Edit Template

“Encaramos o crescimento do turismo nos Açores como algo muito natural”, afirma o responsável do Grená, Roberto Moniz

Depois de ultrapassados os efeitos da pandemia, o Parque Grená prepara-se para bater o número de visitantes do ano passado. Um parque onde o “objectivo não é moldar a natureza, mas sim arranjar forma de chegar até ela”, como sublinha Roberto Moniz. Segundo o responsável do Parque Grená para este ano ainda está reservada a novidade de poderem “abrir a nossa casa de refeições na Grená”

Correio dos Açores – O Parque da Grená está aberto desde 2019. Como tem sido essa jornada?
Roberto Moniz (responsável do parque Grená) – Vamos para o nosso quinto ano consecutivo aberto, desde então passamos por uma pandemia, que impactou a actividade de quase todos os negócios, principalmente daqueles que operavam junto do público. O sector do turismo foi dos mais afectados, e esses foram tempos bem difíceis, depois veio a recuperação daquele período nefasto. Actualmente, estamos a operar “a todo o vapor”, e finalmente a beneficiar a 100% das condições únicas que o parque consegue proporcionar a quem nos visita.

Em que difere o parque dos outros?
Quem procura os Açores, fá-lo, principalmente, pelo chamado “turismo de natureza”. Temos o privilégio de estarmos inseridos numa zona única do mundo. Quem nos visita encontra a natureza em bruto, no seu estado mais puro, sem distracções.
Buscamos enquadrar a pessoa no meio, fazendo com que ela se esqueça que está num parque perfeitamente organizado, o objectivo é que o visitante se perca no meio daquele verde imenso.
Os Açores têm muitos parques bonitos, mas gostamos de pensar que o nosso, combina a botânica selvagem, os cursos de água e a natureza bruta de uma forma única.
Como é feita a manutenção do parque?
É um desafio constante. Como se disse anteriormente, o objectivo não é moldar a natureza, mas sim arranjar formas e caminhos de chegarmos até ela. A nossa estratégia passa sempre por fazer toda a manutenção durante o inverno, para que na chamada “época alta” só pequenas reparações sejam necessárias. Nestes termos, não incomodamos quem nos visita e é mais fácil articular esse procedimento.

Este ano terá novidades para o parque?
Este ano contamos abrir a nossa casa de refeições na Grená. Que se localiza antes da entrada do nosso parque, com vista privilegiada para a Lagoa das Furnas. Vai se focar essencialmente na confeição de comida vulcânica e de refeições ligeiras, um menu muito simples, mas que de certeza absoluta vai trazer uma vitalidade diferente à Lagoa das Furnas, tornando-a mais dinâmica. Queremos que as pessoas que venham à Lagoa das Furnas passem mais tempo naquele local, contemplando, relaxando e apreciando a beleza desse lugar único, se visitarem o nosso parque… tanto melhor.
Como vê o crescimento do turismo nos Açores, especialmente em São Miguel?
Encaramos o crescimento do turismo nos Açores como algo muito natural, a nossa Região tem imenso potencial. A liberalização do espaço aéreo foi fundamental nesse sentido.
A Região, as pessoas e as empresas não estavam preparadas para esse crescimento repentino. Mas os açorianos mostram sempre a sua capacidade de resiliência de modo aproveitar essa onda de oportunidade. Observamos grande iniciativa privada, com ideias, negócios, produtos e empresas, mas falta planeamento e um incentivo por parte dos agentes públicos para que essas pessoas possam prosperar, sentimos falta de entretenimento e mais investimento nas nossas atracções naturais para que os visitantes queiram voltar aos Açores, queiram passar aqui mais tempo, queiram interagir ainda mais com os Açorianos.
Há muitas vertentes para melhorar, em todos os sectores, para podermos todos crescer.

Ultrapassaram a barreira de visitantes durante o mês de Agosto. Quais são as expectativas até ao final do ano?
Os negócios vinculados ao turismo vivem um pouco da sazonalidade registada desses meses de verão, sendo Agosto o mês mais favorável, e o parque da Grená não foge à regra, mas em 2024, todos os meses temos ultrapassado, por uma boa margem, o número de visitantes, comparativamente com o ano passado. Falta-nos muito pouco para ultrapassar o número de visitantes relativamente à totalidade de 2023, pelo que o nosso objectivo para já passa por aí.
Este ano contamos finalmente ter a nossa casa de refeições que, naturalmente, catapultará o nosso volume de negócios, para passarmos um inverno mais confortável.
Com esse imóvel a servir como “apoio” ao inverno das Furnas, achamos que podemos fintar a sazonalidade que, inevitavelmente, ainda sentimos.

Tem algo mais a acrescentar?
Publicamente agradecer a todos os nossos colaboradores, sem eles esse crescimento e o ultrapassar dessas dificuldades que encontramos não seria possível. É muito difícil, nos Açores e no sector ligado ao turismo, recrutar e manter colaboradores como os nossos. São inexcedíveis e merecem sempre a nossa consideração e elogio.
Sem eles não seria possível.

 Frederico Figueiredo
Edit Template
Notícias Recentes
PS/Açores abre porta para aprovar o Plano e Orçamento 2025 em acordo com o Governo dos Açores do PSD/A
Descarregadas 852,71toneladas de pescado em lota no mês de Agosto representa uma queda de 23,7% em relação a igual período de 2023
Encarregados de educação queixam-se das condições precárias em que se encontra a Escola do Aeroporto em Santa Maria
Empresa blueOASIS “quer tornar os Açores no Silicon Valley das tecnologias oceânicas”
Empresa blueOASIS “quer tornar os Açoresno Silicon Valley das tecnologias oceânicas”
Notícia Anterior
Proxima Notícia
Copyright 2023 Correio dos Açores