Edit Template

Açores e o futuro: É melhor prevenir do que remediar

O Mundo atravessa um período bastante difícil. Tão complexo que ser optimista hoje é considerar que é compreensível o actual estado de coisas como uma época histórica de incerteza longa e de tentativa de reordenamento da diplomacia internacional por enfraquecimento do Ocidente e da democracia, de algum modo previsível.
O surto epidémico combinado com a proliferação de conflitos militares na Europa e no Médio Oriente bem como as ameaças de guerra mundial protagonizadas por Chefes de Estado, ao que a tudo se juntou um ano eleitoral com uma amplitude geográfica de reduzida recordação e acolhedor da ascensão de novos partidos políticos com uma visão socialmente populista, radical e politicamente mais autocrática. Eis as causas. O resultado é a ampliação da dúvida sobre a extensão temporal das dificuldades em todos os domínios da vida assim como o crescente receio relativamente à intensificação e amplificação dos conflitos militares.
A acção política quotidiana, também contribui por si própria e vai aos poucos assumindo a natureza do 5º Cavalo do Apocalipse, a avaliar pelos estragos já causados como por aqueles que denuncia ainda motivar.
Os Açores são uma Região Autónoma. Não estão próximos de nenhum Continente, mas geograficamente dispõem de uma privilegiada situação de equidistância do Europeu e do Norte Americano que lhes empresta um valor geoestratégico considerável.
O recrudescimento dos conflitos internacionais correntes, em tese, não afectarão directa e imediatamente os Açores, por duas razões: estes não constituem propriamente uma “fronteira” ou “muro” impeditivo da acessibilidade a nenhum dos Continentes. Já não são tão relevantes como no passado eram para a travessia aérea norte atlântica e a actividade submarina. Nem são já fundamentais para o disparo de mísseis de longo alcance sobre o Atlântico Norte ou reabastecimento de aeronaves. Mantêm contudo posição de elevado interesse para a vigilância espacial devido à sua extensão geográfica. Territorialmente, estar nos Açores não é estar na Europa nem é estar nos Estados Unidos.
Porém, parece apropriado, apesar dos muitos problemas insulares existentes, habitação, educação, hospitais, portos, aeroportos, transportes marítimos, aéreos, equilíbrio orçamental… que este tempo de Verão e de descanso seja aproveitado para uma reflexão que comece a preparar o futuro integrando na agenda das preocupações os seguintes temas:

  • defesa e consolidação da autonomia de modo a evitar que acompanhe, de algum modo, o enfraquecimento da democracia e que tal como a democracia, filha de quem é, tem fragilidades herdadas – nas actuais circunstâncias, mais do que aprofundamento necessita de manter as condições políticas, financeiras, patrimoniais e institucionais que assegurem o regular funcionamento dos seus órgãos de governo próprio como um normal e positivo relacionamento com o governo da República bem como com o Executivo da União Europeia;
  • unidade e coesão dos Açores tem de ser um tema permanente e evitadas acções que o possam fragilizar;
  • manutenção de um ritmo apropriado de construção ou reconstrução das infra-estruturas de desenvolvimento;
  • equilíbrio orçamental e gestão criteriosa da dívida pública regional;
  • diálogo assíduo com todo o sector empresarial, por ilha e por conjunto geográfico;
    Se estas são as linhas que definem o caminho de governação que têm sido seguidas, basta garantir o rumo, os passos, a sua direcção e ser consistente. Recordar é viver!
    Álvaro Dâmaso
Edit Template
Notícias Recentes
São Miguel acolhe encontro nacional sobre qualidade e excelência organizacional
Homem detido na Praia da Vitória para cumprir pena de dois anos de prisão pelo crime de roubo
“Precisamos de estratégias para preservar a eficácia dos antibióticos, caso contrário infecções banais voltam a ser potencialmente fatais”, afirma Laura Sá, médica especialista em Doenças Infecciosas
Valor do pescado nos Açores cai 2,3 milhões de euros em Outubro
“Socorros Mútuos” vai a votos com Conselho Geral e novo edifício no horizonte
Notícia Anterior
Proxima Notícia
Copyright 2023 Correio dos Açores