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A esperança da reforma do futebol micaelense

A nomeação de Pedro Bermonte para o cargo de coordenador técnico da Associação de Futebol de Ponta Delgada (AFPD), rendendo o demissionário Rogério Barroso após 21 anos de grande dedicação, é um motivo de esperança na reforma, na alteração e na inovação de todo o futebol e o futsal nas ilhas de São Miguel e de Santa Maria.
Sendo o futebol a sua área específica, aguarda-se que os membros que restam na direcção associativa voltem a assegurar um director técnico que se inteire e cuide do futsal, cooperando com o coordenador. O futsal cresceu muito em praticantes, não sendo acompanhado na qualidade das equipas, essencialmente nos escalões de base. O único director com as competências necessárias esteve pouco tempo e as razões da demissão um dia saber-se-ão publicamente.
É com arrojo que Pedro Bermonte saiu do União Micaelense, após 7 anos de profícuo trabalho na formação. Enfrentará desafios de elevada responsabilidade. Está mais do que preparado pelos conhecimentos, capacidades e experiência.
A entrada com esta época planeada não lhe proporciona a oportunidade em dar uma volta aos modelos competitivos e noutras áreas. Trabalho difícil pela necessidade de adaptação às provas nacionais e regionais.
Chega também num momento de indefinição sobre quem presidirá à direcção da AFPD com as eleições talvez em Novembro, talvez em Dezembro. Uma situação que naturalmente está definida. Tudo indica que Robert Câmara não terá concorrência na hora de colocar o voto na urna, apesar de haver tentativas a influenciar Rui Melo na apresentação de uma candidatura. Não se mostra nada receptivo!
Os artigos sobre o futebol na ilha e os cuidados a ter para poder evoluir, publicados por Pedro Bermonte no jornal Açoriano Oriental, antevêem que as mudanças ocorrerão e que terá uma atenção especial à disciplina no interior e no exterior dos recintos de jogo.
Sobre as selecções de ilha de futebol e de futsal, há que dar seguimento ao que Emanuel Ferreira tem vindo a implementar desde que chegou sensivelmente há um ano, com as eventuais correcções e as melhorias ansiadas, a começar pelo alargamento das equipas de treinadores. A AFPD tem de marcar uma posição porque é a maior associação desportiva dos Açores.
Pedro Belmonte tem igualmente de olhar para o futebol sénior. O desafio imediato e de grande responsabilidade é o Campeonato dos Açores. Que necessita de um acompanhamento e de atractivos. Não lhe cabem todas as acções, mas deve contribuir.
Por fim, ainda vai a tempo de implementar o artigo 9.º (actividades lúdicas) do regulamento da FPF do estatuto, categoria, inscrição e transferência de jogadores: “O jogador de futebol com a categoria de Petiz, Traquina e Benjamin apenas pode participar em actividades lúdicas ou em encontros que incluam jogos sem tabela classificativa”. Muita da indisciplina patrocinada pelos familiares das crianças praticantes, acabarão. A AFPD é das poucas que não cumpre com o regulamento.
O SORTEIO DO CAMPEONATO DE FUTEBOL DOS AÇORES foi um momento marcante. Houve preocupação em conferir-lhe dignidade e projecção.
Louvo o convite a antigas glórias do futebol da ilha e dos Açores como Armando Fontes, Luís Teves, Manuel António Resendes (Pauleta, pai) e Manuel Rita. Todos jogadores de eleição.
Situações de futuro justificam convites com mais antecedência e a indicação da indumentária para estarem em cerimónias que se pretendem com brilho. Não faz sentido um apresentar-se de fato e os outros não estando em sintonia. São estes pormenores e as acções que contribuem para a prova ter maior crédito e enfoque.
O SANTA CLARA RECEBEU O TROFÉU de campeão da II Liga de futebol na gala promovida pela Liga Portugal.
Após a taça ter sido entregue em pleno relvado do estádio de São Miguel, a 19 de Maio, quando terminou o campeonato, segunda-feira, no Porto, a reentrega na cerimónia teve um efeito diferente, num ambiente requintado e de acordo com a etiqueta.
Bruno Vicintin, desde há um mês e meio temporariamente fora da presidência da SAD, agora apenas na função de investidor da Ikarus Business Inc., e Klaus Câmara, presidente do conselho de administração, receberam o troféu perante uma plateia recheada de figuras do topo do futebol português.
Bruno Vicintin falou após a recepção do troféu, mas como a transmissão directa pela estação televisiva TVI só apontou para os maiorais do costume, não é público o que referiu.
Cabia à secção de comunicação da SAD difundir o discurso de Vicintin, procurando os meios e as soluções necessárias para que nos seus canais se lesse ou se ouvisse o que proferiu.
A única referência na rede social Facebook é tão sucinta: “Santa Clara reconhecido na gala”. Faltou um texto explicativo do que se passou, do motivo do reconhecimento com alusão às três fotografias postadas. Nem todos estão identificados ou sabem o que se passa.
UMA FAMÍLIA, EQUIPADA A RIGOR, esteve em Rio Maior apoiando a equipa do Santa Clara neste regresso à I Liga de futebol.
Não é normal verem-se pais e filhas a condizerem com as cores do clube que personifica uma ilha e um arquipélago.
Dos 1 188 espectadores no jogo com o Casa Pia, cerca de cem eram apoiantes do Santa Clara, a maioria com adereços antigos e actuais. Até uma bandeira dos primórdios esvoaçou nas mãos de um fervoroso adepto.
Com os jovens sentindo maior apreço e simpatia pela equipa que hoje é o símbolo dos Açores, pode ser que as bancadas do estádio de São Miguel e as dos adversários recebam um maior número de apoiantes nos jogos sem a participação dos clubes que acomodam milhares de apoiantes.
A SAÍDA DE RICARDO PESSOA de treinador da equipa de futebol do SC Lusitânia após a 2.ª jornada da estreia da Liga 3, é muito, mas muito surpreendente.
Os reais motivos destas saídas nunca são oficialmente relatados. Pelo menos nos tempos mais próximos. Pode haver quem se recorde de numa entrevista daqui a uns anos questionar Ricardo Pessoa sobre o verdadeiro propósito de ter pedido a demissão. E, como já passaram uns anos e os dirigentes serem outros, contar a real razão.
Quando há estas inesperadas mudanças os principais intérpretes refugiam-se, sempre, nas razões pessoais. Que deixam dúvidas.
Quem assumiu o projecto do Lusitânia em Julho de 2022, conduzindo a equipa, em dois anos, até à Liga 3, só um motivo transcendente o faria sair. Não seriam um empate e uma derrota os motivos para abalar em conjunto com os treinadores que o coadjuvavam. Ricardo Pessoa tinha neste exigente e muito profissional campeonato uma oportunidade de potenciar ainda mais as qualidades de treinador, fortalecendo o currículo visando a entrada em equipas das ligas profissionais. Afinal nem foi preciso esperar pelo final da Liga 3. O Portimonense, logo à 3.ª jornada da II Liga, de onde quer sair rapidamente, contratou-o para render Sérgio Vieira. Trata-se de um elemento da casa pelos 12 anos que ali passou como jogador e outros quatro como treinador adjunto.
Este regresso ao trabalho indicia que algo mais impactante ocorreu. Seria a intromissão na gestão técnica que foi falada o incomodou? Dois anos e pico de trabalho reconhecido com a complacência e a concordância das equipas directiva e investidora não se desmoronam de um momento para o outro. Ou já havia a perspectiva Portomonense?
No final de Junho, em entrevista ao jornal Record, Ricardo Pessoa disse que o Lusitânia não está preparado para as provas profissionais porque “não tem capacidade estrutural para tal”, importando, “com humildade, reconhecer que não existem condições para dar esse passo por faltar muita coisa desde infra-estruturas a recursos humanos”.
Será que deixaram marcas?

José Silva

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