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“Queria ser enfermeiro, mas o café chamava por mim e por aqui fiquei”.

Simão Pacheco, de 45 anos de anos de idade é natural da Ribeira Seca – Ribeira Grande. O nosso entrevistado é o rosto do Café “O Fontarário”, que em tempos foi gerido pelo pai, José da Silva Pacheco, mais conhecido na Freguesia por José Moniz.
O Café “O Fontanário” fica mesmo ao lado da ruína do Fontanário construída em pedra aparelhada, também localizada em frente à Igreja de São Pedro. Ela é uma memória única da erupção vulcânica que ocorreu em 1563 e soterrou parte do lugar da Ribeira Seca. A parede onde se localiza a bica e grande parte da bacia de recolha de água ainda são visíveis.

Familiares também têm
o mesmo ramo de negócio

Curiosamente, outros familiares de Simão Pecheco também têm os seus negócios no ramo, entre eles, o irmão Paulo Sérgio que gere um estabelecimento com o seu nome, na Ribeira Seca.
“Também o meu avô chegou a ter uma taberna e os meus tios também seguiram este ramo de negócio, assim como os meus primos”.
Mais disse, que “o fontanário foi descoberto em 1944, quando se procedia a obras para instalação da rede de água, que deve ter funcionado entre 1513 e 1563”.
“Esse fontanário é uma memória da erupção vulcânica que ocorreu em Julho de 1563, quando o Pico Queimado (anteriormente conhecido como Pico do Sapateiro) expeliu mantos de lava que soterraram grande parte da Freguesia da Ribeira Seca”, acrescentou.

Muitos turistas

Muitos locais vão ao Café “O Fontanário”, que é uma referência na Freguesia, mas também “muitos turistas, que depois de admirarem o Fontanário público aproveitam a oportunidade para entrarem naquele estabelecimento”.
“Aparecem turistas de quase todas as nacionalidades, ingleses, franceses, alemães, espanhóis, holandeses, entre outras”.
Muitas vezes
Para além do café e das águas, o Café “O Fontanário” disponibiliza ainda sumos, cervejas, aperitivos, bolos ou gelados.

Por vezes alguns petiscos

Durante as festas da Freguesia da Ribeira Seca, são conhecidas as Festas de São Pedro e do Município. “Nesta e durante outras festividades, o Café “O Fontanário” possibilita comidas ligeiras, com foco nalguns petiscos”. As Festas de São Pedro ocorrem no final de junho, com um programa, que inclui diversos eventos, como o cortejo etnográfico, marchas populares, cavalhadas e concertos de artistas populares.
Sobre locais a visitar, indica, aos turistas, alguns lugares a visitar na Ribeira Grande, entre eles, o Salto do Cabrito, as Caldeiras da Ribeira Grande, onde se podem também comer um bom Cozido à Portuguesa, as fábricas de licores, ‘A Mulher do Capote’ ou ‘Eduardo Ferreira & Filhos’, o Centro de Interpretação Ambiental Caldeira Velha, as praias e muitos outros locais.

Queria ser enfermeiro
mas ficou a ajudar o pai

Simão Pacheco faz a sua instrução primária na Freguesia, mas depois estudou na Escola Secundária da Ribeira Grande até ao 12.º ano. Teve a oportunidade de poder continuar a estudar, porque queria ser enfermeiro, mas o Café “O Fontanário” chamava por si.
“Queria ser enfermeiro, mas o café chamava por mim e por aqui fiquei, a ajudar o meu pai, mas quando ele começou a ter problemas de saúde iniciei a minha actividade, em 2008, até agora”.
Sozinho no Café “O Fontanário”, quando o serviço aperta, em alturas festivas, conta com a colaboração de uma equipa de colaboradores, que ajuda.
O futuro a Deus pertence, mas Simão Pacheco anseia que algum dos seus filhos “possa, no futuro, gerir o negócio, porque o Concelho está a evoluir muito em termos de turismo, nem que seja a tempo parcial. Os estudos estão em primeiro lugar, mas este café pode evoluir para outro patamar, podendo até vir a ser um snack-bar, que disponibilize, por exemplo, refeições, souvenirs, postais ou produtos artesanais, porque sozinho não consigo, mas estou esperançado que isso possa acontecer”.
O Café “O Fontanário”, de terça-feira a sábado funciona das 07h00 às 22h00, mas no domingo fecha da parte da tarde, e nesta altura aproveita para passear um pouco com a família.

Marco Sousa

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