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Empresário Jeff St. Pierre investe na Terceira com o propósito de trazer de volta a essência gastronómica norte-americana

O empresário norte-americano tem um café, um restaurante e um hotel no centro de Angra do Heroísmo. “O objetivo não é competir com ninguém aqui na ilha (…) Apesar de querer transmitir de certa forma o lifestyle americano nos meus negócios, nós também focamo-nos nos recursos locais” – afirma.

Correio dos Açores – Escolheu a ilha Terceira para seu lar. Como é que isto aconteceu?
Jeff St. Pierre (empresário) – Portanto, a minha mulher é da Terceira, mais propriamente de Porto Judeu. Eu vim para cá por volta de 1996, pois fiquei destacado na Base das Lajes pelo Exército Americano.
Depois deixamos a ilha. Por volta de 1999/inícios de 2000, voltei para os Estados Unidos da América.
Eu sempre adorei a Terceira, provavelmente mais do que a minha mulher adora. Quando nos reformamos, há uns poucos anos atrás, voltamos apenas com o intuito de visitar a ilha. A minha mulher queria ficar nos E.U.A, porém, eu queria ficar na ilha Terceira. Viemos em visita… e agora somos residentes locais.

Porque decidiu investir na ilha?
Bem, sinceramente é algo que faço de forma natural e, francamente, enquanto individuo que tem negócios com um certo sucesso, eu olhei para a Terceira de forma divertida. Eu amo muito a ilha, mas reconheci que necessitava de algo novo, precisava de algo que fosse único.
Honestamente, a premissa do Texan e a premissa do Malooca Delights é ser um bar, um restaurante ou simplesmente um lugar para a comunidade local, para os terceirenses, e não propriamente ou idealmente para os turistas.
O conceito basilar resume-se no facto dos terceirenses terem perdido o acesso a produtos que existiam na Base Aérea, e, ao perderem esse acesso, impossibilitou as mesmas de terem a capacidade de consumirem os adorados produtos americanos, como os gelados americanos, as pizzas americanas. Em suma, a comida americana na sua essência.
A concepção tanto do Texan como do Malooca Delights, a meu ver, pretende transmitir um sentimento de nostalgia à comida, trazer de volta à ilha estes produtos e pratos que se foram perdendo com o tempo.

Que negócios tem de momento e quais são os conceitos dos mesmos?
Então, comecemos com o Texan. Para mim, o Texan significa ser transportado: quando se entra no Texan, viaja-se para longe da ilha. Quase parece que estamos nos Estados Unidos, que estamos a desfrutar de uma experiência gastronómica americana, mais propriamente do Texas. Desde a temática, da comida, das bebidas, do serviço, da decoração, do catálogo de cocktais, é tudo desenhado para o cliente se sentir como se estivesse em Nova Iorque, ou em Los Angels, ou em Dallas, ou mesmo em Chicago.
Eu criei o restaurante com este propósito, de fazer com que as pessoas possam sair da ilha, em que o cliente se sinta de férias sem ter que viajar num avião. Resumidamente, a comida do restaurante baseia-se nas especialidades da culinária tex-mex, como também especializamo-nos numa boa variedade de cocktails.
Já o Malooca Delights é um café/pastelaria, 100% estilo “americana”. Eu criei este estabelecimento com a principal finalidade dos terceirenses terem acesso a tudo o que tinham no tempo da Base das Lajes, como disse anteriormente. Tudo no Malooca, para mim, encaixa-se nessa nostalgia.
Nós temos todas as especialidades de cafés, desde os clássicos cafés frios e lattes, e agora, com o início do outono, lançamos o sabor pumpkin spice para os nossos cafés, portanto temos pumpkin spice cappuccinos, pumpkin spice lattes, e uma variedade vasta de sabores e de tipos de cafés. Para além dos cafés, temos os clássicos itens de pastelaria e gelados americanos.
Não temos nada que seja português neste espaço. O que pode parecer estranho, mas a verdade é que podem ter algo português em qualquer outro estabelecimento.

Pretende fazer outros investimentos no futuro?
Nós temos mais edifícios. Neste momento estamos a trabalhar para aumentar o tamanho do hotel, com o intuito de adicionar mais cinquenta quartos. O hotel define-se pela sua autenticidade açoriana, um hotel boutique de 4 estrelas. Estamos a expandi-lo. É um projecto de hotelaria tradicional açoriano, com bastantes cores vibrantes, com decorações regionais, com itens que sejam indicativos de que se está numa ilha dos Açores. Não é um conceito americano como os outros dois negócios, mas sim um conceito regional.

Que recomendação especial faz de cada um dos seus estabelecimentos?
Eu diria que em todos os negócios que foram mencionados, todos eles são definitivamente únicos. Desde o nosso serviço, a nossa estrutura, da comida à bebida. Tudo o que nós fazemos no Texan e no Malooca faz com que se sinta nos Estados Unidos.
O objetivo não é competir com ninguém aqui na ilha, e um exemplo disso é o facto de termos este grande staff de terceirenses. Apesar de querer transmitir de certa forma o lifestyle americano nos meus negócios, nós também focamo-nos nos recursos locais, produtos de qualidade como a carne, a fruta, o leite. Logo, incorporamos o que há cá na ilha com tudo isto que fazemos.

Pretende acrescentar mais alguma coisa?
Nós estamos a começar algumas campanhas de marketing, e com isso, o maior aspeto que quero que as pessoas percebam é de que estes negócios e estabelecimentos foram construídos simplesmente porque nós adoramos a Terceira, adoramos a sua gente, e de que é possível fazer algo novo e diferente na comunidade local.
Não é um objetivo turístico, é um objetivo para os terceirenses. E eu não tenho noção se a maioria das pessoas entende isso.
Entre os três negócios que tenho, de momento, emprego por volta de cinquenta pessoas.
O segundo ponto que gostava de referir é de que nós passamos o verão todo com turistas, como em todos os estabelecimentos de restauração e bar. Agora no Outono e Inverno, na época baixa, estamos a fazer de tudo para que os locais venham visitar-nos e se sintam como verdadeiros turistas.

José Henrique Andrade
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