Filipe Almeida, de 37 anos de idade é natural da Ribeira Seca – Ribeira Grande. Começou a estudar na escola primária da Freguesia, mas foi estudar para a Escola Secundária da Ribeira Grande, onde ficou até ao 10.º ano, seguindo depois para o Porto onde terminou os estudos.
O nosso entrevistado sempre gostou de construção civil, uma vez que desde muito cedo foi influenciado pelo pai que era condutor de pesados e inclusivamente, Filipe Almeida tem um irmão que é engenheiro civil.
E porque queria fazer algo relacionado com a construção civil, pensou em ser empreiteiro, mas para isso tinha de fazer algo relacionado com a gestão e foi para um curso de gestão. “Confesso que foi uma desilusão, porque foi contra tudo aquilo que gostava, mas o que aprendi foi válido”.
A partir daqui, decidiu que iria seguir o que gostava, concorrendo para a Arquitectura, onde teve primeiro de frequentar um curso de especialização tecnológica em Condução de Obras, na Universidade Fernando Pessoa, no Porto, que lhe deu acesso ao curso de mestrado integrado em Arquitetura e Urbanismo.
Filipe Almeida reconhece “o enorme esforço que os pais fizeram para que pudesse estudar e por este motivo fez de tudo para terminar o curso com sucesso”, completando os cinco anos e obtendo o Mestrado Integrado em Arquitetura e Urbanismo na Universidade Fernando Pessoa.
Começam a surgir propostas de trabalho
Posteriormente, as propostas de trabalham iam surgindo, entre elas, uma oportunidade de poder ir para o Dubai, só que Filipe Almeida, que mantinha sempre uma forte ligação à sua terra, concorreu para várias empresas, como estagiário, acabando por ser aceite na Secretaria Regional dos Transportes e Obras Públicas, em São Miguel.
Da oportunidade à realização
De forma aguerrida, aproveitou a oportunidade para mostrar as suas valências e competências no seu primeiro projeto, a requalificação do Miradouro da Ponta da Madrugada, no Concelho do Nordeste, o que catapultou para novos desafios na Secretaria Regional.
A partir daqui Filipe Almeida nunca mais parou acabando por ficar mais três anos, ligado à Secretaria Regional dos Transportes e Obras Públicas.
Projecta as intervenções no Miradouro do Pico da Barrosa e o parque de estacionamento da Lagoa do Fogo, assim como a requalificação do Pico do Ferro, com vista para a Lagoa das Furnas, a requalificação da Vista do Rei e o Miradouro do Vale, entre outros.
Cumprir o sonho de ser empreendedor
Integrado, mais dois anos nos quadros, chega à conclusão que quer cumprir o sonho de poder ser empreendedor com a formação da sua própria empresa. Cria a Filipe Almeida Arquitetos, na Ribeira Grande, mais concretamente na Rua Direita de Cima.
Iniciou com um colaborador a tempo inteiro, mas recentemente com o aumento do volume de trabalho, teve necessidade de contratar mais um técnico para apoiar na elaboração dos Projetos de Arquitetura e Urbanismo, Projetos de Engenharias, Legalizações, Levantamentos Topográficos, entre outros serviços.
No presente “tenho feito muitos projetos para o Algarve, principalmente moradias de luxo, de investimentos acima de 2 ou 3 milhões de Euros. Aqui nos Açores tenho projetado também muitas moradias, de valores a rondar os 300 ou 400 mil Euros, mas também muitas clinicas dentárias, loteamentos e empreendimentos turísticos”.
“Mercado no Algarve”
“O meu mercado no Algarve é diferenciado e está relacionado com o projecto de moradias de luxo”, acrescentou.
Diz que tenta, ajudar as pessoas, acima de tudo. “Tento sempre dar o melhor de mim em todos os projetos, independentemente do cliente. Porém quando vejo que o cliente tem mais capacidade financeira, proponho ideias e materiais mais sofisticados e arrojados. Tento sempre ir ao encontro da expectativa do cliente, embora que por vezes, possa não compreendê-lo numa fase inicial, mas no decurso do desenvolvimento criativo e nas diversas abordagens, o produto final encaixa na pretensão do cliente. Tenho ficado sempre com boa relação com o cliente”.
A empresa Filipe Almeida Arquitetos já tem muitos clientes, a maioria deles particulares, mas também algumas empresas.
E porque o Concelho da Ribeira Grande está em franco crescimento, a empresa também tem projetado algumas obras públicas.
Em termos de perspectivas para o futuro, reconhecendo, que “actualmente” está envolvido “em muitos investimentos particulares”, pensa “continuar a crescer, com os pés bem assentes na terra. Se quisesse crescer mais, isso já poderia ter acontecido, mas prefiro ir devagar e bem, do que depressa e mal. Isso é tudo muito bonito, mas a humildade é uma virtude valiosa. Ou seja, tudo o que sou hoje em dia é devido a tudo aquilo, que foi o meu percurso de vida, desde criança”.
“O meu pai influenciou-nos na profissão, mas a minha mãe sempre me apoiou nas decisões que tomei”, relevou.
Trabalhar
Com tanto para fazer, porque reconhece que trabalha muito, ainda comprou uma moto, “para espairecer um bocado”, porque também adora “a natureza e viajar”, mas reconhece que é “muito do espontâneo” e não gosta de planear, prefere antes “que as coisas aconteçam e possam fluir”.
Ainda ao nível das viagens, prefere “um espaço museológico às praias”, porque tem “a ambição de conhecer sempre mais. Gosto de estar na linha da frente e o conhecimento é sempre muito importante para fazer o que faço.”
Avaliar os riscos ajuda, do mesmo modo, muito na relação com o cliente, porque o já agora, pode trazer problemas e antecipar e mitigar riscos garante a satisfação do cliente e uma obra bem concluída.
Marco Sousa