Edit Template

Antigo chefe da secção de Trânsito da PSP ajudou a fazer nascer as marchas de São Pedro e continua a fazer as Alâmpadas

As Alâmpadas são arranjos florais, que incluem frutos, destinados a ornamentar a
paróquia da Ribeira Seca da Ribeira Grande, durante as festas.

Manuel Amaral, de 70 anos de idade, foi chefe da secção de Trânsito da Polícia de Segurança Pública (PSP), tanto em Ponta Delgada como na Ribeira Grande e foi para a pré-reforma há 15 anos atrás, ou seja, quando tinha 55 anos.
“Na pré-reforma estive seis anos e um mês e com 61 anos e um mês transitei para a aposentação”, validou.
Recorde-se, que a pré-reforma permite, por meio de um acordo escrito com a entidade patronal, reduzir o seu horário ou volume de trabalho, ou até deixar mesmo de trabalhar, mas continuar a receber uma remuneração.
O nosso entrevistado serviu a PSP durante 34 anos e até diz, que “não tem saudades desse tempo”.
Manuel Amaral era especialista em trânsito, sabia do código de estrada de cor e salteado, e até andava nas estradas de moto.

Apesar de reformado nunca parou

Reformado, nunca parou e passou a estar mais tempo na sua quinta, porque gosta da “agricultura”.
Colabora com as festas de São Pedro e diz, que ajudou “a fazer nascer as Marchas de São Pedro, em 1991, que não se realizavam na Ribeira Seca, porque só aconteciam as Cavalhadas de São Pedro”.
Na altura, faziam parte da comissão de festas, Mário Juvenal do Rego, Paulo Correia e Pedro Alves.
Posteriormente, fez parte de uma irmandade do Divino Espírito Santo, “durante nove anos e quatro anos sozinho”.
Apesar de ter nascido na Matriz da Ribeira Grande, desde 1979, que integra diversas organizações religiosas na Ribeira Seca.
Faz várias coisas, mas “essencialmente gosta de estar em convívios quer, sejam populares ou religiosos”.

Como surgiram as Alâmpadas

E para quem não sabe, Manuel Amaral ajuda a preparar as Alâmpadas de São Pedro, na Ribeira Seca.
As Alâmpadas são arranjos florais, que incluem frutos, destinados a ornamentar a paróquia da Ribeira Seca da Ribeira Grande, durante as festas.
Sobre as Alâmpadas, disse, que “em 1563, houve a erupção vulcânica do Pico Queimado (antes denominado de Pico do Sapateiro), cujas lavas vulcânicas soterraram parte da Freguesia da Ribeira Seca. Para se ter uma ideia, as ruas anteriormente eram como está o actual Fontanário da Ribeira Seca, situado em frente à actual Igreja de São Pedro.
Curiosamente, aquela igreja era anteriormente uma ermida e reza a história, que durante a erupção vulcânica ocorreram abalos de terra e o único santo, que não foi derrubado foi São Pedro, que não é o actual e é o mais antigo, que também está na igreja.
Então, alguns monárquicos realizaram uma incursão, a cavalo, de Vila Franca do Campo até à Ribeira Seca, onde foram agradecer a São Pedro ter parado a lava no local, onde está a igreja, que na altura era uma ermida.
Ficamos assim com uma ideia, de como sugiram as Cavalhadas, mas como oferta, trouxeram uma canastra cheia de frutos da época, para oferecer a São Pedro, nascendo assim as Alâmpadas”.
“Bem-aventurado aquele que credita, sem ver, para não ser igual a Tomé”

Manuel Amaral diz ser crente, porque é preciso ter fé e acreditar. “Bem-aventurado aquele que acredita, sem ver, para não ser igual a Tomé”, relevou.
“Estou ali três semanas, a ajudar a fazer as Alâmpadas de São Pedro e este ano fizemos 2100 Alâmpadas”.
As Alâmpadas de São Pedro são cachos, com cerca de um metro de altura, enfeitados com flores e fruta da época. As flores são hortênsias e rosinhas, e a fruta da época laranjas, limões, peras, ananases, mas também milho e pepinos. Só ananases foram também 2100, o mesmo número das Alâmpadas.
As Alâmpadas foram elaboradas por dezenas de pessoas voluntárias, que se revezaram em turnos. Como compensação, almoçaram ou jantaram.
Assim, todos os anos são feitas mais de um milhar de Alâmpadas, que servem para enfeitar a Igreja de São Pedro, mas também para oferecer a quem colabora com a festa.
Na sua quinta, Manuel Amaral colhe de tudo um pouco, tomates, pepinos, couves, alfaces, batatas, milho, salsa, feijão e tudo para casa.

Marco Sousa

Edit Template
Notícias Recentes
Presos dois homens em São Miguel por homicídio de um homem num prédio na rua do Paim
“Viver a Páscoa é acrescentar vida e luz às nossas sociedades, sermos pessoas optimistas, com esperança e auto-estima”
“A minha massa é diferente porque eu não fujo das receitas da minha mãe e da minha avó”, afirma Dália Martins de 73 anos de idade
Estreia americana de “First Date”em New Bedford propaga avalanche em festivais pelos Estados Unidos
“As principais doenças do fígado nos Açores são a hepática alcoólica e metabólica”,afirma a jovem médica Maria Santos
Notícia Anterior
Proxima Notícia
Copyright 2023 Correio dos Açores