Edit Template

“Falta de atletas é um problema que abrange grande parte dos clubes regionais”

Após ter vencido todos os troféus de ilha, o campeonato regional e de ter feito uma boa prestação nos nacionais, o Volei Clube São Miguel voltou ao trabalho. Hugo Cunha, treinador principal dos escalões de juniores e juvenis, conta as ambições que o clube tem para esta época, que dificuldades enfrentam e afirma que “só conseguimos ter mais e melhores atletas, se criarmos boas condições a todos os níveis”

Correio dos Açores – Depois de uma época marcada pela conquista de vários títulos, o que espera da próxima época?
Hugo Cunha – Temos a consciência de que será uma época muito longa e desafiante. O Volei Clube São Miguel, tal como tem acontecido todos os anos, só vai conseguir atingir os objectivos traçados com muito trabalho e dedicação de todos – direcção, treinadores, pais e acima de tudo, atletas. No nosso planeamento para a época 24/25, pretendemos manter a aposta na participação em torneios realizados em território continental, de modo a proporcionar mais momentos competitivos às nossas atletas.

A equipa irá sofrer muitas alterações relativamente ao ano passado?
Existem alterações todos os anos. Algumas atletas que sobem de escalão, outras preferem sair para se dedicar aos estudos e há sempre quem acabe por ir para fora porque ingressou na universidade, sendo que estas questões acabam por ser transversais a todas as equipas. Quanto às bases, tanto de equipas técnicas como de grupos de atletas, mantêm-se praticamente as mesmas.

Teme perder algumas atletas por não terem equipa sénior este ano?
Na presente época, não me parece que vá ser um problema. Felizmente temos um grupo bastante unido, em que sentimos que podemos contar com todas. Eu, como qualquer técnico do VCSM, dou abertura às atletas para falarem sobre qualquer tema sempre que necessário. Se a vontade da atleta for a de continuar noutro clube, não tem qualquer problema. Trabalhamos com as que querem trabalhar connosco.

Por que motivo não irão ter seniores este ano?
Grande parte das atletas com quem trabalhei terminou o 12º ano e prosseguiram os estudos em Portugal Continental. Para nós, um projecto sénior só faz sentido, numa primeira fase, com atletas formadas no clube. A nossa política é muito focada nas nossas atletas e no rigor que tentamos apresentar na formação. Se não conseguirmos apresentar e garantir a qualidade que pretendemos, num projecto a longo prazo, não faz sentido investir, pelo menos nesta fase.

Como descreveria as suas atletas?
Acabamos todos por evoluir – elas comigo e eu com elas – Acabei a época com atletas aguerridas, com muita ambição, que trabalharam, lutaram, sem nunca perder a esperança e que acima de tudo se comprometeram do início ao fim.

O que falta ao atleta açoriano para dar o salto e estar presente em palcos mais competitivos?
Felizmente, já existem mais atletas açorianos ligados ao desporto de alto rendimento. Para além de haver uma preocupação cada vez maior, tanto dos atletas como dos treinadores, que engloba todos os aspectos – físicos e mentais –, existe mais investimento em apoio e infra-estruturas que permitem preparar melhor o atleta açoriano. Em termos de momentos de jogo, acredito que as equipas açorianas já vão mais bem preparadas e conseguem ser competitivas. A diferença para as equipas de Portugal continental tem vindo a diminuir, na minha opinião.

A falta de atletas é um problema com que o VCSM se debate?
Acaba por ser um problema que abrange grande parte dos clubes regionais. Existe a concorrência dentro da nossa modalidade e muitas atletas, principalmente mais novas, também acabam por sair para experimentar outras. Não nos podemos comparar com a realidade nacional, em que há muitos praticantes. Temos esta limitação. Podemos sentir esta falta de atletas, pontualmente, num par de treinos, provavelmente nas alturas de testes, mas considero que temos sempre um número suficiente para garantir a qualidade do treino e a evolução da atleta.

Como se pode fomentar a formação de desporto em São Miguel?
Os clubes, em conjunto com as respectivas associações, devem trabalhar como um todo. Identificar as estratégias a seguir e os pontos a atingir, de modo cativar o atleta e criar condições para que ele evolua. Acredito que só conseguimos ter mais e melhores atletas, se criarmos boas condições a todos os níveis.

Estiveram sempre em treinos, mesmo em época de Verão. Como correu?
Quisemos criar um momento para que as atletas continuassem a ter contacto com a modalidade e entre si durante as férias e não caíssem no sedentarismo. O balanço foi positivo, visto que conseguimos contar sempre com cerca de 20 a 30 atletas por treino.

Conseguiram fazer captação para a formação?
Os treinos de Verão também têm este propósito. Incentivamos sempre as atletas a divulgarem ou levarem uma amiga para experimentar. Mesmo durante a época, fazemos algumas iniciativas para captar atletas.

Hoje (ontem) deram ao início da época com o primeiro treino. Como correu?
Já tinha saudades de ver o pavilhão cheio. Felizmente correu bem, as atletas apareceram em massa e com muita vontade de conquistar os objectivos traçados para a nova época.

Tem alguma mensagem que queira deixar?
Em nome do Volei Clube São Miguel, gostaria de deixar uma palavra de agradecimento a quem nos apoia: Almério e Cordeiro, Cª Lda. e Câmara Municipal de Ponta Delgada.
Reforço também que os treinos já começaram e convidamos toda a gente a participar. Aproveito também para desejar uma boa época a todas as equipas.


Frederico Figueiredo

Edit Template
Notícias Recentes
São Miguel acolhe encontro nacional sobre qualidade e excelência organizacional
Homem detido na Praia da Vitória para cumprir pena de dois anos de prisão pelo crime de roubo
“Precisamos de estratégias para preservar a eficácia dos antibióticos, caso contrário infecções banais voltam a ser potencialmente fatais”, afirma Laura Sá, médica especialista em Doenças Infecciosas
Valor do pescado nos Açores cai 2,3 milhões de euros em Outubro
“Socorros Mútuos” vai a votos com Conselho Geral e novo edifício no horizonte
Notícia Anterior
Proxima Notícia
Copyright 2023 Correio dos Açores