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Federação Agrícola, parceiros locais e Governo dos Açores juntam-se no primeiro festival ‘Azores Beef Fest’ para divulgar a excelência da carne açoriana

“Nós consumimos apenas 23% da carne açoriana e o resto normalmente sai da Região. Com este festival,
podemos ter, claramente, um crescimento na possibilidade desta saída para o território continental, que
normalmente é o nosso mercado de proximidade…

A Federação Agricola dos Açores vai promover nos dias 5, 6, 7 e 8 de Setembro o primeiro Festival Azores Beef Fest 2024 que vai decorrer nas instalações da Associação Agrícola de São Miguel (Mercado Agrícola de Santana). Este evento foi apresentado ontem à comunicação social pelo Presidente da Federação Agrícola dos Açores, Jorge Rita, que é também o Presidente do Centro Estratégico Regional para Carne nos Açores (CERCA) e conta com a parceria do Governo dos Açores, de todas as associações ligadas ao sector e vários patrocinadores, de entre eles Governo dos Açores e o Centro de Fabrico dos Açores (CFA), Quinta dos Açores, Associação Aberdeen Angus, Cooperativa União Agrícola.
Jorge Rita na sessão de apresentação deste projecto considerou que “pela primeira vez vamos fazer algo inédito nos Açores e até mesmo no país dada a dimensão que irá atingir, precisamente num festival de carnes. Existem muitos, de forma muita diferenciada, mas este é aquele que, obviamente, terá maior concentração e dinamismo desde a formação, às explicações, ao aproveitamento terminando nos últimos dias com o churrasco”.
Anunciou que estarão presentes neste Festival sete cozinheiros – Itamar, Claudião Assador, Serginho Montana, Ale Ferreira, Diego Sales, Diogo Martins, Bruno Sousa e Alexandre Coelho – , especialistas na confecção da carne em que nós somos muito bons no aproveitamento, na Região, de lombos e vazias, duas peças fundamentais da carne, mas o animal não é só feito nem de lombos nem de vazias. Tem todo um potencial enorme, em cada animal em si, e é isso que iremos demonstrar num bom aproveitamento e na valorização do mesmo”.
“Queremos muita agregação de todos os players do sector, desde os produtores, de quem transforma, de quem comercializa, ao talho e ao consumidor. É este o trabalho que queremos patrocinar no sentido de darmos um salto qualitativo na valorização da carne dos Açores”, disse Jorge Rita, garantindo que “será um grande evento a nível nacional ou mesmo internacional. Vamos ter chefes de extraordinária qualidade e temos de dar um foco neste momento muito importante à produção da carne nos Açores e à sua valorização porque é uma área que não está devidamente explorada. O tempo urge e não podemos perder tempo”.
Para Jorge Rita, o CERCA está empenhadíssimo, juntamente com o Governo dos Açores, e os verdadeiros patrocinadores deste evento em que “a carne dê um salto qualitativo na sua valorização. Obviamente que aqui o grande desafio e, as pessoas que assistirem vão perceber, que olhando para a parte de trás até à parte da frente do animal o verdadeiro aproveitamento de todas as peças e do que se pode valorizar. É este o verdadeiro objectivo que queremos ter neste grande evento”.
Mais, adiantou: “Porque hoje, e cada vez mais, os Açores estão na moda em todas as vertentes. O sector leiteiro tem mostrado uma maior organização ao longo dos anos, a carne tinha alguma desorganização e agora estamos articulando e agregando toda a fileira no sentido da carne dar um salto na sua valorização”. Porque, segundo Jorge Rita, “produzir nos Açores tem as suas dificuldades inerentes, como se sabe, devido ao distanciamento, a questão dos transportes e o custo que está associado a isto. Mas temos algo que nos diferencia, que passa pela excelência dos nossos produtos e a excelência da nossa carne. Isso aqui será demonstrado, mas, obviamente, que temos de dar um salto na sua valorização comercial, naquilo que se exporta, naquilo que se transforma e comercializa, naquilo que o consumidor pode e deve de aproveitar”.
Hoje, na perspectiva do dirigente, “o paradigma da carne e de outras produções na Região Autónoma dos Açores vão sofrer algumas alterações derivado aos transportes marítimos e às suas obrigações. Cada vez mais, pensamos nós, que podemos e devemos, na Região, aproveitar o marketing que as pessoas podem fazer da nossa carne, usufruindo da degustação que fazem cá, ou seja, não há marketing melhor que se possa fazer que tendo cá o turismo a alimentar-se da nossa carne e as mais-valias ficam na Região. Em vez de pagarmos transportes para a exportação, são os consumidores a consumir cá com o reflexo positivo replicado em toda a economia da Região Autónoma dos Açores”. Estou convencido que o turismo irá melhorar, nos próximos anos, a gama do nosso turismo para patamares muito acima e nós temos de ter os nossos produtos de excelência disponíveis na Região.
O outro caminho da exportação, nós consumimos apenas 23% a nível de carne, o resto normalmente sai da Região. E também podemos crescer nesse tipo de carne, a nível da exportação. Sabemos que o mercado nacional a nível de carne é deficitário em mais de 54%, ou seja, tem de comprar a outros países. A Região Autónoma dos Açores também pode ter aqui, claramente, um crescimento na possibilidade da exportação do que não necessitamos na Região para o continente português, que normalmente é o nosso mercado de proximidade e para onde expedimos, já que não se pode considerar exportação.
Junta-se a fome à vontade de comer. Há condições, o mercado nacional precisa, nós temos capacidade de crescimento, de transformar peças e oferecer ao mercado regional peças para valorizar na Região. Este grande evento vai servir de choque para perceberem que a carne também é um sector extremamente importante na Região Autónoma dos Açores e a nível de São Miguel.
Claramente que alguém vai dizer que a carne vai custar mais caro a quem consome carne dos Açores. Obviamente que esta situação é como todos os produtos de excelência, como por exemplo o vinho e o ananás, quando queremos dar o salto sabemos que algumas pessoas poderão ter mais dificuldades. Mas também, com este tipo de formação, irá haver um maior aproveitamento de toda a carcaça. Haverá sempre carne disponível, a preços acessíveis para os consumidores regionais. é bom que se diga isso para que não se caia no erro de que o consumidor regional terá muita dificuldade em chegar também aos preços da carne. Não, porque por essa razão, esse desafio e o trabalho que vai ser demonstrado é precisamente para as pessoas saberem, como até para o consumidor normal, para quem cozinha em casa ou na restauração que existe muita peça na carcaça do animal que pode ser usada de forma diferenciada daquela que, neste momento, e pode ajudar o consumidor”.
Adiantou ainda que “nos eventos que são dedicados à carne é previsível aquilo que se faz. Faz-se a promoção da carne, com as peças mais nobres e aqui, claramente, que não é só para fazer a promoção nos dias de churrasco. É formar equipas, muitas pessoas que têm interesse na desmancha, no acabamento. Vamos dar um foco muito forte, não só aos dois dias de churrasco, mas aos dois dias anteriores na formação pedagógica a nível dos produtores, do IAMA e dos seus colaboradores dos matadouros, dos talhos e da restauração. Queremos fazer a integração completa para o sucesso da carne dos Açores. É esse o objectivo deste grande evento que já foi na Terceira, Pico e Santa Maria. Agora faz-se em São Miguel com outra dimensão”.
“O que precisamos não é só do crescimento da produção, mas sim da valorização pela diferenciação dos nossos produtos e a carne é mais um produto de excelência diferenciadora”, disse, acrescentando que no festival haverá aproximadamente 2100 quilos de carne. “É um evento aberto à população em geral, no sentido de que poderá desde a abertura até ao final comer toda a carne. É importante que provem a diferença que existe em todas as carnes do animal. No churrasco o lombo e a vazia são dominantes, depois tem o acém, a picanha, mas há toda uma panóplia de nomes que vão ser distribuídos na degustação”. E, claro, qualquer pessoa pode inscrever-se e comprar o bilhete online. O acesso é fácil, Se chover ou se estiver sol, as pessoas irão estar protegidas”, garante.

Frederico Figueiredo

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