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Com a inflação a descer, micaelenses sentem que os produtos alimentares estão mais caros

“Não noto essa descida. Está tudo caro!”, José Manuel, de 61 anos. “Não noto nenhuma descida. Aliás, noto que aumentou em muitos produtos”, Ana Branco, de 53 anos. “Sinto ligeiramente essa subida de preços.”, Dimas, de 49 anos. Estas são algumas reacções de micaelenses, na manhã de Segunda-feira, em Ponta Delgada.
No dia 20 de Junho de 2024, saiu os dados de Maio do Relatório de Acompanhamento e Monitorização de Preços Vigiados, da Direcção Regional do Empreendedorismo e Competitividade, onde revela uma ligeira descida no preço do cabaz de produtos alimentares em Maio, comparativamente a Abril. O valor do conjunto de produtos monitorizados desceu de 135,63€ para 133,75€.
Este cabaz inclui 24 produtos essenciais e a recolha de preços abrange 462 estabelecimentos em todas as ilhas dos Açores.

“Cada vez que vou às compras,
noto uma diferença nos preços”

Todos os açorianos inquiridos notaram que os preços dos produtos alimentares sofreram alterações nos últimos meses. Muitos salientaram que “não notaram essa descida de preços” no cabaz.
José Manuel, de 61 anos, afirma que sempre quando vai a uma frutaria ou a uma peixaria, “é uma loucura”. Por mês, gasta mais de 100 euros em compras e diz que o “custo de vida está muito elevado”.
Ana Branco, de 53 anos, refere que há uma diferença nos preços sempre que vai às compras: “Cada vez que vou às compras, noto uma diferença nos preços.
Noto que as melhores latas de atum estão caríssimas. É tudo um exagero. A fruta está cada vez cara, então nesta época de Verão, como as nectarinas e as uvas”, salienta.
José Aguiar, de 76 anos, está reformado, e afirma que só vai uma vez ou duas vezes por mês às compras, mas nota que há uma subida nos preços: “Não acho que os preços dos produtos alimentares estão muito mais caros. Apesar de essas estatísticas virem com indicadores de descida no preço médio dos produtos alimentares, não se verifica na prática. Pelo menos da minha parte, embora não seja um grande consumidor, por viver apenas com a minha mulher. Fazemos grandes compras uma vez ou duas vezes por mês, mas noto que, ao contrário dessa estatística, os preços têm subido”, explica.
António Pereira, de 74 anos, também aposentado, refere que nota uma descida nos preços do cabaz, mas explica que esta baixa de preço deve-se “à soma das subidas dos preços dos produtos alimentares” nos últimos meses: “Notamos que houve uma descida. Mas esta descida deve-se ao facto da soma que ocorreu nestes últimos meses.
Os estabelecimentos comerciais podem descer os preços dos produtos, mas noutros produtos sobem os preços, manifestam os nossos interlocutores.
Estamos sempre a perder. O custo de vida está muito caro. Com a minha pensão, é uma trapalhada quando se junta a alimentação, a água, a luz e o gás”, relata.
Maria Pavão, de 65 anos, menciona que já reparou na descida de alguns produtos alimentares nos últimos tempos, mas nota mesmo assim “há muitos produtos que continuam ou sobem o preço”.
Por isso, afirma que tem aproveitado as promoções para comprar certos produtos que nesta altura ficam com preços mais acessíveis.
“Azeite está muito mais caro”

Uma opinião quase unanime por parte dos inquiridos é a subida acentuada do azeite nos últimos meses.
O azeite, de 750 ml, é o produto alimentar que mais subiu entre Junho de 2023 e Maio de 2024, com um acréscimo de 56.6% no valor.
Ao Correio dos Açores, os inquiridos relatam que o azeite está “muito caro”. José Manuel relata que nunca sabe o preço do azeite porque há locais onde o azeite custa 9 euros e noutros em que o azeite custa 11 euros.
Ana Branco refere que “não há nenhum azeite barato”. José Aguiar diz que a subida no preço do azeite foi “exponencial”, uma opinião partilhada com Maria Pavão. Dimas, de 49 anos, afirma que o azeite subiu nos últimos meses e que “continua a subir”.

Carne de novilho
está mais cara
em São Miguel

O preço médio mais elevado da carne de novilho é em São Miguel. De acordo com os dados de Maio do Relatório de Acompanhamento e Monitorização de Preços Vigiados, da Direcção Regional do Empreendedorismo e Competitividade, o preço situava-se nos 18.22 euros por quilo.
José Manuel afirma que a carne de novilho está demasiado cara em São Miguel e que, “se uma pessoa ganhar 200 ou 300 euros, não consegue fazer uma vida”. Ana Branco refere que todos dizem para se comer menos carne vermelha e mais carne branca, mas que o “frango está também muito caro”. Dimas menciona que a carne de novilho “custa a comprar”, mas que não lhe afecta muito porque gosta muito de carne suína”.

Preço da fruta
não foge às críticas

Uma das reclamações mais comuns dos inquiridos foi a subida do preço geral da fruta em São Miguel.
António Pereira afirma que sente uma grande subida no preço da fruta. A fruta é de boa qualidade, de facto. Ana Branco refere que a fruta está cada vez cara, como as nectarinas e as uvas.
O cabaz definido para análise neste relatório de acompanhamento é composto por 24 produtos, entre os quais, conservas de atum em posta (120gr); leite (1 litro); azeite (750ml); maçã (1kg); pêra (1kg); cebola (1kg); couve portuguesa (1kg); cenoura (1kg); batata (1kg) e chicharro (1kg).

                Filipe Torres
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