensa, no entanto, arranjar mais uma cadeira e ter um colaborador, para um dia poder comprar o seu próprio espaço, porque o actual é arrendado.
Sobre a Ribeira Grande, não tem dúvidas, que “é uma cidade em franco crescimento e com o melhor festival de música dos Açores, o Monte Verde”.
Os turistas são também clientes da Barbearia Ferreira, alguns deles mudaram-se de malas e bagagens para fazerem vida no concelho.
Marco Sousa