1- A nomeação pelo Governo de Rui Coutinho para Presidente do Conselho de Administração da SATA foi de imediato contestada sem que soubessem ao que vinha o nomeado. A verdade é que as administrações anteriores mantiveram e até prolongaram a doença que há anos tem atingido a Companhia aérea que mantém as portas de entrada e saída nos Açores abertas, apesar de padecer de uma gangrena que a vai debilitando e sem remédio que a cure.
2-Em 2017, o Presidente do Governo Vasco Cordeiro anunciou a determinação do governo, em abrir o capital social da SATA Azores Airlines a um parceiro estratégico que trouxesse mais-valia à empresa pública detida pela Região.
3-Tal anúncio contou com o apoio do PSD/A e com reticências dos demais partidos com assento parlamentar, cada um com dúvidas e fundamentos diferentes.
4- À data, aquela decisão do Governo era o início de um processo de reestruturação porque o que estava em causa era a sobrevivência da própria empresa, e a estratégia devia assentar em quatro pilares que nos pareciam essenciais, para garantir o futuro da empresa e que eram:
5- Encontrar um parceiro estratégico que adicionasse valor e conhecimento à empresa; manter 51% do capital social na posse da Região, transferir o Hub da Azores Airlines de Lisboa para os Açores; rever o acordo de trabalho adequando-o e conciliando-o com as alterações verificadas no meio laboral; salvaguardar os direitos sociais dos trabalhadores.
6-A crise do grupo SATA teve o condão de fazer a sociedade pensar no que seria a mobilidade da Região sem um instrumento vital para a circulação entre Ilhas e para o exterior.
7-A nossa realidade arquipelágica não pode ficar dependente apenas do mercado livre. Temos de reaprender a defender os nossos valores e o nosso património para além do lucro, que sendo justo, não resiste à ganância dos que querem sempre mais.
8-Passados sete anos, o Grupo SATA continua à procura de uma gestão capaz, e o que se tem visto é uma gestão atrás de outra que acumula prejuízos, cria rotas, sem que se saiba qual a sua viabilidade, acumulando custos que são depois acrescentados à divida da empresa.
9-O novo Presidente da Companhia Rui Coutinho levou à Comissão de Economia da Assembleia Legislativa um rol com inúmeras medidas que pretende dar andamento de imediato e que têm por fim único salvar o Grupo SATA que, segundo ele, tem todas as empresas tecnicamente falidas. Daí as medidas para reduzir gastos e aumentar receitas, fechando lojas, fazendo acordos com o pessoal, eliminando rotas que não dão lucro, e aumentando os preços das tarifas.
10-Trata-se de uma tarefa hercúlea que se espera seja levada a cabo pelo novo Presidente do Grupo SATA, e que seja compreendida por todos os que fazem parte das empresas, porque o que está em causa é salvar o que é possível salvar para manter abertas as portas de entrada e saída das Ilhas dos Açores.
11-Para tanto é indispensável que o Governo Central pague o que está em divida pelo serviço feito pela Azores Airlines durante anos, nas rotas não liberalizadas, nas Ilhas do Faial, Pico e Santa Maria, e se for necessário deve requerer-se o pagamento pelas vias judiciais.
12-As medidas que o Presidente da SATA Rui Coutinho apresentou aos Deputados que o examinaram, são medidas necessárias e corajosas que merecem aplauso por serem concretas e imediatas. Trata-se de um novo voo para o futuro do Grupo SATA, assim esperamos!
13-Por outro lado, a escola do Faial da Terra vai ser encerrada, porque havia mais professores e funcionários do que alunos. Os seis que restam irão no próximo ano, ser transportados todos os dias para a Povoação.
14-A natalidade tem vindo a diminuir e todos os responsáveis políticos estão muito preocupados com a desertificação em várias Ilhas, mas sem terem modo de encontrar um Plano de repovoamento capaz de estancar esta galopante crise. Haja tino e preocupação com as pessoas que é coisa que não parece existir no diário político.
15-O Governo da República já deu o pontapé de saída para a reforma da Administração Pública, facto que parece passar ao lado na Região e que é tão necessário fazer-se.
16-Temos de desburocratizar para podermos crescer!
Américo Natalino Viveiros