O Presidente do Conselho Directivo Regional da Ordem dos Enfermeiros, Pedro Soares, afirmou que a temática da ‘Carreira de Enfermagem’ “é um processo muito difícil” até porque se está “a corrigir quase duas décadas de injustiças, esquecimentos, numa classe que sempre disse presente.”
Pedro Soares falava após um encontro a convite da Direcção Regional de Saúde para abordar a questão das carreiras dos enfermeiros.
“Temos perfeita noção do esforço que a Região está a fazer nestes últimos dois anos e meio no sentido de que todos os enfermeiros açorianos tenham aquilo que, por direito, lhes pertence, e hoje é possível perceber que finalmente haverá uma valorização da classe, sendo exemplo para o que se passa a nível nacional,” disse Pedro Soares.
Explicou que “um dos exemplos é o recente reposicionamento dos nossos enfermeiros especialistas e gestores, que estavam em escalões intermédios, inclusive com colegas mais novos em posições remuneratórias mais avançadas, o que obviamente criava situações desmotivantes e injustas, entre outras situações práticas que começamos finalmente a ver corrigido.”
“Como disse no passado, este processo que vimos defendendo para mais de cinco anos é uma maratona, com encruzilhadas legais, injustiças, erros, e sem a sua correcção os cuidados de enfermagem viam a sua sustentabilidade nas nossas ilhas em causa,” salientou.
“Efectivamente, ainda não terminámos, e devemos ser o mais célere possível no que ainda falta, situações perfeitamente identificadas, contabilizadas, e com impacto nas nossas instituições no dia-a-dia, mas principalmente nas diversas equipas, e foi isso que hoje discutimos, desenhando estratégias para as próximas etapas”, concluiu Pedro Soares.
À margem do assunto da reunião, o Presidente da Ordem dos Enfermeiros lamentou que, nos Açores, “com a falta de enfermeiros nas instituições, com concursos a ficarem desertos, existam ainda algumas instituições privadas que ao invés de contratarem, estão a aderir ao Estagiar L, alguns não cumprindo depois na prática as respectivas regras, apelando ainda aos novos Enfermeiros a não aderirem a esta prática abusiva e exploratória.”
