Vivemos de enganos. Enganei-me, quando expondo a minha posição em relação à decisão de construção de uma unidade hospitalar modular, afirmei que tinha, na minha opinião, quase nada contra, dado que a versão justificativa desta construção e gasto financeiro, tinha como objetivo dar tempo e espaço para as melhorias que no HDES, seriam imperativas de se fazer após os pareceres dos técnicos abalizados contratualizados para este efeito.
Muitos foram os opositores desta decisão, invocando quer argumentos técnicos de possibilidade de retoma após pequenas reparações, quer os que se opunham também por razões economicistas; a quem devem ser dadas publicamente desculpas por todos os que os acusaram de tudo e mais alguma coisa. Entre argumentos técnicos e financeiros, uma Região e um Sistema que não têm folga orçamental para aventuras, estas opções são compreensivelmente discutíveis.
Com quase nada contra, defendi que valia a pena o sacrifício nas decisões do Governo/SRS e da Administração do HDES da construção do modular e do estudo técnico para o futuro do HDES; porque com o incêndio, ficaram a descoberto o desgaste, a inadequação e a insegurança naquela unidade hospitalar, de que já se exigia reparação e desenvolvimento estrutural, nomeadamente para os serviços localizados na ala poente; Bloco Operatório, Cirurgia de Ambulatório, Medicina Intensiva, e Intermédios, Bloco de partos e claro o Serviço de Urgência, porventura o mais desadequado e degradado do HDES.
O hospital modular ainda não está pronto. Mas, tecnicamente já foi possível por em funcionamento duas salas de Bloco Operatório no acidentado HDES, num regresso à “casa” contra todos os argumentos que o governo e a SRS usaram para autorizar este gasto extraordinário de muitos milhões numa Unidade Modular.
Ainda não sabemos o que dizem os técnicos consultados, mas com esta medida, se calhar mais uma vez também não eram necessários; bastava seguirem os pareceres existentes dados por gente séria e preocupada, postos a ridículo por parlamentares e por defensores das opções do Governo.
O desperdício é uma das maiores doenças do SRS e como estamos a ver, também se instalou nestas opções, que exigem esclarecimentos e atribuição de responsabilidades. Enganei-me! Já nem sei quem manda, até nos dizerem quem deixou de mandar.
Dionisio Faria e Maia