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MANO COSTA (Comandante a’Huno)

Homenagem sentida e leal a este grande Herói timorense, nas comemorações dos 25 anos de independência de Timor – Leste ocorridas a 30 de Agosto de 2024.
Após a invasão das tropas indonésias em 1975, junta-se à guerrilha nas montanhas e nas florestas da zona leste do território.
Assume o nome de guerra Ma ‘Huno Bulerek Karathayano de raiz macassai, etnia de que era oriunda a mãe.
Foi um dos responsáveis pelo processo de reorganização da resistência iniciada em 1981 que culminou em 1988, quando as FALINTIL – Forças Armadas de Libertação Nacional de Timor Leste, deixaram de ser o braço armado do partido FRETILIN.
As suas qualidades de chefia impõe-se e cedo sobe na hierarquia dos dirigentes da guerrilha.
Torna-se o braço direito de Xanana Gusmão. Quando este é preso em 1992, Ma ’Huno é o eleito para o substituir.
Constituíram -se numa força de defesa do CNRT- Conselho Nacional da Resistência Timorense, que integrava todos os partidos políticos que se revissem na Auto Determinação e Independência da Pátria Maubere.
Após a Independência do país foram integradas nas Forças de Defesa da Nação.
Em todo este processo o Costa, a par de Xanana Gusmão demonstrou toda a sua capacidade de liderança e de motivação para que consensos existissem.
Imagem de marca.
O seu enorme carácter e lealdade. Que todos os que com ele privaram em Lospalos, reconheciam, quer fossem soldados, sargentos ou oficiais.
Generoso e voluntarioso. Cristão Católico convicto, fruto da formação que recebeu dos missionários salesianos.
Oferecia-se para as missões mais arriscadas, principalmente na estação das cheias, onde as ribeiras levavam tudo à frente.
Sabia que o abastecimento da guarnição dependia da sua perícia como condutor.
Ademais quando os fortes temporais dificultavam a operação da barcaça da marinha.
Foi membro fundador da ASDT – Associação Social Democrata de Timor.
Organização cívica fundada ainda na vigência do anterior regime. Essa circunstância fez com que fosse visita assídua da polícia política.
No mês de Agosto de 1983 o exército indonésio iniciou uma grande ofensiva na região de Viqueque, localidade a cerca de 150 quilómetros de Díli.
Ma´Huno à frente de alguns grupos de combate da guerrilha, que no seu conjunto não ultrapassavam os 200 homens, consegue fazer frente, resistindo e contendo cerca 1600 soldados indonésios divididos em dois batalhões.
Esta gesta heróica, que custou a vida de muitos patriotas mauberes, possibilitou a fuga de alguns milhares de habitantes do sector central para o oriental, encontrando refúgio nas densas matas de Loré.
Ao longo de toda a década de 1990 as forças de ocupação intensificaram as suas acções contra a resistência, agora unida sob a bandeira do CNRT.
Que continuaram a sua luta reconquistando e libertando vastas zonas do território e realojando populações nas suas aldeias de origem, confinando as forças indonésias aos principais centros urbanos.
A conjugação da luta dos resistentes, da crescente pressão internacional e das mudanças no governo da Indonésia, conduziram a que em 30 de Agosto de 1999, através dum referendo 78,5 % dos timorenses optassem pela Independência da sua Pátria.
Destacar o papel relevante da Igreja Católica de Timor em todo o processo.
A decisão soberana do Povo não foi bem aceite pelos indonésios que procuraram organizar milícias armadas com a intenção não só de provocarem os guerrilheiros timorenses, entretanto acantonados em pontos estratégicos e com ordens para não ripostarem, como iniciaram uma campanha massiva de saques e violência contra o povo timorense. Uma vez mais, em todo este processo, vamos encontrar o Mano Costa, aliás Comandante Ma’ Huno, ao lado de Xanana, a demonstrar toda a sua capacidade de persuasão e liderança.
Por cá nos Açores de destacar as iniciativas de José Ventura líder da Associação de Amizade Açores – Timor, conhecido pelo Homem das Três Pátrias, e antigo militar em Timor.
Esteve desde a primeira hora ao lado da Causa do Povo de Timor.
Tendo desenvolvido uma notável acção junto de muitos jovens timorenses, que acolheu em S. Miguel, para prosseguirem estudos.
Igualmente tem vindo a enaltecer os heróis timorenses, entre os quais o Mano Costa.
Para além destes, tem vindo a recordar outro grande herói, muito considerado pelos timorenses, o Açoreano Engenheiro Artur do Canto Resende, natural de Vila Franca do Campo.
Foi muito jovem para Timor, na altura em que se dá a invasão de Timor pelos japoneses. Foi preso e colocado num campo de concentração, onde veio a falecer.
Ventura tem levado a cabo o processo de geminação entre Vila Franca do Campo e Díli.
De 9 a 11 de Setembro do corrente ano Timor recebeu a visita do Papa Francisco, país com a maior percentagem de católicos.
Foi recebido por um banho de multidão, onde voltaram a ser louvados os Heróis de Timor, entre eles o Mano Costa, falecido a 25 de Setembro de 2021 em Díli. Tinha 72 anos.
“Lutastes desde o início e sofrestes até ao fim. Herói na resistência e herói na doença!
Descansa junto dos teus antepassados mauberes nas moradas de Matebian e na cordilheira de Tatamai-Lau.
Lá junto dos santos implora pelo teu Timor Loro-Sa’e”.
Adeus até à eternidade Mano Costa.

António Benjamim

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