Na Rua do Mourato, n.º 33, na Ribeira Seca – Ribeira Grande surge a Azorean
Greenhouses, um viveiro de produção de hortaliças e aromáticas, produção de
flores, árvores de fruto e enxertadas.
No local chegamos à fala com o proprietário Domingos Rego, de 60 anos de idade, que nos revelou como surgiu este negócio. “A minha família sempre teve gosto pela agricultura. Tinha o meu emprego na agricultura até ter idade de cumprir serviço militar. Saio da tropa e a agricultura passa por uma crise, mas sempre trabalhei no ramo, nunca deixando de lado a ambição de poder vir a ter uma casa, que tivesse um bom quintal para me dedicar à agricultura, o que acabou por acontecer. De início, produzia flores e as primeiras clientes começaram por ser as minhas vizinhas, mas a partir daí a procura e o negócio foi crescendo. Começamos com uma área de nove metros quadrados, que depois aumentamos para 1000 m2”.
Entretanto, a Azorean Greenhouses já adquiriu, na Ribeira Grande, um terreno com uma área de 15 mil m2, para levar avante muitos dos seus projectos, para uma área coberta de cinco mil metros quadrados e 10 mil m2 de área de cultivo ao ar livre. Numa linha temporal, “estamos a falar numa evolução de 12 anos, do início até chegar a esta fase”, como satisfatoriamente reconhece.
Acresce referir, que nos 15 mil metros quadrados, Domingos Rego revelou, que “haverá ainda áreas de venda e produção, mas também uma área de lazer, de 500 m2, para as crianças”.
O primeiro agricultor a introduzir
suculentas na ilha
A Azorean Greenhouses produz várias plantas de ornamentação, mas também as aromáticas e hortaliças.
Na quadra natalícia, surgem as poinsétias ou estrelas de Natal, que já é uma das plantas mais procuradas pelos portugueses, e nos Açores, não é excepção. A poinsétia vermelha é a preferida no Natal, mas existem poinsétias brancas, rosas, amarela, laranjas, azuis e até pretas.
Domingos Rego foi o primeiro agricultor a introduzir as plantas suculentas na ilha, há 12 anos atrás. “Na altura, era o único que vendia cactos e suculentas, abastecia a Agriloja de Ribeira Grande e outras casas comerciais em Ponta Delgada, mas hoje em dia, quase todos têm suculentas”.
Recorde-se, que as suculentas são plantas que possuem a capacidade de armazenar água nas suas folhas, nos seus caules ou nas suas raízes. Aliás, é devido a esta característica que conseguem sobreviver em climas áridos e secos, onde a água é escassa.
Clientes em todas as ilhas
A Azorean Greenhouses tem clientes de todas as freguesias da ilha e expandiu a área do negócio para a comercialização de vasos. “Foi uma necessidade, porque o cliente comprava a flor, mas depois tinha de comprar os vasos noutros locais, mas agora também já pode comprar aqui vasos”.
Os vasos disponibilizados são de todas as cores e feitios, desde plástico, cerâmica ou barro.
Registe-se ainda, que a Azorean Greenhouses tem também clientes nas nove ilhas do Arquipélago dos Açores.
Para fora de Portugal, a Azorean Greenhouses já satisfez as necessidades de alguns clientes, por encomenda, nomeadamente hortênsias e camélias.
“As flores têm muita procura, mas todas elas têm a sua época. Por exemplo, no Natal são as poinsétias, no Dia dos Finados são os crisântemos, mas no início do ano, os Amores-perfeitos. Os Manjericos venderam-se muito, porque é a planta dos santos populares, cujo aroma é mais forte do que o próprio Manjericão”.
Por falar em Manjericão, esta erva aromática é versátil e saborosa, frequentemente utilizada na culinária, assim como o tomilho ou o alecrim.
Domingos Rego diz ainda, que todas as semanas “aparece um cliente novo”. Não consegue contabilizar quantos serão, porque diz que “a Azorean Greenhouses é diferente de outras casas comerciais”, porque é também um negócio familiar. E assim sendo, “é diferente e ajuda muito, na relação com o cliente”.
Na Azorean Greenhouses, Domingos Rego tem a ajuda do seu filho, que conta ainda com a ajuda da mulher, que só pode colaborar na terça-feira e no domingo, porque tem o seu trabalho. “Mesmo assim, ajuda, porque diz que é um trabalho que alivia o stress”.
Domingos Rego é natural da Ribeira Seca e tirou e escolaridade obrigatória da altura, porque depois foi para as terras trabalhar. “Éramos seis irmãos e tomávamos conta de muitas quintas”, recordou.
Em termos de perspectivas para o futuro, diz que “o futuro é sempre incerto”, havendo no entanto “um sentimento bom”.
Marco Sousa