O mar profundo, um dos ecossistemas mais inexplorados do planeta, ganha destaque na nova mini-série “Minuto Azul Escuro”, é considerado “um projecto inovador que pretende aumentar a literacia do público em relação a este ambiente misterioso e vital para o planeta.”
“Com o objectivo de sensibilizar a sociedade para a preservação do Oceano e incentivar uma relação informada e responsável com os seus recursos”, a série apresenta conhecimentos científicos de forma acessível e envolvente.
A estreia está marcada para as 9h30 de hoje na RTP 3, RTP Internacional e RTP Açores, e os episódios serão distribuídos em várias plataformas de média, alcançando um público vasto e diversificado.
Composta por 30 episódios de curta duração — aproximadamente um minuto cada — a série é uma ideia do Grupo de Investigação de Mar Profundo do Instituto de Investigação em Ciências do Mar – Okeanos, da Universidade dos Açores, liderado por Telmo Morato e Marina Carreiro-Silva.
A série foi desenvolvida no contexto do projecto de caracterização do mar profundo dos Açores, financiado pelo Governo Regional dos Açores.
A realização está a cargo de Pepe Brix, cineasta especializado em temas do mar, além de ser fotógrafo colaborador da National Geographic Portugal.
Filmada entre Março de 2023 e Fevereiro de 2024, a série inclui imagens inéditas e deslumbrantes do mar profundo capturadas com submarinos tripulados e veículos operados remotamente (ROVs), mas também pela Azor drift-cam. Esta ferramenta de baixo custo e alta eficiência colocou Portugal entre os líderes mundiais no conhecimento do mar profundo até aos 1000 metros, em particular na vasta região oceânica dos Açores. Segundo Telmo Morato, “cada episódio do Minuto Azul Escuro é um shot de conhecimento, inspirado em formatos breves como o ‘Minuto Verde’ da Quercus e RTP, mas voltado para o universo marinho. Esta abordagem rápida e condensada, porém cientificamente validada, pretende tornar o conhecimento acessível para todos, promovendo a literacia do oceano de forma atraente e dinâmica.” Marina Carreiro-Silva realça que “ao longo da série, o público é convidado a descobrir a riqueza dos ecossistemas e espécies do mar profundo, além de aprender sobre a geomorfologia dos fundos oceânicos, os avanços tecnológicos na exploração marinha e o impacto das actividades humanas sobre o oceano. Além disso, destaca-se o trabalho científico pioneiro desenvolvido pelo Instituto Okeanos da Universidade dos Açores.”
O ‘Minuto Azul Escuro’ “não é apenas uma mini-série, mas uma verdadeira campanha de sensibilização para a importância da preservação do mar profundo e a valorização do trabalho científico realizado na sua exploração.”
Ao longo da série “são reveladas curiosidades e exotismos sobre espécies e ecossistemas do mar profundo, e são abordadas questões como a geomorfologia dos fundos da complexa região dos Açores, a história da investigação oceânica, o desenvolvimento tecnológico das últimas décadas, os impactos da actividade humana no Mar Profundo, e o importante trabalho científico que o Instituto Okeanos tem desenvolvido nesta área.”
Com a criação da Azor Drift-Cam, uma ferramenta de baixo custo, fácil de operar e de produzir informação oceanográfica, a larga escala, a equipa de investigação colocou Portugal no topo dos países que melhor conhecem o seu Mar Profundo, em especial na vasta região oceânica dos Açores.
As questões a que a mini-série responde
O que nos esconde o mar profundo, a mais vasta área da superfície do nosso planeta? E que importância tem este ecossistema remoto e antigo para nós humanos e para o equilíbrio da vida na Terra?
A exploração científica do mar profundo constitui, até hoje, um dos maiores desafios do Homem, para o conhecimento mais amplo do planeta que habitamos. Como temos superado as dificuldades para alcançar este mundo escuro, que embora mesmo aqui, aos nossos pés, continua tão inacessível?
Que tecnologia desenvolvemos para a 100 anos depois da expedição que levou o Homem, pela primeira vez, a meia milha de profundidade?
Num planeta por nós dominado, com uma população em crescimento frenético, a busca por novos recursos é a demanda-mãe de todas as indústrias.
Que recursos poderão estar ainda por explorar neste mundo submerso, escuro e profundo?
E que impactos terá essa exploração nos vulneráveis ecossistemas que aí vivem?