A família real do Qatar viajou até ao arquipélago dos Açores para passar uns dias de férias na Região, noticiou ontem o Notícias ao Minuto online.
O iate de luxo em que viajava a família foi fotografado ao largo da ilha das Flores, onde também aterrou um avião privado com elementos da tripulação do barco, provavelmente para substituir os que já lá estavam.
Anteriormente, o iate, assim como a aeronave (Gulfstream G700 da Qatar Executive) tinham passado por outras ilhas do arquipélago, como o Faial, onde estarão novamente.
À embarcação terão sido entregues várias iguarias regionais, como lapas e cavacos.
Ao que parece, na embarcação estão, pelo menos, as três mulheres do emir Tamin bin Hamad Al Thani e alguns dos seus 13 filhos.
Com uma fortuna de quase 440 mil milhões de euros em 2022, a família real do Qatar era então a terceira mais rica do mundo, mais abastada até do que a do Reino Unido. Desde 1847 a dinastia dos Al Thani governa o país do Golfo Pérsico, do tamanho do distrito de Beja.
Mas quem é Tamim bin Hamad al-Thani, o oitavo monarca do Qatar?
Em 1980, nasce em Doha o segundo filho da segunda mulher de Hamad bin Khalifa Al Thani, o quarto do então Sheik do Qatar. Foi preparado desde criança para assumir os destinos do país, apesar de não ser a escolha mais evidente na linha de sucessão.
Estudou em algumas das melhores escolas do Reino Unido, como a Sherborne School e a Harrow School e aprendeu a falar três línguas: árabe, inglês e francês. Em 1997 formou-se na Royal Military Academy, em Sandhurst. De regresso a Doha, tornou-se Segundo Tenente nas Forças Armadas qataris, chegando em 2009 à posição de Comandante Supremo das Forças Armadas.
Para surpresa de todos, o irmão mais velho, Jassim, abdicou do trono em 2003, abrindo caminho à ascensão de Tamim, que se tornou príncipe herdeiro. Dez anos mais tarde, o pai, com 61 anos, quebrou a tradição de governar até à morte e deixou a liderança do país. Tamim ocupou o seu lugar e passou a ser o oitavo monarca do Qatar, o mais novo de sempre apenas com 33 anos.
A decisão foi comunicada ao país pela televisão estatal Al Jazeera. Na altura, Hamad justificou-se dizendo que tinha “a certeza absoluta de que ele vai estar à altura da responsabilidade” e que “os nossos jovens provaram em anos recentes que são pessoas resolutas, que compreendem o espírito da época e participam nele”.
Ainda antes de ser Emir, Tamim já era um fervoroso adepto do desporto. Desde cedo que pratica ténis, badminton, passando pela falcoaria (sendo o falcão um dos símbolos da sua terra natal).
Ao longo dos anos foi ocupando vários cargos de relevo no mundo desportivo: em 2006, presidiu ao comité que organizou os Jogos Asiáticos em Doha, seguido do Mundial de Piscina Curta, em 2014, o Mundial de Atletismo em 2019 e, agora, o Campeonato do Mundo de Futebol.
Tamim comprou o clube francês Paris Saint-Germain em 2011 e este ano adquiriu 21% da SAD do Sporting de Braga, através do fundo estatal para o desporto, lazer e entretenimento, que o próprio criou em 2005.
A organização do Mundial de Futebol obrigou a uma revolução nas infra-estruturas do Qatar. Desde novos hotéis, estradas, ligações de metro e um aeroporto, o país fez uma forte aposta para melhorar as condições de acessibilidade aos milhares de adeptos de visita ao país., entre outras infra-estruturas.
