O Campo Municipal de Angra do Heroísmo vai dispor de um novo relvado sintético de última geração, com a substituição da borracha por cortiça, numa intervenção prevista para os próximo meses.
O anúncio da substituição do relvado sintético foi efectuado pelo Presidente da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, Álamo Meneses, em declarações aos jornalistas, à margem da cerimónia evocativa do centenário do Campo Municipal de Angra do Heroísmo.
“Esta é uma estrutura com longa tradição e importância na gestão desportiva do Concelho. O relvado está a atingir o fim de vida útil e já foram desencadeados os procedimentos para o substituir”, afirmou.
Álamo Meneses referiu que a edilidade angrense pretende efectuar outros investimentos no campo centenário na cidade tendo em vista a melhoria do conforto dos espectadores como a cobertura da bancada, mas essa intenção tem sido inviabilizada pela proximidade das muralhas do Castelo de São João Baptista.
“Há outras questões que não são fáceis de resolver como criar algum tipo de abrigo na bancada. Esse assunto já foi estudado várias vezes e tem havido sempre grandes objecções por parte da Cultura, porque cria um obstáculo às muralhas. Já se pensou em rodar o campo para colocar a bancada no lado oposto mas é uma questão complicada devido à orientação em relação ao sol que é desfavorável. São os problemas de uma cidade com uma componente patrimonial que tem as suas vantagens e desvantagens”, disse o autarca.
A cerimónia evocativa do centenário do Campo Municipal de Angra do Heroísmo culminou com o descerramento de uma placa junto ao portão principal do recinto.
O historiador Carlos Enes, autor da publicação “Campo de Jogos da Cidade – Notas Avulsas”, realçou a importância que a infra-estrutura teve ao longo do Século XX na dinamização desportiva e social da cidade.
“No início do futebol em Angra do Heroísmo jogava-se no Relvão. Depois surgiu o campo em 1924 que sofreu melhorias a partir de 1940 em que a bancada de madeira foi transformada em bancada de cimento”, disse.
Carlos Enes abordou, ainda, alguns dos momentos altos do então designado Campo de Jogos da Cidade como as visitas à Terceira dos principais clubes portugueses, entre o final da década de 1950 e as duas seguintes.
“Este campo recebeu grandes clubes como o caso do Sporting, em 1959, com o jogador Travassos a desfilar na rua da Sé, num carro descapotável, como se fosse a rainha das festas da cidade. Quando veio Eusébio, em 1967, a euforia foi total com uma enchente no campo de jogos”, recordou.