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Dois estrangeiros residentes em São Miguele no Faial foram detidos pela PJ numa operaçãointernacional da Europol por tráfico de drogas

Um indivíduo australiano, de 55 anos, com residência em São Miguel e um indivíduo britânico, de 37 anos, com residência no Faial, foram detidos no âmbito de uma operação internacional contra o tráfico de drogas, por indícios de prestarem apoio a esta organização criminal, com o epicentro nos Balcãs, no sudeste da Europa.
Em declarações ao Correio dos Açores, o Coordenador Regional da Delegação dos Açores da Polícia Judiciária, Renato Furtado, os dois estrangeiros foram alvo de uma detenção por cumprimento de mandato de detenção europeia.
Ainda segundo o Coordenador, esta operação começou em 2020, quando as autoridades espanholas começam a detectar vários movimentos suspeitos de embarcações que saiam do sul de Espanha e das ilhas desse país com destino à América do Sul. A polícia Judiciária nos Açores colaboração para a detenção dos indivíduos.
Em Dezembro de 2023, foi feito uma intervenção num dos veleiros junto à saída das Caraíbas, cujo veleiro detinha 1.500 quilos de cocaína, com um valor de 45 milhões de euros, sendo que a droga foi apreendida. De acordo com o coordenador Renato Furtado, a apreensão da cocaína, dos tripulantes e pessoas associadas ao veleiro, permitiu obter mais informações para perceber a abrangência da organização criminosa.
A operação ‘Mentor’ resultou na detenção de 50 pessoas, com 47 buscas domiciliárias e o envolvimento de 11 países, entre os quais Bulgária, Colômbia, Noruega, Panamá, Portugal, Espanha e Trindade e Tobago.
Segundo informação da Europol, destes 50 detidos, dois foram detidos nos Açores e um foi detido em Lisboa. Os dois estrangeiros com residência no arquipélago foram levados para Lisboa, onde foram ouvidos no Tribunal de Relação em Lisboa, que decidiu manter os dois indivíduos detidos para serem entregues para Espanha.
Ainda de acordo com um comunicado da mesma autoridade policial internacional, as autoridades espanholas trabalharam com a polícia norueguesa, a Agência Nacional do Crime (NCA) do Reino Unido, a Administração Antidroga dos Estados Unidos (DEA dos EUA) e também a PJ, através da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes e do Departamento de Investigação Criminal dos Açores no âmbito de um grupo de trabalho operacional criado na Europol.
Segundo o jornal Correio da Manhã, as pessoas envolvidas nesta rede de tráfico de droga contrataram ‘santeros’ (bruxos) para garantir o sucesso dos transportes.
Filipe Torres

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