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Resposta às alterações climáticas não pode travar desenvolvimento dos Açores, defende Artur Lima

O Vice-Presidente do Governo Regional dos Açores, Artur Lima, defendeu ontem, em Angra do Heroísmo, que uma região como os Açores “não pode ser vista como uma das responsáveis pelas alterações climáticas”, apelando por uma “maior sensibilidade” das “entidades supranacionais” em relação aos “territórios mais carenciados”.
“Uma Região como os Açores, ultraperiférica e oceânica, não pode ser vista como uma das responsáveis pelas alterações climáticas e, deste modo, ver o seu processo de desenvolvimento muitas vezes limitado ou até interrompido”, considerou.
“As entidades supranacionais, à escala europeia e mundial, têm de nutrir maior sensibilidade pelos territórios mais carenciados como os Açores”, realçou ainda. E deu o exemplo: “quando exigem aos Açores, região cujos níveis de desenvolvimento humano e económico estão longe do que se deseja, as mesmas regras apertadas em matéria ambiental que se exigem às grandes capitais mundiais não estamos a ser justos do ponto de vista económico”.
Artur Lima falava na sessão de abertura da 22.ª Sessão Plenária da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que se realizou em Angra do Heroísmo.
Para o governante, a qualidade ambiental da região é “incomparável” e os Açores devem ser um “laboratório” para estudar as alterações climáticas e, por essa via, “aumentar os conhecimentos em torno destas temáticas”.
No que respeita à produção agroalimentar açoriana, o Vice-Presidente do Governo reiterou que esta é “elevadíssima qualidade” e que o objetivo do Governo passa por reforçar a “promoção dos produtos no exterior”, chegando, assim, a novos mercados.
Todavia, deixou o alerta: “quando falamos em rentabilizar a nossa produção agroalimentar não nos devemos confrontar com imposições legais, regulamentações iníquas ou regras que não fazem sentido aplicar-se nos Açores”.
“O que devia preocupar as entidades supranacionais não era se os Açores devem reduzir a sua pegada ambiental”, mas sim estimular o aumento da produção agroalimentar nas regiões ultraperiféricas a fim de “assegurar a autossuficiência alimentar nestes territórios”. E concretizou: “a isso se chamaria coesão plena. Com isso haveria verdadeira justiça económica e sustentabilidade ambiental”.
Na sua intervenção, Artur Lima sublinhou ainda a relevância da posição geoestratégica dos Açores no oceano Atlântico e referiu que é necessário “potenciar esta localização privilegiada”, apostando em áreas como a inovação, a ciência, a tecnologia, o mar, as energias renováveis ou o sector agroalimentar.
Esta sessão de abertura contou também com a intervenção da Directora do Centro de Desenvolvimento da OCDE, Ragnheiður Elín Árnadóttir, e do Representante Permanente de Portugal na OCDE, Manuel Lobo Antunes.
Os trabalhos do encontro, subordinados à temática “Iniciativa sobre as Cadeias de Valor Globais, Transformação da Produção e Desenvolvimento”, prosseguem na ilha Terceira até esta Quinta-feira, em parceria com o Governo Regional, e é realizado anualmente numa das regiões/cidades dos membros da OCDE.A iniciativa é uma plataforma para o diálogo político e para a partilha de conhecimentos entre países da OCDE e países não pertencentes à OCDE, que visa melhorar as evidências e identificar orientações políticas para promover o desenvolvimento, a participação e a modernização nas cadeias de valor globais (CGVs).
Os Açores têm trabalhado com a OCDE, por forma a fornecer um quadro analítico com o intuito de atualizar e expandir os mecanismos de apoio da União Europeia em relação à integração nas cadeias de valor globais.
A OCDE é uma entidade internacional com 38 países membros, fundada em 1961, sendo que Portugal foi um dos países fundadores da mesma.
O seu objectivo é promover políticas para melhorar o bem-estar económico e social global, atuando como um fórum para os governos compartilharem experiências e procurarem soluções para problemas comuns.

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