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Afinal o Estádio de São Miguel passou

A certificação ou não do estádio de São Miguel pela Comissão Técnica de Vistorias da Liga Portugal foi um dos principais temas após o termo do campeonato de futebol da Segunda Liga.
Há condições, não há condições. É o problema da drenagem do relvado ou dos sanitários. É a necessidade da construção de um balneário para os elementos femininos das equipas de arbitragem e a renumeração dos lugares das bancadas, que estão apagados pela corrosão do tempo. É a necessidade de alterar a iluminação para lâmpadas Led. É a pintura. Enfim, tantos melhoramentos urgentes que ponham em causa a utilização do estádio pela equipa do Santa Clara no regresso à Primeira Liga.
Porém, o estádio de São Miguel passou no exame, voltando a receber o nível 3, assim como mais 9 emblemas que vão disputar o campeonato.
Mas como se há várias intervenções a serem concretizadas? A Liga aprovou porque houve o compromisso da SAD do Santa Clara em proceder a várias obras ao longo da época.
Como é público, está para breve um acordo, através de contrato, entre a administração da SAD do Santa Clara e o Governo Regional para a cedência daquele espaço por um período de 10 anos, renováveis. As benfeitorias exceptuadas são da responsabilidade da SAD, mas intervindo o Governo com 50%. Uma que está na mente da empresa accionista é a cobertura de parte dos lugares que continua ao sabor da chuva.
Apesar de não ser oficial, consta que um dos entraves para o acordo estar em funcionamento é o campo do Lajedo. A SAD pretende incluí-lo, mas sendo um campo que apoia o desporto escolar e outros clubes há reticências que vá por diante.
Uma certeza. O povo vai ter oportunidade de assistir aos jogos da Primeira Liga no estádio de São Miguel. Mas não pode demorar a entrada em funcionamento da cedência para a execução das obras prioritárias. A vistoria de Novembro pode levar a um recuo e a equipa ter de ir jogar para o Algarve.
NOVAMENTE NO MEIO DA TABELA PARA BAIXO foi a conclusão da participação das selecções de futebol de Sub-14 das Associações de Ponta Delgada, da Horta e de Angra do Heroísmo, no torneio nacional que no distrito de Aveiro reuniu na semana passada equipas representativas das 22 Associações de Portugal.
A selecção da AF Ponta Delgada (na foto incluída em primeiro lugar) tem sido a melhor dos Açores, mas sem nunca deslumbrar. Este ano melhorou um lugar em relação à edição de 2023, com 3 vitórias e 3 derrotas, terminando em 14.º lugar.
Entrou mal com uma goleada imposta por Coimbra por 8-1, perdendo a seguir com a equipa finalista vencida da AF Porto, por 1-0, mas beneficiando da má pontaria dos jogadores adversários e de uma actuação de bom nível do guarda redes Lisandro Almeida. A terminar a primeira fase ganhou, por 4-0, à AF Horta. Uma semana antes, no torneio regional, havia derrotado a equipa da AF Horta por 4-0 e por 7-0.
Incluída na Liga de Prata, onde figuraram as selecções que se classificam entre os 13.º e o 18.º lugares, venceu, no seu grupo, a AF Bragança e a AF Castelo Branco ambas por 1-0. Terminando em primeiro, defrontou, na final, que estabeleceria o 13.º e 14.º lugar, a AF Vila Real, perdendo por 2-1.
Não se pode classificar a campanha de negativa. A inclusão na primeira fase com as equipas das AF Porto e AF Coimbra (apesar de sofrer 8 golos, o que é mau) retirou a possibilidade de estar na Liga de Ouro, que permite posicionar as equipas entre os 7.º e 12.º lugares.
Os jogos que observei da equipa micaelense, através das transmissões via tv e redes sociais, confirmei os talentos que despontaram ao longo da época. Os dois jogadores do CF Pauleta, Lourenço Fernandes e Henrique Amen (sem uma utilização regular devido a lesão contraída num pé antes da participação), deram nas vistas. Vão para o Vitória SC, de Guimarães.
Dos restantes jogadores, há alguns com muitas lacunas, muitas do ABC da bola. Reforçam-se as faltas de qualidade, de treino, de persistência, de compromisso e de competição. Enquanto não se ultrapassarem estas deficiências, vamos continuar, nesta aferição do futebol global de um importante escalão de iniciação, no meio da tabela para baixo, salvo um ou outro ano entre as 10 melhores, como se pode observar nos quadros abaixo.
As selecções das AF Horta e de Angra (na outra foto) voltaram a ocupar os dois últimos lugares. Estranha-se o comportamento da equipa com atletas das ilhas Terceira, São Jorge e Graciosa. Última pelo segundo ano. Desta feita com 6 derrotas, nenhum golo marcado e 14 sofridos. Mais: depois de ter ganho no “regional” à AF Horta por 3-1 e 5-3, perdeu neste torneio por 1-0.
Há motivo para perceber o que se passa no seio do futebol jovem daquela Associação? Menos praticantes, reduzindo o campo de recrutamento com qualidade? É uma das hipóteses.
Eis os quadros com as classificações, os pontos, as vitórias, empates, derrotas e golos marcados e consentidos pelas selecções de sub 14 das três Associações nas últimas dez edições, salvaguardando que não houve em 2020 e 2021 devido à pandemia.

A. F. Ponta Delgada
ANO LUGAR PONTOS GOLOS
2013 19.º 2 6-13
2014 11.º 7 7-7
2015 11.º 7 6-10
2016 9.º 8 4-3
2017 13.º 6 1-2
2018 7.º 9 7-7
2019 17.º 4 4 -14
2022 13.º 6 2-8
2023 15.º 6 5-12
2024 14.º 3V/3D 8-11

A. F. Angra do Heroísmo
ANO LUGAR PONTOS GOLOS
2013 13.º 6 6-13
2014 20.º 0 1-10
2015 21.º 1 2-20
2016 16.º 4 5-10
2017 20.º 3 3-11
2018 21.º 2 2-8
2019 16.º 4 3-7
2022 16.º 6 3-7
2023 22.º 1 2-13
2024 22.º 0V/6D 0-14

A. F. Horta
ANO LUGAR PONTOS GOLOS
2013 21.º 0 3-13
2014 20.º 0 1-12
2015 18.º 3 2-14
2016 22.º 1 1-22
2017 22.º 0 2-28
2018 22.º 0 0-45
2019 22.º 0 1-35
2022 22.º 0 0-40
2023 21.ª 3 2-23
2024 21.º 1V/5D 1-27

LOURENÇO RODRIGUES voltou a estar em evidência. Foi vice campeão de Portugal dos 3000 metros obstáculos, a sua principal disciplina. O atleta do Juventude Ilha Verde, há quase dois anos inserido no Centro de Treino de Atletismo, no Jamor, treinado por Luís Pinto, disputou o título com Etson Barros, o principal adversário em Portugal. Perdeu para o benfiquista por uma “unha negra” como sói dizer-se e como a foto exemplifica. O tempo de Lourenço foi de 8:39.70 e de Etson de 8:39.66 minutos. O terceiro classificado, Leandro Monteiro, do Sporting, percorreu a distância em 8:46.48.
Tem sido um percurso em ascensão. Dos 9 minutos da época passada, iniciou esta com 8:50. Em Bruxelas fez 8:39 e recentemente, na 19.ª Reunião Internacional de Atletismo Villa de Bilbao, inserida na World Tour Bronze, realizou o fantástico tempo de 8:24.17.
Renovo o que tenho escrito. São estes jovens que justificam todo, mas todo o apoio da Região. O Lourenço está na linha para alcançar mínimos que o levem aos Jogos Olímpicos de 2028, a tão almejada meta do desporto açoriano, perseguida há mais de 30 anos no desporto individual. Teve de ir treinar para fora da ilha de São Miguel com a finalidade de evoluir. Só assim se consegue.
Na calha está Natacha Candé, que tem potencial para chegar longe no atletismo.
Quando se gastam verbas com os Jovens Talentos Regionais e Alto Rendimento sem resultados ao longo de tantos anos, a aposta tem de ser em atletas que demonstrem capacidades e resultados para se evidenciarem e evidenciarem a Região.
PEDRO PAULETA foi o entrevistado do programa Primeira Pessoa, da RTP, da autoria de Fátima Campos Ferreira.
A reconfirmação de um ser humano que não é fácil encontrar e identificar. Muito para além dos muitos golos marcados. É o expoente de um jogador de futebol versus cidadão com visão e com pensamento nos vários momentos da vida.
Pensa no próximo, ajudando os que merecem. Quer instituições quer individualmente.
Criou uma Fundação e a escola de futebol como exemplos para uma criança ou jovem de ilhas com limitações várias poderem alcançar o que Pauleta atingiu.
As lágrimas quando fala dos Açores e desta ilha são sinceras. Mesmo que ainda esteja à espera de o presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro, concretizar a promessa de Fevereiro de 2022 quando anunciou que o troço da variante entre a ruas das Maricas e a zona adjacente ao ilhéu de São Roque homenageará o futebolista Pedro Pauleta, “um ilustre são roquense que muito honra a freguesia, o seu povo e os Açores inteiros”.
Posso confirmar, pelas várias vezes que o acompanhei, ser um cidadão de Paris, honrado de tal forma que o Comité Olímpico de Portugal o convidou para ser o embaixador da missão dos próximos Jogos Olímpicos junto dos milhares de emigrantes portugueses naquela grandiosa cidade, a segunda casa de Pauleta.

José Silva

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